quinta-feira, 3 de novembro de 2016
JANTAR DO VOLEIBOL
Um erro de edição fez com que aparecesse neste blog - sem que eu o percebesse de imediato - uma foto do JANTAR DO VOLEIBOL realizado nos anos 90. Motivo de muitas recordações e imensas saudades dos que já se foram. Como meus amigos Bené, Gelson e Delano, em primeiro plano na foto. Também uma oportunidade para lembrar que em 8 de dezembro o evento voltará a acontecer, como nos duas últimos 24 anos, reunindo os jogadores de voleibol do Rio de Janeiro que abrilhantaram nossas quadras nos anos 50, 60 e 70, dando muitas vitórias aos seus clubes e às seleções do Estado e do Brasil. Atletas dos tempos do amadorismo, que jogavam por amor ao voleibol e a seus clubes, muitas vezes com sacrifício de seus estudos e de suas carreiras profissionais. Nesse grupo, de muitas conquistas, repousam as bases do voleibol que temos hoje, vitorioso, ostentando uma justa hegemonia mundial. Inclusive os dirigentes que levaram nosso esporte da rede a essa posição ímpar, no panorama mundial, foram jogadores naquela época: Nuzman e Ary. O jantar será no Clube Monte Líbano e são esperados 100 atletas dos anos dourados do Rio de Janeiro.
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
LIÇÕES ELEITORAIS DE 2016
Espantei-me ao ver, no canal de notícias de maior audiência
da TV por assinatura brasileira, que um comentarista político, cometendo erro
crasso, somava percentuais de abstenções (referidos ao número total de
eleitores inscritos) com percentuais de votos nulos e brancos (relativos aos
eleitores que compareceram à votação) para quantificar a proporção dos que
denominava de “desiludidos da política”. Sinal de que nossa TV ainda tem muito
a progredir tecnicamente e nosso sistema educacional precisa melhorar enormemente sua qualidade,
especialmente em matemática. E indicativo, também, da explícita ansiedade de parte daquela equipe em diminuir o valor do pleito
municipal – talvez por não terem gostado dos seus resultados -, superestimando o desinteresse do eleitorado em
escolher um determinado candidato. Menos mal que outro participante do time de
comentaristas, mais ilustrado, corrigiu o erro evidente.
Estatística ainda é uma ciência indecifrável para a maioria
esmagadora dos brasileiros, inclusive para muitos portadores de diplomas
universitários. O que é uma pena, pois
alguns de seus aspectos são de interesse básico para o cotidiano de todos os
viventes. Noções das teorias das probabilidades e dos erros, a percepção da
significância relativa dos valores etc
são extremamente úteis para a tomada de decisões corriqueiras de nossa
existência. Talvez seja, por essa debilidade generalizada, que os institutos de pesquisa de opinião errem
tanto e tão impunemente em suas previsões eleitorais, prejudicando a boa prática democrática, sem que nada
aconteça e ninguém proteste.
Em sua analogia entre a estatística e o biquíni, Roberto
Campos já nos prevenia sobre os cuidados a tomar na análise dos números. E nas
últimas eleições essa prudência cabe perfeitamente. Comentaristas falavam dos
elevados percentuais de abstenção sem fazer duas considerações pertinentes: a
primeira, que em Municípios que não realizaram recadastramento dos eleitores em
2016 há um grande número de mortos incluídos dentre os aptos a votar; a
segunda, que em Municípios de população envelhecida (como é o caso do Rio de
Janeiro), o fato de pessoas de 70 anos e mais de idade não serem obrigadas a votar adiciona mais um “bias” evidente na
aferição do percentual de abstenções.
É lugar comum a observação de que “o brasileiro não sabe
votar”. Tenho outra hipótese, baseada nos resultados das eleições municipais de
2016 e cotejando-as com as de 2014, pois agora os brasileiros votaram acertadamente
e mandaram o PT para o espaço... Minha hipótese é que o nosso eleitor é
facilmente iludido pelas mentiras, pela demagogia populista e assim por diante.
Quem acha que sabe votar muito racionalmente que atire a primeira pedra! Jânio,
Collor, Lula e Dilma enganaram muitos milhões, inclusive das classes que se
denominam “esclarecidas”!
Em 2014 abordei esse tema pouco antes das eleições, no blog
intitulado “ECONÔMICO X SOCIAL”, prevendo o voto fisiológico dos muitos milhões
de beneficiários dos programas sociais, enganados pelos agentes do PT - que
espalharam boatos de que o programa Bolsa Família seria extinto caso Dilma
fosse derrotada no pleito presidencial. Pobres e miseráveis só podiam votar
como votaram, reelegendo quem lhes pagava a mesada indispensável à
sobrevivência. Não votaram mal: foram enganados. Agora deram o troco,
consciente e esclarecido.
sábado, 22 de outubro de 2016
PESQUISAS ELEITORAIS FAJUTAS X DEMOCRACIA
Já se passaram algumas décadas desde o dia em que li, na
revista “SCIENTIFIC AMERICAN”, o resultado das investigações científicas sobre
a influência das pesquisas de opinião nas eleições
respectivas. Os casos abordados referiam-se aos Estados Unidos da América
do Norte. As conclusões desses estudos eram claras e unânimes: a divulgação das pesquisas
eleitorais influencia intensamente e pode mudar o voto do cidadão médio. Por
extensão, pode-se concluir que pesquisas eleitorais que apresentam resultados
errados prejudicam a causa democrática.
Nos pleitos
eleitorais deste ano (2016) e nas últimas eleições presidenciais (2014), muitos
dos órgãos de pesquisa cometeram erros flagrantes, seus resultados distanciando-se
da realidade muito além das margens de erro aceitáveis. Essas pesquisas podem
ter contribuído para resultados que não
retratavam o desejo efetivo dos eleitores.
Nessas alturas, o corolário dos argumentos acima é bem
lógico e uma pergunta se impõe: qual o motivo de as autoridades eleitorais
brasileiras, até agora, não terem tomado as medidas profiláticas que evitem
essas distorções?
Pesquisas eleitorais amplamente erradas, muito acima do
tolerável estatisticamente, devem ser coibidas severamente – e Estatística é uma ciência exata que
permite essa aferição.
Uma medida bem simples da Justiça Eleitoral (TSE) pode
acabar com essa aberração: órgãos responsáveis por pesquisas flagrantemente
erradas sob o prisma estatístico devem ter suspenso o seu direito de realizar
pesquisas no pleito seguinte. Punição que
cabe tanto no caso de incompetência quanto no caso mais grave da fraude
deliberada.
Com a palavra o TSE. A democracia brasileira agradeceria!
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
O PROGRAMA “CRIANÇA FELIZ” É UM ÓTIMO COMEÇO
No início de 2011, em uma reunião na SAE (Secretaria de
Assuntos Estratégicos), perguntaram-me
como o Brasil poderia aproximar-se de uma educação básica de qualidade. Respondi com três ideias:
a) Fazer da escola o centro da comunidade, com todas as
implicações, internas e externas, que esse seu papel central haveria de ter;
b) Criar o conceito de “garantia de qualidade” em Educação –
garantia que os estabelecimentos e agentes educacionais, públicos e privados,
indistintamente, devem ser obrigados a dar a quem utiliza seus serviços;
c) Implantada a educação continuada – que deve acontecer em
todos os lugares, para todos, durante toda vida – o lar, e mais especificamente
a família, passa a ser o sujeito/objeto privilegiado do processo. “A exemplo do “médico de família”, devemos
instituir de imediato o “professor de família”, que irá aos lares necessitados
e atuará sobre todos os seus membros – crianças, adolescentes, adultos e idosos
– principalmente orientando-os sobre os caminhos da educação continuada
disponíveis localmente, para superar as barreiras do conhecimento.” (Capturado
de http://arlindolcorrea.blogspot.com.br/,
no blog de 11/02/2011)
Desde então venho insistindo nessa ideia : assistência domiciliar
que dará, aos que já estão no sistema
educacional, especialmente no ensino fundamental, um suporte importante para a
realização dos trabalhos escolares, apoio que esse aluno geralmente não pode
encontrar no seio da sua família - ela também carente no que concerne à
escolaridade e necessitada de ajuda externa. Um esforço complementar, pioneiro
e inovador, que o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) iria aportar ao
sistema educacional brasileiro em sua difícil luta em favor da qualidade de
ensino.
O “CRIANÇA FELIZ” é um começo promissor para a concretização
da ideia do “professor de família”, que é o nome marqueteiro do agente de
desenvolvimento humano que vai visitar e auxiliar as famílias mais pobres de
nosso país.
O Programa “CRIANÇA FELIZ”, pelo qual trabalhará
voluntariamente a Primeira Dama, Marcela Temer, é não só prioritário como
também extremamente oportuno nestes tempos de crise.
Até 2018 o programa vai atender 4 milhões de crianças entre
0 e 3 anos, beneficiárias do Bolsa Família e também as que recebem o Benefício
de Prestação Continuada (BPC). Entre as ações, estão visitas domiciliares de
orientação às famílias sobre iniciativas que contribuam para o desenvolvimento
dos filhos. Excelente! O “Criança Feliz”
contará com um orçamento de R$ 300 milhões para atender a 600 mil crianças em
2017. Em 2018, o investimento previsto é de R$ 800 milhões. Iniciativa
magnífica para romper o ciclo da pobreza. Mais do que isso, essa visitação
redundará na orientação a toda família e não só às crianças e seus efeitos
serão notáveis.
Minha alegria é dupla, pois além de apreciar a iniciativa,
trata-se do embrião de uma ideia que propago há alguns anos.
quarta-feira, 5 de outubro de 2016
O DRAMA DO DESEMPREGO NO BRASIL
- · Dentre as inúmeras heranças malditas impostas ao povo brasileiro pelo populismo, o desemprego é, sem dúvida, o maior de todos os flagelos. Nossa taxa de desocupação de 11,8%, estimada pela PNAD Contínua do IBGE para o trimestre junho-julho-agosto de 2016, corresponde a 12.024.000 pessoas - maior do que a população total de muitos países.
