Em 2018 a taxa de desocupação no Brasil voltará à casa de um
dígito e a criação de empregos formais situar-se-á entre 1,5 e 2 milhões de novos postos de
trabalho.
O pleno emprego é o melhor projeto social de um país. Já a
desocupação maciça - como no caso brasileiro atual – constitui um flagelo
insuportável para a população. Ainda bem que nossos projetos sociais estão
funcionando bem e – melhor - o Brasil está superando grave crise econômica
e recuperando seu mercado de trabalho.
A comunicação social do IBGE, contribuindo para a
popularidade do governo, deu ênfase ao aspecto negativo de sua PNAD Contínua em
2017: o recorde histórico de desocupação média anual.
Todavia, o óbvio e mais importante ficou em plano secundário:
o ano caracterizou-se exatamente pela
recuperação constante e contínua do combalido mercado de trabalho brasileiro,
arrasado pelos governos populistas que recentemente assolaram nossa economia.
A taxa de desocupação na PNAD Contínua do primeiro trimestre de 2017 atingia 13,7%;
no segundo (abril-maio-junho), baixou
para 13,0%; em julho-agosto-setembro, nova queda, para 12,4%; e finalmente agora, no último trimestre de 2017, seguindo a
tendência observada ao longo de todo o ano, baixou para 11,8%, com nítido viés de queda.
A população desocupada, que no primeiro trimestre do ano,
era de 14,2 milhões, seguiu igual tendência e baixou para 12,3 milhões no trimestre
outubro-novembro-dezembro.
Por sua vez, a população ocupada seguiu o caminho inverso:
estimada pela PNAD em 89,0 milhões no primeiro trimestre de 2017, subiu para
92,1 milhões no último trimestre, configurando o significativo acréscimo de 3 milhões de trabalhadores ativos
ao mercado.
No último trimestre de 2017, o número de empregados com
carteira de trabalho assinada (33,3 milhões) ficou estável frente ao trimestre
anterior (julho a setembro). O número de empregados sem carteira de trabalho
assinada (11,1 milhões de pessoas) também apresentou estabilidade em relação ao
trimestre anterior. A categoria dos
trabalhadores por conta própria (23,2 milhões de pessoas) cresceu 1,3% na
comparação com o trimestre julho-setembro (mais 288 mil pessoas). O contingente
de empregadores (4,4 milhões de pessoas) cresceu 3,9% também em relação ao
trimestre anterior. A categoria dos trabalhadores domésticos (6,4 milhões de
pessoas) cresceu 3,1% no confronto com o trimestre de julho a setembro de 2017.
Mas de 2014 a 2017, apenas 204 mil
pessoas entraram nesta forma de inserção do mercado de trabalho,
tradicionalmente a ocupação que é a maior empregadora em nosso país. Um reflexo
evidente da PEC das Domésticas que restringiu a capacidade de muitos lares brasileiros
de contar com essa mão de obra, por força da burocracia e dos custos adicionais
resultantes da nova legislação.
O rendimento do trabalho – desmentindo as exageradas preocupações
com o aumento da informalidade – chegou a R$ 2.154 no último trimestre de 2017,
contra R$ 2.129 no primeiro trimestre.
Em decorrência, a massa total de
rendimento real habitual cresceu para R$ 193,4 bilhões, mantendo-se relevante no
cenário econômico nacional.
Apesar das aparências, o próprio CAGED do Ministério do
Trabalho, divulgado antes da PNAD CONTÍNUA, também trouxe boas notícias, ao assinalar a perda de
apenas 21 mil empregos com carteira assinada no ano de 2017.
Após perder 1.534.989
empregos com carteira assinada em 2015 e outros 1.326.558 em 2016, o mercado de
trabalho formal brasileiro encerrou 2017 com uma perda irrelevante, o que atesta que a recuperação econômica do país está em
curso. Perder 328.539 postos em dezembro já refletia uma certa
estabilidade, embora conquistada a duras penas. Dezembro, como já explicado, é
um mês em que SEMPRE ocorrem muito mais demissões do que admissões no Brasil. Por
exemplo, o saldo negativo foi de 462.366
empregos em dezembro de 2016 e de 596.208 em dezembro de 2015.
Entramos em 2018 com todas as condições para reverter a taxa
de desocupação à casa de um dígito. Quanto ao CAGED, ao ganho de empregos com
carteira assinada, vai depender muito da correta e ampla aplicação do espírito
da recente Reforma Trabalhista. De todo modo não está descartada a possibilidade de chegar perto do
ganho de 2 milhões de postos formais. A reação da indústria e a manutenção de
uma safra agrícola excelente vão provocar uma grande absorção de mão de obra
pelos Serviços e pelo Comércio.
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