sexta-feira, 22 de julho de 2016

LOUCO POR OLIMPÍADAS NO RIO DE JANEIRO

Praticante de esportes desde a infância,  sou um apaixonado óbvio pelos magníficos eventos que o Rio de Janeiro sediará em agosto e setembro de 2016.
Quis o destino que eu não tivesse o prazer de jogar nas Olimpíadas. Meu esporte, o voleibol,  começou a figurar nos Jogos em 1964, em Tóquio,  por força da pressão exercida pelos japoneses, praticantes altamente qualificados na modalidade. Naquela altura, embora ainda estivesse tecnicamente apto a fazer parte da seleção nacional, eu já tinha um firme compromisso profissional, inibidor de maiores voos esportivos. Eu era um amador puro e o voleibol, para mim, apenas uma fonte de lazer, ao contrário de suas características atuais. Havia ainda um outro fator, de considerável importância: durante cinco anos fui autor de uma coluna semanal, aos domingos  – sobre voleibol  – no CORREIO DA MANHÃ, um importante jornal carioca, com cobertura nacional. Minha vocação para o exercício sincero e transparente da  verdade, infelizmente, prejudicava minha posição no voleibol, por colidir com os interesses de seus dirigentes. Vai daí...
O maior evento multidesportivo e multinacional de que participei foi o Pan-Americano de Chicago, em 1959.  Uma experiência inesquecível, enriquecedora da biografia de seus participantes. Nem me refiro à medalha de prata que conquistei pela seleção brasileira de voleibol, uma honra vitalícia. Agradeço eternamente pela simples participação, pela possibilidade de conviver, ainda jovem, com pessoas de inúmeros países e conhecer um pouco de suas culturas, o que me preparou para experiências futuras, nas inúmeras Conferências,  Seminários e trabalhos de que participei, representando o Governo do Brasil, o IPEA e o MOBRAL  ou como Consultor da OEA, da UNESCO e da OIT. Em Chicago tive ainda a honra de cumprimentar o grande homenageado do evento: Jesse Owens, o maior atleta do século XX, que deu uma grande lição a Hitler, anestesiado em sua ilusão de superioridade racial dos arianos. Por outro lado, sofri com o assassinato do remador brasileiro Ronaldo Arantes, encontrado morto a tiros em um parque próximo à nossa concentração na Universidade de Chicago e até hoje envolto em mistério.
Quando dirigi o MOBRAL,  incentivei um de meus  mais talentosos colegas de trabalho -  o saudoso Sergio Marinho Barbosa – a escrever uma obra sobre as Olimpíadas para nosso Programa Cultural, no âmbito do projeto de publicações para consolidar o hábito da leitura de alunos, ex-alunos e participantes em geral.  A decisão derivou do engajamento do MOBRAL no movimento mundial “ESPORTE PARA TODOS” e da percepção da importância social, política e cultural das Olimpíadas. Resultou dessa iniciativa uma trilogia de excelente qualidade, cobrindo os períodos 1896-1912 (O MAIOR ATLETA DO MUNDO), 1920-1936 (O PULO DO GATO) e 1948-1956 (UM ROSTO EM AGONIA). Os três livros foram muito procurados nos 3.150 Postos Culturais do MOBRAL e apreciados pela clareza de sua redação e graças ao interesse do tema.
Em 2000, com Marisa e nossas filhas, tive o privilégio de conhecer  Olímpia, o berço dos Jogos.  Nosso navio ancorou no porto grego de Katakolon  e após uma perigosa viagem de taxi, dirigido (???) por Andreas – um grego muito apressado – chegamos ilesos.  Valeu o risco! Estar ali, naquele lugar sagrado, onde nasceu uma das mais nobres e motivadoras atividades humanas, tão importante na minha formação, foi uma emoção ímpar. Amplificada pela beleza  e magnificência daquele sítio icônico, que marca um dos maiores e mais importantes  passos na evolução da Humanidade. O museu vizinho, que guarda parte das peças de Olímpia, como os frontões de alguns edifícios e certas estátuas, tem uma beleza insuperável e um significado histórico incomensurável. Ao ver o que restou do atelier de Fídias, o maior escultor grego, que se deslocava para Olímpia à época dos Jogos, para produzir as magníficas estátuas dos grandes atletas, ampliou-se minha percepção do significado do magno evento.
Agora, como carioca, sinto-me um  participante ativo das Olimpíadas, apenas por estar aqui. Orgulhoso por essa conquista do Rio de Janeiro, cujo alcance muitas pessoas parecem (ou fingem)  ignorar. E ajudarei em tudo que puder, recebendo bem os turistas, mantendo nossa cidade acolhedora. Esse é o dever dos bons brasileiros.

O sucesso nas Olimpíadas pode mudar para melhor nossa Cidade querida!

VIAGEM AO PASSADO

O Irã está na moda e minhas recordações daquele país mais vivas do que nunca... Estive no Irã em 1976, para participar da Conferência In...