- · O desemprego é devastador. Desperdício de recursos humanos causado pela sua ociosidade e da correspondente capacidade de produção, a desocupação agrava os déficits previdenciários pela redução das contribuições e sobrecarrega os setores e programas sociais, cuja procura cresce rapidamente. Nada supera os dramas humanos que se sucedem. Privados pela conjuntura, independentemente de sua vontade, da capacidade de gerar renda para manter suas famílias, os trabalhadores – principalmente os mais pobres - passam a viver uma instabilidade insuportável, a qual os leva em direção à miséria. Quando a desocupação é duradoura, vão se esgotando gradualmente os recursos financeiros derivados da proteção social ao trabalho formal: indenização rescisória, seguro-desemprego, FGTS, saldo do PIS-PASEP. A seguir, poupanças familiares amealhadas ao longo da vida – quando existem - vão sendo consumidas e o trabalhador pode chegar ao endividamento e à inadimplência – como, aliás, já é a situação de 58% das famílias do país. Para os informais – geralmente desprotegidos - o colapso é ainda mais dramático. Um verdadeiro caos!
- · Quando trabalhei na Secretaria Estadual de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro, encaminhamos ao governo federal uma proposta - que deveria ser repassada pela via diplomática à ONU – para que a taxa de desocupação – tal a sua importância - fosse considerada no cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países-membros da instituição. O desemprego afeta profundamente a qualidade de vida da população. Como o PT já estava no poder e o Governo Estadual fluminense era oposição, a proposta morreu nos escaninhos da burocracia estatal.
- · Atualmente o desemprego é tema onipresente na mídia. Todavia, o tratamento dado à matéria não escapa muitas vezes ao lugar comum, à adoção repetida de conceitos (ou preconceitos) equivocados. Virou quase um slogan a afirmativa de que nas crises o desemprego é o último a reagir e a recuperar-se. O que não se diz, porém, é que isso só acontece porque a tributação sobre o emprego formal, no Brasil, é extremamente alta e a CLT totalmente engessada e ultrapassada. Aqui, admitir um empregado é caro e demiti-lo é caríssimo. Logo, empregar sempre requer reflexão e cautela. Se assim não fosse, a recuperação dos postos de trabalho se verificaria de imediato, à medida que se desse a utilização da capacidade ociosa dos setores produtivos. É de lembrar que o custo da remuneração de horas extra também é alto e sua adoção normalmente evitada. Um jornal de grande circulação entrevistou recentemente alguns economistas e concluiu que “o desemprego no Brasil só deverá cair na segunda metade de 2017. Ainda assim, a volta a níveis anteriores à crise não é cenário mais previsto para 2018. O país levará pelo menos quatro anos para sair do sufoco no mercado de trabalho”. O FMI, ainda agora, confirmou essa visão pessimista.
- Creio que essa colocação é exagerada e que a recuperação se fará mais rapidamente, pois a mudança de comando do governo federal está restabelecendo a confiança dos setores produtivos, antes perplexos com a incompetência e a ambiguidade dos dirigentes no poder. O simples anúncio da intenção do Governo de desfazer certos nós da legislação trabalhista já entusiasma o mercado. A possibilidade aberta pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) de que a negociação entre o empresariado e os representantes dos empregados seja reconhecida pela justiça trabalhista já criará um clima de confiança e aí voltam os investidores e com estes mais ocupações. Essa volta das inversões se fará mais rapidamente ainda caso o Governo efetive uma razoável redução da burocracia, como já foi feito no âmbito do Ministério da Agricultura.
- Nunca é demais lembrar que a volta da confiança na gestão de nossa economia ocorrerá mais efetivamente também com o combate à fraude, ao empreguismo nas administrações públicas, com a redução do tamanho do Estado e a conclusão das milhares de obras inacabadas espalhadas pelo nosso território.
- Há muita queima de gorduras a realizar, com economias vultosas para o Erário: mordomias, viagens desnecessárias, representações no exterior, privilégios injustificáveis de alguns setores da administração pública etc .
- Só a mitigação da onda de corrupção que assola o país – em pleno curso - já eleva o nosso potencial de crescimento. Vencida a batalha contra a impunidade – o que todos esperamos - o Brasil voltará ao caminho do pleno desenvolvimento. E o emprego elevar-se-á concomitantemente.
terça-feira, 27 de setembro de 2016
FALTA O LIVRO NEGRO DO GOVERNO DO PT
Tenho uma crítica de caráter técnico ao Governo Temer,
decorrente de omissão que futuramente será considerada lamentável pelo próprio Presidente.
Falha ainda passível de correção, em nome da transparência e do respeito à opinião pública.
Quando se assume um cargo em que os desmandos do antecessor
são evidentes, todo gestor de bom senso realiza, de imediato, uma auditoria que
permita – a quem interessar possa – avaliar o tamanho do estrago encontrado.
Diagnóstico útil, inclusive, como ponto de partida para as correções que se
fazem necessárias.
Temer deveria pedir a todos os seus Ministros um retrato dos
seus respectivos setores de atuação quando assumiram suas Pastas. A seguir,
consolidado e editado esse quadro trágico, deveria publicar os resultados do que eu denominaria
O LIVRO NEGRO DO GOVERNO DO PT. Para que o povo brasileiro soubesse, com
transparência, a devastação que o populismo irresponsável causou em nosso país
e melhor compreendesse a necessidade das indispensáveis reformas – nem sempre
agradáveis - que o Governo terá que
promover em sua tarefa de verdadeira salvação nacional.
Temer tem uma desculpa bastante aceitável para o fato de não ter tomado, imediatamente, a iniciativa dessa auditoria: o verdadeiro purgatório em que coexistiu, como interino, com o longo julgamento de Dilma. Agora, porém, o balanço se impõe e se torna urgente. Mãos à obra, Presidente!
Temer tem uma desculpa bastante aceitável para o fato de não ter tomado, imediatamente, a iniciativa dessa auditoria: o verdadeiro purgatório em que coexistiu, como interino, com o longo julgamento de Dilma. Agora, porém, o balanço se impõe e se torna urgente. Mãos à obra, Presidente!
quarta-feira, 31 de agosto de 2016
A VITÓRIA DA OPORTUNIDADE
Realizar uma Olimpíada em cidades do primeiro mundo, dotadas
das infraestruturas adequadas de transporte público e hospitalidade, capazes de
atender a uma grande demanda, é bem mais simples do que se colocava como
desafio ao nosso Rio de Janeiro. O desafio, porém, gerou uma grande oportunidade,
aproveitada de modo adequado em vários aspectos. Tomando Londres como exemplo, estávamos diante de uma cidade
rica onde o metrô tem mais de 100 anos e
uma enorme abrangência, além da perfeita integração com a malha ferroviária do
país. No Rio, por outro lado, colocava-se logo de início a dificuldade
estrutural da falta de transportes
públicos e do déficit de leitos. Foi
preciso construir essa malha viária e expandir a rede hoteleira.
Quando os três grandes eixos
de BRT e a linha 4 do Metrô estiverem operando a plena capacidade, após
a Paralimpíada, nossa Cidade do Rio de Janeiro será outra, mais valorizada e
sustentável. Transoeste, Transcarioca, Transolímpica e o Metrô ampliado pela
Linha 4 permitirão uma maior integração
de todo território carioca. Uma revitalização sem precedentes e uma melhoria decisiva
da qualidade de vida da população.
Agora, é pensar em melhorias e novas alternativas, exercer a
criatividade, aprender com exemplos bem sucedidos de outras cidades.
De início, deve-se complementar a integração do transporte de
massa com meios mais sustentáveis e ao mesmo tempo valorizar duas joias da
natureza carioca – as lagoas da Barra da Tijuca e a Rodrigo de Freitas -, o que é totalmente
viável. Os passos são óbvios: dragar, eliminar o despejo de esgotos, baixar a
poluição a quase zero e implantar linhas de navegação que tragam a
população em trânsito para as estações
da Linha 4 do Metrô às suas margens, a saber, Jardim Oceânico (no caso da
Barra), Jardim de Alá e General Osório (saída na Lagoa) em Ipanema.
Principalmente no caso da Zona Oeste, há uma grande população não atendida pelo
transporte de massa que poderia beneficiar-se da via aquática. A
operacionalização não terá óbices: em troca das respectivas concessões,
surgiriam muitas empresas candidatas a uma parceria público-privada sem ônus
para o erário. Pois essas linhas, além de servirem à integração mencionada,
atrairão os turistas interessados em conhecer parte fascinante de nossa cidade
de um ângulo diferente.
Outro tipo de integração, igualmente sustentável, pode ser
feita pela bicicleta e eventuais sucedâneos (triciclos e similares), que
complementariam o acesso de proximidade das populações residentes a certas
estações de metrô e BRT. Ciclovias e bicicletários com segurança precisam ser providenciados
para servir a esse fim.
Com o sucesso das Olimpíadas, o futuro do Rio de Janeiro como destino turístico de primeira grandeza está assegurado, garantindo a ocupação adequada e a economicidade dos novos hotéis construídos.
Há providências mais trabalhosas a tomar, certamente: construir algumas alças em estações viárias de integração, adquirir maior número de veículos para metrô e BRT, intensificar a captação de eventos internacionais e a propaganda do Rio no exterior etc Mas nada que seja tão difícil quanto o que foi realizado para viabilizar o sucesso das Olimpíadas. Mãos à obra, pois!
Há providências mais trabalhosas a tomar, certamente: construir algumas alças em estações viárias de integração, adquirir maior número de veículos para metrô e BRT, intensificar a captação de eventos internacionais e a propaganda do Rio no exterior etc Mas nada que seja tão difícil quanto o que foi realizado para viabilizar o sucesso das Olimpíadas. Mãos à obra, pois!
segunda-feira, 22 de agosto de 2016
ENTENDER O BRASIL É COISA PARA PROFISSIONAIS
Ao final, as Olimpíadas do Rio de Janeiro acabaram aprovadas
universalmente, depois de muito preconceito e inúmeras desconfianças
– algumas fundadas e outras inventadas.
a)
Quando dirigi o Centro Nacional de Recursos
Humanos (CNRH) do IPEA, o setor de
Assistência Técnica Internacional estava sob minha responsabilidade - pois a
vinda de peritos estrangeiros é uma forma de incorporação de talentos à força de trabalho do país receptor. O IPEA
tinha uma grande experiência própria, pelo fato de receber desde sua fundação
um grande número de especialistas do exterior para colaborar em nossos trabalhos de pesquisa e planejamento
econômico. O Brasil lucrou muito com o "know how" desses profissionais altamente qualificados, mas havia exceções. Em face da realidade
observada - não só no Brasil mas também em outros países subdesenvolvidos ou em
desenvolvimento – corria entre nós uma série infinita de estórias jocosas exagerando as trapalhadas daquele tipo de
especialista que chega a um país que não conhece e logo dá receitas “infalíveis”
para a solução de problemas seculares. A mais famosa delas dava conta de um “expert” enviado para missão na Argentina e que ainda
no aeroporto enviara um minucioso “report” sobre suas observações iniciais, já
com inúmeras sugestões operacionais. Ao buscar sua bagagem descobriu que
desembarcara no Uruguai...
b)
Outra experiência interessante de minha
juventude permitiu-me conhecer a redação de um dos maiores jornais brasileiros –
CORREIO DA MANHÃ – onde, Indicado pelo brilhante Janos Lengyel, escrevi durante 5 anos uma
coluna dominical sobre voleibol, esporte no qual ainda era um atleta atuante e
de ponta. Alguns “coleguinhas” contavam
fatos curiosos da cultura profissional vigente. Exemplo: sempre que faltava assunto
para a matéria obrigatória do dia seguinte, o jornalista recorria ao seu
fichário mental, escolhia um inimigo de estimação e fazia um libelo contra o
desafeto – que podia ser uma pessoa ou uma instituição.
A combinação de (a) e (b) explica a maior parte das matérias
dos jornais estrangeiros que asseguravam que as Olimpíadas do Rio seriam
calamitosas. Tom Jobim me disse certa vez que “entender o Brasil era coisa para
profissionais”. Tinha inteira razão.
sexta-feira, 22 de julho de 2016
LOUCO POR OLIMPÍADAS NO RIO DE JANEIRO
Praticante de esportes desde a infância, sou um apaixonado óbvio pelos magníficos
eventos que o Rio de Janeiro sediará em agosto e setembro de 2016.
Quis o destino que eu não tivesse o prazer de jogar nas
Olimpíadas. Meu esporte, o voleibol, começou a figurar nos Jogos em 1964, em
Tóquio, por força da pressão exercida
pelos japoneses, praticantes altamente qualificados na modalidade. Naquela
altura, embora ainda estivesse tecnicamente apto a fazer parte da seleção
nacional, eu já tinha um firme compromisso profissional, inibidor de maiores
voos esportivos. Eu era um amador puro e o voleibol, para mim, apenas uma fonte
de lazer, ao contrário de suas características atuais. Havia ainda um outro
fator, de considerável importância: durante cinco anos fui autor de uma coluna
semanal, aos domingos – sobre voleibol – no CORREIO DA MANHÃ, um importante jornal
carioca, com cobertura nacional. Minha vocação para o exercício sincero e
transparente da verdade, infelizmente,
prejudicava minha posição no voleibol, por colidir com os interesses de seus
dirigentes. Vai daí...
O maior evento multidesportivo e multinacional de que
participei foi o Pan-Americano de Chicago, em 1959. Uma experiência inesquecível, enriquecedora
da biografia de seus participantes. Nem me refiro à medalha de prata que
conquistei pela seleção brasileira de voleibol, uma honra vitalícia. Agradeço
eternamente pela simples participação, pela possibilidade de conviver, ainda
jovem, com pessoas de inúmeros países e conhecer um pouco de suas culturas, o
que me preparou para experiências futuras, nas inúmeras Conferências, Seminários e trabalhos de que participei,
representando o Governo do Brasil, o IPEA e o MOBRAL ou como Consultor da OEA, da UNESCO e da OIT.
Em Chicago tive ainda a honra de cumprimentar o grande homenageado do evento:
Jesse Owens, o maior atleta do século XX, que deu uma grande lição a Hitler,
anestesiado em sua ilusão de superioridade racial dos arianos. Por outro lado,
sofri com o assassinato do remador brasileiro Ronaldo Arantes, encontrado morto
a tiros em um parque próximo à nossa concentração na Universidade de Chicago e
até hoje envolto em mistério.
Quando dirigi o MOBRAL,
incentivei um de meus mais
talentosos colegas de trabalho - o
saudoso Sergio Marinho Barbosa – a escrever uma obra sobre as Olimpíadas para
nosso Programa Cultural, no âmbito do projeto de publicações para consolidar o
hábito da leitura de alunos, ex-alunos e participantes em geral. A decisão derivou do engajamento do MOBRAL no
movimento mundial “ESPORTE PARA TODOS” e da percepção da importância social,
política e cultural das Olimpíadas. Resultou dessa iniciativa uma trilogia de
excelente qualidade, cobrindo os períodos 1896-1912 (O MAIOR ATLETA DO MUNDO),
1920-1936 (O PULO DO GATO) e 1948-1956 (UM ROSTO EM AGONIA). Os três livros
foram muito procurados nos 3.150 Postos Culturais do MOBRAL e apreciados pela
clareza de sua redação e graças ao interesse do tema.
Em 2000, com Marisa e nossas filhas, tive o privilégio de conhecer Olímpia, o berço dos Jogos. Nosso navio ancorou no porto grego de
Katakolon e após uma perigosa viagem de
taxi, dirigido (???) por Andreas – um grego muito apressado – chegamos ilesos. Valeu o risco! Estar ali, naquele lugar
sagrado, onde nasceu uma das mais nobres e motivadoras atividades humanas, tão
importante na minha formação, foi uma emoção ímpar. Amplificada pela
beleza e magnificência daquele sítio
icônico, que marca um dos maiores e mais importantes passos na evolução da Humanidade. O museu vizinho,
que guarda parte das peças de Olímpia, como os frontões de alguns edifícios e
certas estátuas, tem uma beleza insuperável e um significado histórico
incomensurável. Ao ver o que restou do atelier de Fídias, o maior escultor
grego, que se deslocava para Olímpia à época dos Jogos, para produzir as
magníficas estátuas dos grandes atletas, ampliou-se minha percepção do
significado do magno evento.
Agora, como carioca, sinto-me um participante ativo das Olimpíadas, apenas por
estar aqui. Orgulhoso por essa conquista do Rio de Janeiro, cujo alcance muitas
pessoas parecem (ou fingem) ignorar. E
ajudarei em tudo que puder, recebendo bem os turistas, mantendo nossa cidade acolhedora.
Esse é o dever dos bons brasileiros.
O sucesso nas Olimpíadas pode mudar para melhor nossa Cidade
querida!
quinta-feira, 30 de junho de 2016
LES LOUPS SONT ENTRÉS DANS PARIS
Não ficamos em Montmartre - a Colina dos Mártires - conforme planejado. Preferimos outra Colina - Montparnasse, cujo nome homenageia o Monte Parnaso, da Grécia Antiga, onde residia Apolo com suas nove musas - um lugar em que ainda é possível viver "à parisiense", no qual não se tropeça nos turistas apressados, à busca dos pontos clássicos que "é preciso visitar" nas viagens para a Cidade Luz. Bairro em cujo cemitério famoso - o Cemitério de Montparnasse - repousa para sempre um dos mais admirados ídolos de nossa juventude: o ator e cantor SERGE REGGIANI. Cujo talento atingiu um de seus pontos máximos ao cantar a odisseia de Paris no decorrer da II Guerra Mundial, descrevendo a cobiça, a invasão e a ocupação pelas tropas nazistas (os lobos - les loups). Intrusos ao final derrotados, com a liberação da cidade mais amada de todos nós que compomos a chamada "civilização ocidental".
Agora, que os "lobos solitários" fazem de Paris seu alvo preferencial, é impossível não lembrar da canção profética de Serge Reggiani. Antes, os lobos eram as imbatíveis divisões Panzer de Hitler; agora, os lobos são os explosivos que vestem os peitos dos terroristas que não parecem conter corações.
Claro que visitamos Montmartre, subindo pelo funicular, admirando a Sacre Coeur e abordando a Place du Tertre, com seus pintores característicos. Descemos pelo outro lado, chegando ao metrô Abbesses , saltando na Ile de la Cite. Notre Dame, com o Sena metros acima de seu nivel normal. Depois fomos à Torre Eiffel, cercada de tropas embaladas, prontas para os terroristas. Mas isso passará e o sorriso da charmante Elvire renascerá!
terça-feira, 28 de junho de 2016
NÃO APAGARÃO A NOSSA TOCHA!
A tentativa canhestra de apagar a TOCHA OLÍMPICA conduzida a caminho
do Rio de Janeiro, atirando-lhe um balde d’água, lembrou-me o episódio daquele
louco de Atenas que impediu o maratonista brasileiro de conquistar sua justa
medalha de ouro, mas apesar de tudo não
conseguiu frustrar a missão original do nosso corredor: a chegada ao final da
mais emblemática prova, do maior dos
eventos esportivos mundiais.
Da mesma forma, ninguém apagará a nossa tocha e ela
iluminará e abrilhantará os Jogos Olímpicos de 2016 – OS NOSSOS JOGOS!
Aos que tentam sabotar as Olimpíadas com suas críticas e
afirmam fazê-lo em defesa dos interesses de nossa Cidade, que teriam sido
prejudicados para que o evento fosse realizado, cabe a pergunta: alguém acha
que o Rio de Janeiro vai ficar melhor se os Jogos fracassarem? Claro que não!!!
Então, torçam e ajudem para que sejam
um grande SUCESSO! Essa é a melhor e
única atitude possível para quem realmente ama nossa Cidade.
segunda-feira, 27 de junho de 2016
SOMOS TODOS TIME BRASIL
Sou um carioca inconformado com os graves problemas de nossa
Cidade. Mas sinto-me no dever de defendê-la contra a CAMPANHA GLOBAL que tentou
inviabilizá-la como sede das Olimpíadas. Campanha que fracassou quanto a esse
objetivo inicial mas persiste e pretende agora causar o maior dano possível ao evento. Inteligentemente,
a mídia utilizada se aproveita das debilidades reais – algumas conjunturais e
outras estruturais - de nossa Cidade, de modo que é difícil lutar contra ela. Essa
investida contra o Rio é cruel e não mitiga as críticas nem as coloca no
contexto em que estão imersas – para o bem e para o mal – todas as grandes
aglomerações urbanas do mundo moderno.
Já não há, neste início de século, grandes metrópoles sem problemas.
A repetição e o aprofundamento da expressão
concreta desses nossos problemas –
principalmente nas áreas de segurança e saúde - intensificou-se mais
recentemente na mídia estrangeira. Com boas ou más intenções, o fato é que essa
abordagem do lado negativo de nossa Cidade causa grandes prejuízos aos Jogos
Olímpicos e reduz o fluxo turístico – atual e futuro - para o mais procurado
ponto de entrada de estrangeiros que viajam para lazer em nosso país, acarretando
perdas econômicas consideráveis. Os que trabalham com o turismo carioca já
vivem um período de baixa, inesperado e só explicado pela repercussão daquelas
abundantes notícias negativas.
Em escala menor, o mesmo já havia ocorrido quando da
realização da COPA DO MUNDO DE FUTEBOL DE 2014, naquele caso envolvendo várias
capitais brasileiras. Uma campanha sórdida que de certa forma nos favorece
hoje, pois afinal tudo deu certo e a COPA foi um sucesso, com muita festa, permanente
confraternização dos torcedores dos países participantes e nenhuma violência. Assim, podemos dizer que o sucesso de 2014
repetir-se-á agora, apesar de todas
nossas dificuldades.
Brasileiros e especialmente
cariocas devem adotar o lema propagado pelo Comitê Olímpico Brasileiro
(COB) que serve de título a este blog: SOMOS
TODOS TIME BRASIL.
Independentemente da posição crítica individual em relação aos problemas de
nossa Cidade (e eles são muitos) e aos gestores de nossas três esferas
administrativas – municipal, estadual e federal – devemos ingressar em uma
equipe virtual que quer os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro bem sucedidos, exemplares,
projetando uma imagem positiva do Brasil que apesar de tudo está sendo
reconstruído. E não só isso: devemos ajudar,
na medida de nossas possibilidades, para que tudo dê certo. Atitudes no sentido
contrário são incompatíveis com a cidadania dos bons brasileiros e cariocas.
terça-feira, 10 de maio de 2016
PELA DESBUROCRATIZAÇÃO IMEDIATA
Nestes tempos de RECONSTRUÇÃO há algumas ideias do passado
que ainda podem ser muito úteis ao nosso país e devem ser revisitadas.
A DESBUROCRATIZAÇÃO é uma dessas ações mágicas: descomplica e poupa tempo;
reduz custos e incertezas e atrai investidores,
os quais, normalmente dotados de grande
objetividade, têm particular aversão – pela ordem - ao risco e à burocracia. E como
a maior necessidade do Brasil, a partir de agora, é receber novos investimentos,
afugentados pela desconfiança e a incerteza, as quais geram risco incalculável
e consequentemente insuportável, vale a
pena DESBUROCRATIZAR.
Não é de estranhar que após tantos anos de supremacia de
dirigentes esquerdistas, ferrenhos defensores da estatização, da tutela
governamental sobre todas as atividades, da fiscalização esterilizante, haja
muito o que desburocratizar em nosso país. Há várias causas para a burocratização,
todas elas presentes em nosso país, em maior ou menor grau, mas o viés
ideológico é extremamente importante.
O empreguismo no setor público é uma dessas pragas que dentre
outros grandes males – como o déficit fiscal - gera também burocracia. Funções,
instâncias, formulários e reuniões perfeitamente inúteis são criados e tornados
rotineiros para justificar a existência de funcionários igualmente
desnecessários. Quando há um visível
excesso de funcionários em alguma repartição, a própria necessidade de
sobrevivência ocupacional dos excedentes cria aquelas atividades burocráticas
que geralmente vão ampliar a “via crucis” dos pobres contribuintes que se
dirigem ao governo espontânea ou coercitivamente. Quando se sabe, agora, que há
490 mil servidores estaduais no Rio de Janeiro inadimplente, sendo quase 350
mil funcionários na ativa, cabe perguntar onde se escondem tantos deles,
invisíveis funcionalmente, já que sobram miríades de tarefas irrealizadas no território
fluminense. Ainda pior: a máquina estadual, embora repleta de funcionários
improdutivos, ainda delega muitas de suas atividades a ONGs, OSCIPs, OS (há
muita criatividade na criação desses apêndices lucrativos da atividade
governamental), as quais remunera generosamente, como se seus quadros próprios estivessem assoberbados e não
pudessem dar conta de suas incumbências.
Outra causa do excesso de burocracia é econômica. Faz-se
burocracia para gerar emprego e renda
para certas castas profissionais privilegiadas. Os cartórios são exemplos
clássicos. Exigências diversas como o reconhecimento de firmas, a autenticação
de documentos, a existência de algumas certidões são geralmente inócuas mas revelam-se
verdadeiras minas de ouro. E há outros
espécimes igualmente férteis e totalmente discutíveis como a vistoria de
veículos e prédios, algumas licenças esdrúxulas como as das quadras de voleibol
de praia etc que criam pagamentos às Prefeituras e Governos Estaduais - cujo custo
de arrecadação às vezes supera a respectiva receita.
Uma boa desculpa utilizada para burocratizar é a salvaguarda
contra a fraude, a corrupção e similares e a escalada que se segue à descoberta
de que os cuidados até então vigentes não impediram, aqui e ali, a prática
delituosa. Em face dessa descoberta, cria-se uma ou mais “barreiras à infração” e assim se vai
adiante, progressivamente, inventando cada vez mais entraves burocráticos e
ocupando mais funcionários. Geralmente não se consegue sucesso nessa empreitada
de prevenir infrações, como se pode depreender do panorama nacional, maculado
pela corrupção em doses descomunais, posta a descoberto nos últimos tempos.
Outra grande vantagem da DESBUROCRATIZAÇÃO, estratégica
nesta conjuntura de crise, é seu custo modesto. Mas os benefícios que a redução
da burocracia pode criar, em certos casos, são ponderáveis e sobretudo resultam
em clima propício ao investimento e ao empreendedorismo.
Helio Beltrão foi o campeão da ideia de desburocratizar
nos anos 60 e 70. Era um homem público inteligente, extremamente simpático, de
bem com a vida, seresteiro tocador de violão, de uma família de políticos da
classe média da Tijuca. Tive o prazer de trabalhar no IPEA quando ele foi
Ministro do Planejamento. Em meu benefício, aliás, Helio Beltrão transformou o
Setor de Educação e Mão de Obra do IPEA, que eu coordenava, em CENTRO NACIONAL
DE RECURSOS HUMANOS (CNRH) e me nomeou Secretário Executivo do novo órgão.
Beltrão, com sua sensibilidade de político, percebeu que
eu estava recebendo alguns convites para trabalhar no exterior e seduziu-me com
a criação do novo órgão.
Pena que o Brasil não deu continuidade às ideias de
desburocratização de Beltrão, o que mostra a força dessa verdadeira praga que
parece seduzir nosso “establishment”. Beltrão era respeitado e influente. Foi o
civil que mais vezes ocupou o cargo de Ministro nos governos militares:
Planejamento, Desburocratização, Previdência, além de ter sido Presidente da
PETROBRAS. Ainda assim pouco conseguiu em sua cruzada contra a burocracia.
Agora, porém, com a escassez de recursos financeiros e a
necessidade de apresentar resultados rapidamente, o novo Governo pode tirar
grande proveito da ação desburocratizante.
sábado, 30 de abril de 2016
É TEMPO DE RECONSTRUÇÃO E SANEAMENTO
Neste momento, RECONSTRUÇÃO é a palavra de ordem para todos os cidadãos e instituições comprometidas com o desenvolvimento do Brasil e o bem estar de seu povo. Não há como negar tal contribuição, em meio à mais profunda crise, com 11 milhões de desempregados, caos nas finanças públicas, economia em recessão profunda, inflação elevada e desesperança generalizada.
Nosso país está pior do que o avião em pane da velha estória: é preciso prosseguir, consertá-lo em
pleno voo e levar os passageiros a seu destino. Infelizmente,
além de tudo, a aeronave está cheia de sujeira (o entulho do petismo) e é
indispensável alijar esse peso morto e nauseabundo.
Observo o agravamento da crise em nosso país através da ótica das estatísticas de desemprego, as quais dizem muito e vão confirmando as previsões
feitas em meus blogs anteriores. As taxas não param de crescer, aterrorizando a
opinião pública brasileira: já são mais de 11 milhões de desocupados, com suas famílias desesperadas, passando necessidade.
Em contraponto, um desgoverno impotente, indiferente a esse que é o maior flagelo social
de nossos dias.
Mas há esperança no ar: a proximidade da alternância no
poder! O novo Governo terá porém um árduo trabalho a realizar. Após o
país livrar-se do domínio da República Sindicalista do PT virá o indispensável
saneamento de sua herança maldita, concomitante ao TEMPO DE RECONSTRUÇÃO! Consertar o avião em pleno voo, remover as
cargas nocivas e continuar voando – eis
a tarefa.
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RECONSTRUÇÃO
Em julho de 1944, reunidos em Bretton Woods, New Hampshire, 730 delegados de 44
países Aliados instituíram os
mecanismos componentes do sistema
econômico e financeiro que deveria permitir,
às várias nações do mundo, renascer do pesadelo decorrente da II Grande
Guerra: o FMI, para regular o sistema monetário internacional e o Banco
Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) – o Banco Mundial –
para financiar projetos econômicos e
sociais prioritários. Enfrentamos situação parecida! O Brasil, nas próximas
semanas, interromperá um processo tão devastador quanto uma gigantesca
guerrilha intestina, a qual corroeu nossa economia, arrasou as finanças
públicas, desmoralizou os mecanismos de financiamento do desenvolvimento e sistematicamente
tentou promover a divisão dos
brasileiros como estratégia de manutenção do poder. Afastado o PT do poder,
impõe-se a união dos brasileiros conscientes para promover a reconstrução de
nossa economia e de nosso equilíbrio financeiro, tal como ocorreu, a nível mundial, no período de pós-guerra. Em analogia, dar autonomia ao Banco Central e mandato a sua Diretoria. Ao mesmo tempo, reavaliar toda política de injeção de recursos e financiamento do BNDES, rebatizando-o como Banco de Reconstrução Nacional.
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O “IMEXÍVEL” DO BRASIL PÓS-PT
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O “IMEXÍVEL” DO BRASIL PÓS-PT
Simpatizar ou não com o PMDB, no momento, é uma questão
secundária. O importante é estabelecer pré-condições mínimas e identificar se há, no novo Governo, o desiderato de
tirar o país do abismo. Parece que essa intenção é visível. Há um documento
básico de qualidade, embora genérico – o PONTE PARA O FUTURO – e alguns nomes aventados
para participar do primeiro escalão são adequados. Henrique Meirelles, nos
planos nacional e internacional, tem todo um passado de competência comprovada,
credenciando-o a assumir o comando de nossa economia. Na área social
vislumbra-se a atuação intelectual do especialista Ricardo Paes de Barros, um dos idealizadores do programa Bolsa Família, autor de
inúmeros trabalhos de excelente qualidade e com um profundo conhecimento das
características da população brasileira mais carente - aquela que necessita
maior atenção na crise.
Nestes tempos de impeachment é inevitável lembrar
de Collor, o qual subiu ao poder com o mesmo discurso de honestidade do
falecido PT. E que, como o PT, foi
destronado por força da prática de corrupção, aliada a uma incompetência
invulgar para gerir os destinos do país.
No Governo de Collor – a exemplo da ascensão do PT - surgiram
muitas inovações. Algumas muito ruins, inclusive
na escolha de seus Ministros. Collor empossou alguns deles apenas por serem “bons
de marketing”. Como resultado, fizeram muita espuma mas pouco ou nada de
proveitoso realizaram. Nessa linha, Collor nomeou um Ministro do Trabalho cujo
mérito era ser sindicalista – à época, a opinião pública brasileira ainda não
estava acostumada com essas figuras popularescas que nos anos de Lula e Dilma
mandaram e desmandaram em nosso pais (aliás,
justiça lhes seja feita, pródigos que foram
principalmente nos desmandos).
Magri, o tal Ministro do Trabalho, criou o neologismo
“imexível” - que caiu no gosto da mídia e que durante muito tempo passou a ser
um vocábulo irremovível (ou seria imexível?) de nosso cotidiano político. Esse
neologismo ocorre-me agora, por ajustar-se perfeitamente a dois ícones da vida brasileira
na atualidade: a Operação Lava Jato e o Programa Bolsa Família. Pois antes de tudo, na reconstrução, para gozar da confiança da população, o Governo
TEMER precisa definir seu apoio incondicional à Operação
Lava Jato e ao Programa Bolsa Família. Sine qua non!
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O SANEAMENTO IMPOSITIVO
A revelação dos atuais ocupantes do poder de que não farão a
transição com o futuro Governo, inclusive com ameaças de “queima de arquivos”,
justificará e mesmo obrigará os novos gestores a fazer um saneamento preliminar
da máquina operacional do poder público federal e seus apêndices. Assim, antes
da reconstrução, será preciso levar a efeito um processo de cuidadosa
higienização, para evitar sabotagem e outras práticas similares por parte dos
petistas recalcitrantes, suas milícias rurais e urbanas, suas ONGs amestradas,
seus meios acadêmicos, midiáticos e artísticos muito bem remunerados para
disseminar o proselitismo radical de esquerda. Aliás, ao interromper o fluxo de
recursos financeiros e materiais para essas hordas mercenárias, seu entusiasmo
murchará rapidamente e os caminhos da normalidade estarão reabertos. Mas pode-se confiar no profissionalismo do PMDB para essa operação profilática.O SANEAMENTO IMPOSITIVO
sexta-feira, 22 de abril de 2016
A CICLOVIA DA MORTE NA GRUTA DA IMPRENSA
Infelizmente aconteceu! Nosso Rio de Janeiro sofreu com mais uma tragédia de
repercussão mundial, marcada pela perda de preciosas vidas humanas e representando um sério revés
no prestígio da cidade, em um momento muito delicado. A ciclovia em frente à Gruta da Imprensa ruiu.
Quando passei pela Avenida Niemeyer com minha mulher, Marisa, e pela primeira vez percebemos que
estava surgindo a construção de uma ciclovia do lado do mar, ela logo disse:
isso não vai prestar, vai morrer gente aí! E eu completei seu lamento, observando que perderíamos uma bela e tranquilizante vista,
quando da passagem pela Niemeyer, nas idas e vindas da zona sul. A ciclovia obstruiria a paisagem considerada uma das marcas do Rio de Janeiro – algo como é a Costa Amalfitana para a Itália. A obra era uma
decisão incoerente, para uma Prefeitura que estava derrubando a gigantesca,
caríssima e estratégica Avenida Perimetral, exatamente com o argumento de que o
faria para resgatar... a vista do porto!
Marisa tinha razão, pois em criança, com seus pais e seus irmãos, costumava
visitar a Gruta da Imprensa e sabia que
as ondas daquele local específico do
costão tinham uma força extraordinária, nas costumeiras ressacas de outono e
começo de inverno. Nesses dias de mar agitado, a visita à Gruta da Imprensa era
proibida e havia um guarda para alertar os passantes sobre o perigo.
Aquele lugar era então um ponto turístico importante do Rio
de Janeiro. Atração perdida pela favelização da região e pela falta de
segurança para os eventuais visitantes.
Eu também fui, na infância, um frequentador habitual da
Gruta da Imprensa, pois meu pai gostava muito de parar lá, nas idas de nossa
família a São Conrado, para visitar os amigos José e Guiomar, donos do Hotel
Pedra Fenícia da Gávea. Descíamos a escada, entrávamos na gruta escavada pela
erosão marinha, escutávamos o curioso barulho surdo do bater das ondas e certa
vez até fizemos um piquenique por lá. Apreciávamos os imensos e sólidos pilares
do Viaduto do Rei Alberto – que emolduram a caverna e lá estão, firmes, há um
século, alicerçando o pavimento da avenida, indiferentes à força das ondas mais
violentas. Uma boa construção, robusta para resistir um milênio. Dessas que não
se fazem mais...
Algumas vezes não podíamos parar: as ondas gigantescas atemorizavam,
molhavam os carros estacionados na Niemeyer e o jeito era passar direto. Se
nossos gestores soubessem... se
conhecessem melhor a cidade... Mas o Brasil é um país sem memória. E poucos se
preocupam em resgatá-la! Ou procurar conhecê-la. Pena! Pois acreditem: as recordações do passado têm
muito valor. Embora nem sempre reconhecido...
Quando fui Presidente do MOBRAL, sugeri certa vez que as
pessoas mais velhas, das localidades
onde se situavam nossas classes, deveriam ser convidadas às salas de aula para
dar um depoimento sobre as origens e o passado daquelas comunidades. Coisa
típica do MOBRAL. Era um reconhecimento merecido da
importância social dos idosos. E um tipo de atividade cultural que se
revelou um sucesso. Os mais velhos têm uma contribuição interessante e valiosa
para o autoconhecimento das comunidades e suas estórias motivavam os alunos.
Agora, após o desastre, a Prefeitura aventa a possibilidade
de consultar os cariocas sobre o destino que deve dar à ciclovia. Nunca é tarde
demais, certamente, mas se os moradores mais antigos da região tivessem sido
ouvidos antes do início da obra, talvez essa ciclovia nem tivesse sido construída do lado do mar, no
costão rochoso dos Dois Irmãos. E se assim fosse, para a admiração daqueles que chegassem ao
Rio de Janeiro pelo mar, ainda brilharia essa
visão magnífica da esquecida Gruta da Imprensa, que a foto de Gyorgy Szendrodi,
publicada no excelente site de André
Decourt, intitulado “Foi um Rio que Passou”, nos mostra em seu esplendor, no
início dos anos 70. Quando os cariocas ainda sabiam que ela existia e era
linda! Agora, a gruta da minha infância é apenas a testemunha eloquente de uma tragédia imperdoável.
quinta-feira, 14 de abril de 2016
DE VERDE E AMARELO EU VOU! NÓS, BRASILEIROS, VAMOS!
Roberto Campos estava muito doente à época em que tramitava o pedido de impeachment do
Presidente Fernando Collor. Mas no dia da grande votação, o deputado cumpriu
seu dever: com enorme sacrifício físico, em cadeira de rodas, adentrou o
plenário e sob aplausos retumbantes pronunciou seu voto -
pelo Brasil - a favor do impedimento. Roberto Campos criava assim um “imperativo categórico” para
os congressistas que honram seus mandatos: ir em qualquer circunstância sempre que
o Brasil precisar.
Não há desculpa para quem faltar à votação do impeachment.
Os ausentes estarão perfeitamente identificados em um de dois grupos: (1) ou são a favor dos
governos do PT, de Lula e Dilma – enfim,
disso tudo que aí está - ou (2) foram
cooptados pelo “chefão” no hotel da tulipa dourada. Esta semana mesmo, Roberto Jefferson, em entrevista memorável à
TV, contou que Lula não busca aliados:
quer “prostitutos”, aos quais compra para que obedeçam cegamente.
Em qualquer dos dois casos, esses políticos ausentes devem ser olhados pelos eleitores
como traidores dos interesses do Brasil e de seu povo, como cúmplices do
desgoverno que acoberta a corrupção, malbarata nossos impostos, fomenta a
inflação, amplia o desemprego e agora corta programas sociais, minados pela
disseminação da fraude, usada amplamente como instrumento eleitoral.
Afortunadamente, Roberto Campos sobreviveu àquela doença e
ainda nos brindou com alguns anos de agradável convívio. Comentou comigo, certa
vez, que aquele dia no Congresso foi singular em sua vida pública: ao ser
aplaudido, sentiu-se um político amado, popular. Uma ocasião rara, pois
enquanto Ministro do Planejamento - de
meados de 1964 a março de 1967 – foi permanentemente criticado na imprensa,
pelas medidas de sacrifício que o governo Castello Branco teve que adotar para
remediar o caos estabelecido durante a presidência ruinosa de Jango Goulart.
A situação política e econômica do Brasil antes de 31 de março de 1964 era muito
parecida com a que vivemos hoje: imperavam a baderna, a falta de segurança, o
desemprego dos trabalhadores, o fechamento
das empresas, havia agitação nas ruas e invasões de terras particulares no
campo - todo esse conjunto negativo dentro de uma orquestração de assalto ao
poder pelos comunistas, que pregavam a
sublevação e os motins nas forças armadas e eram apoiados em sindicatos-pelegos
que marchavam desafiadoramente com suas bandeiras vermelhas. Mas o brilhante Governo Castello Branco, do
qual Roberto Campos foi uma espécie de Primeiro-Ministro, colocou o país no
caminho certo e o Brasil em pouco tempo tornou-se a sexta economia do mundo.
Um dia, em uma reunião, eu me queixava da crescente “esquerdização” que acometia a sociedade brasileira,
incentivada pelo governo, orquestrada pelo professorado e os meios acadêmicos e
propagandeada pela mídia e a classe
artística, lançando mão de sofismas, mentiras e reescrevendo a história. Fui interrompido
pelo sábio Roberto Campos. Ele me disse
que não tinha jeito: nos 20 anos
seguintes o Brasil seria governado pelos esquerdistas,que iludiriam o povo, com suas promessas irresistíveis, até que um deles faria
tantas asneiras que arruinaria a economia e sofreria um naufrágio
político definitivo, de graves consequências. Profético, só errou ao nomear o
responsável pelos desmandos, que acabou sendo uma dupla sinistra: Lula-Dilma. Com o PT,
encerrar-se-á esse ciclo trágico da vida nacional.
Minha mãe, portuguesa, costumava recitar-me o provérbio de
sua terra: “não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe”. E assim
tem sido. Neste momento vivemos a
expectativa de um futuro governo equilibrado, no qual se possa ter confiança e
sobretudo esperança.
Dia 17 de abril, eu também vou, de verde e amarelo! Vamos todos,
para comemorar a democracia!
segunda-feira, 4 de abril de 2016
O CULTO AO DESEMPREGO OCULTO
Eu preparava um blog sobre a mistificação feita em relação
às estatísticas de desocupação no Brasil. De repente, uma reportagem de TV mostrou-me o desespero das famílias infelicitadas pela perda do emprego por seus membros. As
consequências terríveis foram realçadas: acúmulo de contas a pagar, inadimplência, queda
abrupta no padrão de vida, perda do plano de saúde, incapacidade de manter os
filhos nas escolas de sua escolha e uma constelação de outros problemas. Muito
mais eloquentes do que tudo que eu possa vir a escrever, aqueles dramas humanos
compõem um quadro extremamente penoso, em um país que bem poderia estar em
situação mais confortável. De qualquer forma, não posso omitir-me no tocante à desinformação que corre à solta pelo Brasil. Concentrado na
luta pela manutenção do poder - que lhe escorre pelas mãos politicamente
inábeis e maculadas pelos inúmeros escândalos que brotam em múltiplos setores
da vida nacional – o Governo embaralha toda informação que lhe é desfavorável. É
o caso do mercado de trabalho.
Na última campanha presidencial, o marketing de Dilma bateu
fortemente no Governo FHC, até então recordista absoluto do desemprego no Brasil pós-guerra.Seu
adversário tucano não teve competência para desvincular-se dessa herança
partidária maldita. O problema, porém, é que neste momento a República Sindicalista do
PT já ultrapassou amplamente seus ex-governantes rivais na destruição de empregos
e as perspectivas são sombrias, antevendo-se
grande sofrimento futuro para a classe trabalhadora brasileira, pelo
menos enquanto faltar-nos uma política
de emprego eficaz.
A solução marota consiste em não informar com clareza a opinião pública, em relação às
estatísticas de desemprego no Brasil. A mídia, a qual não dispõe de
especialistas em mercado de trabalho – que
aliás faltam até nos quadros governamentais – está submetida a um excesso de dados parecidos, de fontes
diversas, nem sempre claramente explicados em seus detalhes. Daí, acabam
gerando para seu público uma
tremenda confusão em torno do assunto.
O IBGE mascara a
realidade e confunde-nos quando insiste na divulgação da inútil PME (Pesquisa
Mensal de Emprego) - que cobre apenas 6 (seis) regiões metropolitanas do país e
que há anos deixou de ser relevante. Ao dar publicidade aos resultados da PME de
fevereiro de 2016, que mostram um desemprego de apenas 8,2%, muito abaixo da
desocupação no país como um todo, o IBGE agrada seus patrões e não explica claramente
à mídia o verdadeiro significado e as limitações desses dados.
A confusão do público leigo foi agravada ainda mais pelo
fato de a PME ter sido divulgada na
mesma semana que a PNAD Contínua
relativa ao trimestre de novembro de 2015 a janeiro de 2016, a qual registrou a
taxa média de 9,6% de desemprego para o Brasil como um todo, portanto mais
representativa e bem superior à encontrada na PME . Mas a confusão entre as duas estatísticas
persistiu.
Os analistas qualificados sabem que neste mês de abril, pelo
ritmo crescente recentemente observado, a desocupação já ultrapassou 10%
largamente e já existem quase 11 milhões
de desempregados no país. Mas isso não é lembrado.
Para aumentar ainda mais a confusão patrocinada pelo
aparelhado IBGE, o Ministério do
Trabalho soltou na mesma semana os preocupantes dados do CAGED (Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados), de abrangência nacional, registrando a perda de 104.582 postos de trabalho formal em fevereiro de 2016, que se somam aos 99.694
destruídos em janeiro e aos 596 mil desaparecidos em dezembro de 2015. Um
trimestre com 800 mil empregos que foram para o ralo pela falta de confiança
dos investidores e empresários em geral. Diagnóstico que o Governo finge não ter feito.
Há muita coisa oculta no mundo do trabalho em crise de nosso
país. Será que falta pesquisa ou apenas falta vontade de divulgá-las?
No início de 2015 o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) anunciou que o contingente de trabalhadores domésticos voltara
a aumentar, tentando ocultar a triste realidade: a PEC das Domésticas destruiu o vigor do
mercado de trabalho doméstico no Brasil, além de infernizar a vida
principalmente das famílias que têm crianças e idosos necessitados de cuidados
específicos. Segundo o IBGE, “ao todo,
6,019 milhões de pessoas estavam nesta condição de ocupação no primeiro
trimestre de 2015, contra 5,929 milhões em igual período do ano anterior,
segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua”. O que o IBGE não disse então é que na realidade ocorreu a substituição
maciça de empregadas domésticas de tempo de integral por duas ou até três
diaristas, que não estão sujeitas aos rigores e exageros da nova legislação,
nitidamente populista, aparentemente visando agradar ao imenso universo desse
tipo de trabalhadores. Segundo estudo com dados de 2010, feito em 117 países
pela Organização Internacional do
Trabalho (OIT), o Brasil tinha 7,2 milhões de empregados domésticos, sendo 6,7
milhões de mulheres e 504 mil homens. Aparecia então como o país com a maior
população de trabalhadores domésticos do mundo em números absolutos. Hoje há pouca demanda de domésticos, a
informalidade é superior a 60% e as famílias mandam suas crianças para as
creches privadas – o Governo prometeu 6
milhões de creches e não cumpriu – e os idosos vão morrer nos asilos também
particulares. A PEC das Domésticas, uma legislação que já nasceu falida,
configura uma política pública equivocada. Mas como muitas outras coisas - no
Brasil da República Sindicalista – permanecerá intocada, infelicitando nosso
povo, até que uma radical mudança política ponha o país de novo no caminho do
desenvolvimento sustentável.
domingo, 20 de março de 2016
ESTACIONANDO NA VAGA DO DESEMPREGO
A situação do mercado de trabalho brasileiro é crítica e
tende a agravar-se ao longo de 2016, enquanto persistirem as crises de fundo
político, a falta de confiança e a concomitante deterioração da economia do país. No Brasil como um todo há
mais de 10 milhões de desempregados; em 2015, cresceu em 1 milhão o número de
novos informais desesperados, com rendas
muito baixas, provenientes de uma perda de empregos formais que superou 1,5
milhão nos últimos 12 meses.
A PNAD Contínua do último trimestre de 2015, catastrófica - mas
que ainda vai piorar - trouxe porém uma
boa notícia para o caso específico da Cidade do Rio de Janeiro, em que foi registrada
a taxa de desocupação de 5,2% - a menor dentre todas as Capitais do
país. É claro que essa posição privilegiada do Município se deve às suas concorridas
festividades de fim de ano e às obras e demais preparativos para as Olimpíadas e Paraolimpíadas que se
realizarão em agosto e setembro de 2016. Em fins de dezembro e em janeiro houve muitas
demissões e a taxa já aumentou um pouco. Mas a grande inquietação dos cariocas está
no futuro e se refere ao período posterior
à realização daqueles eventos esportivos e da extensão de seus efeitos - que ainda
perdurarão por algum tempo. A principal pergunta talvez seja: a cidade tornar-se-á um polo turístico de
dimensão mundial após essa fabulosa janela de oportunidades que as competições
esportivas lhe propiciaram?
Creio que as Olimpíadas serão um sucesso, que o Rio de
Janeiro vai brilhar e que serão criadas condições para a continuidade do fluxo
turístico. Ainda mais que com o real desvalorizado o Brasil tornou-se barato para os turistas em
geral. De todo modo, há muitos fatores condicionantes em jogo e essas
expectativas podem malograr. Para evitar um colapso econômico como o que assola
o Estado do Rio de Janeiro, a cuja gestão faltou planejamento, toda cautela é
desejável.
Preocupa o fato de parecer que a Prefeitura da Cidade do Rio
de Janeiro, pelo menos aparentemente, não faz essa mesma leitura. Caso a
administração municipal consultasse o CAGED, levantamento do Ministério do
Trabalho, verificaria que o Município
perdeu 82.705 empregos de carteira assinada ao longo do ano de 2015 e que em
janeiro de 2016 aí desapareceram mais 14.505 postos de trabalho, mantendo a tendência
de colapso da oferta no mercado laboral. Em 13 meses, o Rio perdeu 97.210 empregos formais. Somados os resultados
de 2013 e 2014, o Município havia criado
70.751 postos de trabalho com carteira assinada e assim já regrediu para o
nível de emprego de 2012, embora a população continue crescendo e principalmente
os jovens amargando uma enorme taxa de desocupação.
Em momentos como o atual, um bom gestor público deve refletir
profundamente sobre suas escolhas de investimento, evitando medidas que reduzam
a oferta de trabalho. Ao contrário, suas opções devem ser sempre a favor da
criação de empregos. Infelizmente, a Prefeitura do Rio de Janeiro está lançando
um edital para instalar parquímetros na cidade, ameaçando com a desocupação 5 (cinco) mil trabalhadores que operam os estacionamentos da CET-Rio. Nestas alturas, privar
mais cinco mil famílias de suas modestas rendas será um desastre social de
grande impacto.
Esse negócio deve ser bem acompanhado pela opinião pública
pois envolve muitos aspectos discutíveis.
Como bom e velho carioca, vou fazer uma previsão sombria, a
qual poderá ser checada se o projeto resultar. Como parquímetro não toma conta
de carro, só engole o dinheiro, nós, motoristas, vamos pagar duas vezes pelo estacionamento: uma
vez para a companhia que vai explorar os equipamentos e a outra para o
tradicional “flanelinha” que surgirá do nada e vai sussurrar em nosso ouvido
que naquele local “estão arranhando tudo que é carro, doutor...”
terça-feira, 8 de março de 2016
POPULISMO: O FLAGELO DO POVO BRASILEIRO
O desastre da economia brasileira (PIB negativo de 3,8% em 2015) se explica pela supremacia da República Sindicalista que assumiu o poder em nosso país desde 2003. Praticando o populismo mais desenfreado, os petistas corromperam e mentiram desde a primeira hora, conduzindo o país para o abismo e infelicitando principalmente os mais pobres. Exatamente aqueles que os populistas diziam querer beneficiar e que apenas enganavam, em busca de seus votos. O processo de alienação, conduzido pelo populismo, está perfeitamente descrito no vídeo, com simplicidade e clareza, por Gloria Alvarez, representante da Guatemala no Parlamento Iberoamericano, reunido em Zaragoza
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
O BIQUINI DO IBGE DO E... NO EMPREGO
Roberto Campos – com quem tive o prazer de trabalhar
e conviver por muitos anos - costumava lembrar com fina ironia que “a
estatística é como o biquíni: o que mostra é sugestivo mas o que esconde é essencial”. Economista
formado nos Estados Unidos, Campos recordava a feliz imagem criada pelo
professor Aaron Levenstein: "Statistics
are like a bikini. What they
reveal is suggestive, but what they conceal is vital.”
Acredito na Estatística e a formação acadêmica de
engenheiro me permite dominar alguns conceitos (probabilidade, teoria dos erros,
grau de fidedignidade etc) que
relativizam adequadamente sua valia. De todo modo, considero-a muito importante para o processo de tomada de decisões, uma ferramenta valiosa de gestão democrática e um instrumento
inigualável para a formação de uma opinião pública consciente.
Creio que a má fama da Estatística como elemento de embuste e embromação – especialmente na atividade política - se deve quase exclusivamente a
maus profissionais que se aproveitam do
fato de a população ser constituída de leigos, não iniciados em números, para distorcer a
realidade e iludir eleitores.
Hoje, constatei satisfeito que boa parte da mídia divulgou
com precisão os resultados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) de janeiro de
2016, ressaltando que a taxa de
desocupação nela estimada, de 7,6%, se refere apenas a 6 (seis) Regiões
Metropolitanas e não ao Brasil como um todo, onde o desemprego já deve estar na
casa dos 10%. A PME cobre um universo de
apenas 25 milhões de trabalhadores e o país como um todo tem uma força de
trabalho superior a 102 milhões.
Infelizmente, essa transparência geralmente não
prevaleceu no passado e a divulgação da taxa de desemprego da PME era
apresentada na mídia como a TAXA DE DESOCUPAÇÃO DO BRASIL, desinformando a
opinião pública e minimizando um dos grandes problemas que já flagelam nosso
povo, especialmente o mais humilde, desde 2014.
O IBGE- que deveria ser um órgão técnico e não político - tem grande culpa nessa confusão, até pelo
fato de insistir em realizar uma
pesquisa – a PME - que já caducou há muito, desde quando se deu uma relevante desconcentração da produção, com interiorização da indústria e dos serviços, antes limitados aos grandes
centros urbanos e suas cercanias. Meio sutil do IBGE do E para confundir os leigos e mascarar as altas taxas de desocupação. A PNAD Contínua foi implementada pelo órgão com um atraso de muitos
anos. Os governos das duas últimas décadas, igualmente culpados, continuaram
subsidiando – com o dinheiro dos contribuintes, como eu e você – algumas pesquisas de emprego totalmente
inúteis, que usavam conceitos errados, com fins políticos, financiando as
chamadas “ONGs amigas” e mantendo apenas
os empregos de seus fiéis servidores. Assunto que abordei em blogue tempos atrás.
Como o desemprego está crescendo fortemente e levando ao desespero
muitas famílias brasileiras, é preciso redobrar a atenção da opinião pública em
relação às respectivas informações.
Neste momento, por exemplo, os analistas aguardam ansiosos
os dados do CAGED do Ministério do Trabalho para janeiro de 2016, que normalmente
seriam divulgados em meados do mês e até agora não vieram a público. Infelizmente,
analisando o retrospecto de incompetência e politicagem reinantes, os resultados, sendo ruins, só sairão na
sexta feira (26/02/2016) à tarde, pois os marqueteiros governamentais sabem que há
poucos noticiários e comentários no sábado e domingo, minimizando a repercussão
negativa. Truque para lograr os amadores no ramo.
Mas finalizo abalando a crença na Estatística, lembrando que meu
amigo Mario Henrique Simonsen viveu uma fase (eu também sofri a minha) em que tinha
pavor de viajar de avião. Ia, cumpria seus compromissos, mas sofria. Um dia,
tentando sua conversão a “amigo do ar”,
lembrei a Simonsen que ele era um excepcional matemático e que a Estatística
ensinava que a probabilidade de acidente com um voo já era baixíssima naquela época, de 1:36.000.
De imediato, Mario respondeu que não era “grande número” e que se aquele seu
avião caísse ele estava perdido...* Biquini!
*No Reino Unido, um estudo mostrou que atualmente a probabilidade
de acidente aéreo é de 1 em 67.000 voos.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
"DANDO BOLA" AO DESEMPREGO
O Clube dos Caiçaras, fundado em 1931, é um complexo de
lazer na Lagoa Rodrigo de Freitas que ocupa uma ilha situada em frente ao
Jardim de Alah, o qual margeia o canal que separa Ipanema do Leblon. É um daqueles patrimônios valiosos que
tornam essa região do Rio de Janeiro –
deitada aos pés do Cristo Redentor - extremamente charmosa e encantadora. O Caiçaras foi a inspirada
criação de algumas famílias do bairro, dentre as quais a do sociólogo Marcos
de Carvalho Candau, cujo patriarca Jarbas de Carvalho foi também fundador da ABI. Pioneirismo a que devemos
agradecimento eterno.
Fui sócio do Caiçaras
na década dos 70 e lá desfrutei de maravilhosos momentos com minha família.
Antes disso, já frequentara
eventualmente sua piscina, seus bailes e jogara futebol de salão e voleibol em
seu ginásio. Lembro-me bem, desde
sempre, da garotada que agilizava os jogos de tênis, devolvendo com presteza as
bolas aos sacadores – os “boleiros”, na gíria dos tenistas. Equivalentes aos
“gandulas” do futebol.
Os “boleiros” do Caiçaras estão no centro de uma polêmica,
definidos como vítimas do cruel trabalho infantil e proibidos de continuar a
atuar no clube sem o vínculo de “menor aprendiz”. Estão na rua, sem renda,
comida e assistência médica e odontológica que o clube provia.
Não é nada confortável a situação do Brasil na área de
trabalho. Grosso modo, de acordo com a PNAD Contínua relativa ao trimestre de
setembro a novembro de 2015, dos 165 milhões de brasileiros em idade de
trabalhar (PIA), apenas 101 milhões participavam da força de trabalho. Destes, 92 milhões estavam ocupados e 9 milhões
penavam procurando emprego.
Dentre os 92 milhões
ocupados há 56 milhões de empregados
(10 milhões sem carteira assinada), 4 milhões de empregadores, 6 milhões
de trabalhadores domésticos, 23 milhões de trabalhadores por conta própria e quase
3 milhões de auxiliares não remunerados de suas famílias.
Há, portanto, cerca de 64 milhões que não participam do
mercado de trabalho. Estão nesse grupo os estudantes (46 milhões no total) e membros
das 14 milhões de famílias que vivem
do Bolsa Família e outras transferências de renda de cunho social.
Todos os países devem objetivar a universalização do
trabalho decente, conforme definido pela OIT e têm a obrigação de coibir a
atividade infantil degradante. Mas no Brasil atual a prioridade é criar emprego
e não destruí-los. E na gestão pública devem sempre prevalecer o bem comum e o
bom senso. Se a atividade dos “boleiros” do Caiçaras for coibida, corremos o risco, em
breve, de assistir à autuação das “escolinhas” de vôlei, futebol, boxe, judô
etc etc etc e respectivas ONGs como perigosos antros
de exploração do trabalho infantil.
E não haverá espírito esportivo que possa suportar uma
insanidade desse teor do nosso onipresente BIG BROTHER!
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
PISA NO ACELERADOR BRASIL!
Fui convidado pela OECD a participar do seu Webinar (Seminário
pela internet) de 10 de fevereiro de 2016, sobre o tema “ Low-performing
Students: Why they Fall Behind and How to Help them Succeed” (Estudantes de
baixo desempenho: porque ficam para trás e como ajudá-los a ter sucesso). Foi
ótimo!
Após alguns anos de aplicação do teste PISA em diversos
países, a OECD dispõe de informações interessantíssimas, preciosas mesmo, sobre
a educação de uma boa parte do mundo. Com base nos resultados do período de
2003 a 2012, Andreas Schleicher apresentou no Seminário um estudo que focalizou os estudantes que
tiveram o pior desempenho nos testes PISA – exatamente aqueles que merecem maior
atenção quando se busca a igualdade de oportunidades. Objetivos do estudo: lançar alguma luz sobre as causas do fracasso
escolar (diagnóstico) e levantar hipóteses sobre as ações necessárias para elevar
o rendimento desses estudantes (políticas públicas).
A OECD define como de "baixo desempenho" aqueles
estudantes que pontuam abaixo do Nível 2 em matemática, leitura e / ou ciências
no teste PISA. O Nível 2 é considerado o nível basal de proficiência,
necessário para alguém participar plenamente na sociedade. Os estudantes que obtêm o
Nível 1 podem responder a questões que
envolvem orientações claras e que requerem uma única fonte de informação e
ligações simples; mas esses alunos não podem desenvolver raciocínios mais
complexos, para resolver os tipos de problemas que são rotineiramente enfrentados
pelos adultos de hoje nas sociedades modernas.
A conclusão mais
abrangente do estudo foi decepcionante:
a maioria dos países fez pouco progresso na ajuda aos seus alunos mais
fracos para melhorar seu desempenho em leitura, matemática e ciências ao longo
da última década. Isto significa que muitos jovens ainda estão deixando a
escola sem as habilidades básicas necessárias para viver na sociedade moderna e
ter bom desempenho no trabalho, prejudicando seu futuro e o crescimento econômico,
a longo prazo, de seus países.
Analisando os resultados do estudo PISA da OCDE entre 2003 e
2012, o estudo revela que alguns países têm conseguido melhorias entre os
estudantes de baixo desempenho. No caso da Matemática, países economicamente e culturalmente diversos como Brasil,
Alemanha, Itália, México, Polónia, Portugal, Rússia, Tunísia e Turquia
reduziram sua participação de alunos com fraco desempenho entre 2003 e 2012. O que mostra que a redução da percentagem de
alunos com fraco desempenho é possível em qualquer lugar, escolhidas as
políticas certas e havendo vontade de implementá-las. Infelizmente, porém, o
Brasil não conseguiu progresso significativo
nas duas outras matérias componentes do teste PISA: Leitura e Ciências.
Precisamos fazer mais!
"Os ganhos sociais e económicos decorrentes da
eliminação do baixo desempenho cobrem qualquer custo concebível para obter essa
melhoria", disse Andreas
Schleicher, diretor da OCDE para Educação e Habilidades. "Políticas e
práticas de Educação podem ajudar a superar este problema. A Educação deve ter
prioridade e ser dotada dos meios
necessários para que toda criança possa ter sucesso na escola ".
Para quebrar o ciclo de absenteísmo e baixo
desempenho, o relatório apresenta uma série de recomendações que incluem:
·
Identificar baixo desempenho e projetar uma
estratégia de política sob medida para
superá-lo;
·
Reduzir as desigualdades no acesso à educação infantil;
·
Fornecer suporte de recuperação para os alunos
de baixo desempenho o mais cedo possível;
·
Incentivar o envolvimento dos pais e das
comunidades locais;
·
Fornecer um apoio orientado para as escolas ou
famílias desfavorecidas;
·
Oferecer programas especiais para imigrantes,
minorias linguísticas e estudantes rurais;
No decorrer do Webinar enviei minha sugestão, focada na
realidade brasileira. A sugestão de instituir o “Professor de Família”, no
âmbito do Programa BOLSA FAMÍLIA:
At least in
countries implementing income transfer programs – like Brazil - should be
instituted the figure of the "Family Teacher," a Human Development
Agent to visit the homes of those families in need, living in absolute
poverty. The agent
would assist all family members - children , adolescents, adults and
elderly - mainly (but not exclusively) guiding them on public policies and the
means of continuing education available locally or regionally, to overcome the
barriers of lack of knowledge. Those
FAMILY MEMBERS who are already in the educational system, especially in
elementary school, would receive an important support for the realization of
school work. This kind of student generally cannot find this important
support within their family - it
also lacking with regard to education .
Acredito que seria uma medida essencial para tirar o Brasil
de sua incômoda posição de inferioridade na Educação. O Relatório mostra que estão
considerados de baixo aproveitamento 68,3% dos estudantes brasileiros testados
no PISA em Matemática; 50,8% dos alunos avaliados em Leitura e 55,2% dos nossos
participantes em Ciências. Em todos os três casos, estamos entre os 6 países de
pior desempenho dentre os 64 analisados pela OECD. Como diriam os estatísticos,
estamos no decil inferior! Uma lástima!
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
BIG BROTHER: GO HOME!
O “Conselhão” é um exagero desnecessário! Para combater a
crise, basta o Governo assumir que há uma falta generalizada de confiança e aceitar um conselho singelo:
seguir um princípio de boas práticas de gestão pública em economias
capitalistas e reduzir drasticamente, com urgência, a intervenção do Estado na
vida nacional.
Anular essa característica danosa dos governos de esquerda
que assolam o Brasil há 21 anos e que é
bem nítida: a intervenção excessiva -
ditatorial mesmo - dos detentores do poder na economia, nas relações sociais e na vida privada
do cidadão comum. Essa seria a grande solução!
Desde as coisas mais simples às mais complexas, nada escapa à sanha deletéria desse guloso intervencionismo.
Desde as coisas mais simples às mais complexas, nada escapa à sanha deletéria desse guloso intervencionismo.
Nesse Brasil “do nunca antes neste país”, que o PT considera
“o melhor dos mundos”, fomos de repente
proibidos de vender e comprar pães e bananas por unidade, conforme nossa mais
antiga tradição. Vocês lembram, certamente, que o governo Lula ordenou um dia
que “agora só a peso!”. Ditadura econômica a mais rasteira! E nós, sem sentir,
nem protestamos contra essa prosaica mas totalmente descabida e sintomática interferência
na nossa liberdade econômica. Curiosamente, desde aquele dia, esses dois alimentos básicos na dieta do
povão não pararam de encarecer: no Brasil de Dilma já se compra
banana a mais de cinco reais o quilo e o modesto pãozinho pode assumir o
astronômico preço de um real por unidade!
Bem recentemente, assistimos a outro absurdo, quando o
Prefeito Fernando Radar (apelido merecido, por causa da sua rendosa indústria
de multas), proibiu os taxistas paulistanos de conversar sobre certos temas com
seus passageiros. E do alto de sua prepotência, o alcaide mandou multar os
infratores que ousassem, por exemplo, comentar as declarações do Papa Francisco
ou os gols do domingo anterior ou ainda os gigantescos índices de rejeição
popular do titular do governo municipal. É incrível que muitos nem se deram conta de
que se tratava do mais absurdo atentado
à liberdade de expressão. Regra que só poderia sair de uma cabeça totalitária, comunista
da cruel estirpe estalinista.
Outra investida típica dos nossos governantes tem sido no
sentido de substituir a família em seu pátrio poder e em suas funções de
formadora de valores de seus filhos. Patrocinando livros didáticos
esquizofrênicos, inadequados às idades de seus leitores ou financiando ONGs
deletérias, que estimulam as divisões e o ódio entre os brasileiros, parecem
querer fragmentar a sociedade brasileira
- um de seus meios prediletos de dominação ideológica.
Para disfarçar seu tamanho descomunal, os governos
esquerdistas, muito espertos, incentivaram braços operacionais dissimulados:
são as ONGs e OS (organizações sociais) “amigas”, sempre orientadas por um
“padrinho” político da base governamental.
Nos últimos anos, os governos lhes entregaram verbas vultosas sem
qualquer controle e lhes concederam privilégios
licitatórios que eliminaram seus competidores privados.
Quando o Estado reconhecer seu gigantismo improdutivo e
reduzir seu tamanho, tudo melhorará, pois logo haverá :
·
diminuição do déficit nas contas públicas (111
bilhões de reais em 2015) e encaminhamento de um ajuste fiscal realista;
·
interrupção da escalada da nossa já elevada
carga tributária (36 a 37% do PIB);
·
redução dos catastróficos níveis de corrupção no
país;
·
melhoria imediata dos serviços públicos prestados(???) à população;
·
aumento da produtividade global dos setores econômicos, pela redução da burocracia e da regulação desnecessária.
Os brasileiros vivem hoje em um país com um Estado extremamente intervencionista, próximo de estabelecer uma ditadura disfarçada e institucionalizada. Romper essa escalada será um ponto de inflexão indispensável para a recuperação do país.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
MORITURI TE SALUTANT (SUETÔNIO)
1. Infelizmente,
concretizou-se minha previsão sobre
desemprego - ver blog FIM DE(AS)
FESTA(S), de 27/12/2015: só em dezembro o país perdeu 596.208 postos de trabalho formais. Historicamente,
desde o Governo Lula, dezembro é um mês de demissões em massa. Efeito
cumulativo do término das festividades e do continuado aumento irrealista do
salário mínimo e dos pisos salariais estaduais, sempre acima da inflação e
guiados pela demagogia populista que assola o país, sem a sustentação
indispensável do aumento da produtividade dos setores econômicos. Assim, no
total, em 2015, o Brasil fechou
1.542.371 vagas de trabalho com carteira assinada, pior resultado de todos os tempos. Em
consequência, o desemprego nacional já está flagelando 10 milhões de trabalhadores, o que
a PNAD Contínua confirmará. Isto, embora muitos demitidos, fugindo à miséria, tenham
passado no desespero à condição de trabalhadores por conta própria ou mesmo de
(pequenos) empreendedores, não sendo portanto contabilizados como desocupados.
Sua grande perda de renda e sua posição de instabilidade no mercado de trabalho,
porém, serão calamitosas. UM DESASTRE! SOFRIMENTO PARA GRANDE PARTE DO NOSSO
POVO!
2. Vibrei com o protesto do Sindicato Nacional dos
Aposentados em São Paulo. Um Carnaval
antecipado, com humor negro e tudo. Os idosos desfilaram pacificamente pelas ruas com doentes em macas, incapacitados
em cadeiras de rodas e andadores titubeantes, chamando a atenção do Brasil para
o abandono em que se encontra nossa velhice pobre ou mesmo remediada. Em 78% dos municípios brasileiros não há asilos ou casas de dia.
Apenas 4% dos estabelecimentos existentes são públicos. Considerando que com a
PEC das Domésticas os salários dos cuidadores de idosos ficaram proibitivos – a
não ser para a população rica – e o destino dos velhos dependentes e sem
famílias de apoio será inevitavelmente o asilo, pode-se avaliar a gravidade da
situação. Mas não é só isso: faltam geriatras e não há incentivos para sua
formação e atuação; o pessoal auxiliar é ainda mais escasso; há uma enorme
demanda não satisfeita por serviços de fisioterapia gratuitos e assim por
diante. A lista de necessidades a suprir é enorme e não há nenhuma indicação de
que os gestores governamentais estejam em sintonia com essa realidade, que vai
agravar-se na medida do crescente envelhecimento dos brasileiros. Mostrar que
têm voz e voto é muito importante para os desprezados idosos brasileiros. A passeata dos que estão morrendo nos corredores dos hospitais, por falta de remédios e UTIs há de apavorar seus carrascos incompetentes e corruptos que estão no poder.
3. Nos meus
tempos de criança havia uma realidade indesmentível: as lavanderias sempre
pertenciam a japoneses. Pelo menos na Ipanema dos anos 40 era assim. No
quarteirão da minha casa, entre as ruas Joana Angélica e Montenegro, ficava a
tinturaria do Sr. Nakamura, que todas as noites jogava pôquer com meu pai e
outros comerciantes. Na rua Teixeira de
Melo, no quarteirão da praia, situava-se a tinturaria do patriarca da família
Yoshida – joguei muito futebol na Praça General Osório com seus filhos Rubens e
Sílvio, craques do Clube Tatuís, ao qual também pertencia o depois famoso
Walter Clark, o verdadeiro construtor da moderna TV brasileira. Tenho saudades
desse tempo, uma enorme vontade de revivê-lo e uma grande esperança na tradição
nipônica: a esperança de ver o “japa” da Federal meter o pé na porta do
corrupto maior e – desta vez de verdade - lavar a alma do enojado povo brasileiro!
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