domingo, 12 de outubro de 2014

EMPREGO DE MENTIRA NA CAMPANHA PRESIDENCIAL


Em São Paulo, Wall Street e Pequim todo mundo já sabe que a economia brasileira está afundando. Nosso Governo, porém, argumenta que apenas temos uns poucos problemas, não muito graves,  pois continuamos a criar empregos”. Será? Testar essa gabolice seria um bom exercício para a oposição...
Roberto Campos, seminarista, diplomata e político, era autodepreciativo na análise de sua trajetória profissional. Com ironia, afirmava ter aprendido no seminário a sutil diferença entre o vício e o pecado. Depois, na diplomacia, descobrira que em todo o mundo a doença ocupacional mais comum na “carrière” era um vício: o alcoolismo. Optando finalmente pela política, veio o pior: em seu novo trabalho, o sucesso eleitoral dependia  da prática criativa e desenfreada de um pecado: a mentira. Só mesmo Roberto Campos – que não era nem alcoólatra nem mentiroso - para comentar com franqueza esse determinismo profissional...
 Quanto ao PT, não há dúvida alguma: tem “culpa no cartório” em ambos os aspectos - no vício e no pecado. Sob seu comando, a economia brasileira parece uma “nau sem rumo”, bêbada, Titanic cambaleante, enquanto seus dirigentes dizem que está tudo bem... O PT não hesita em fazer da mentira audaciosa sua grande arma para iludir o povo. Especialmente quando vislumbra uma fragilidade no adversário... Sendo assim, sai de baixo! É o caso do EMPREGO, tema no qual a mentira deslavada do PT só é possível e prevalece por força da omissão e tibieza do adversário.
Dilma, estabelecendo comparações despropositadas com o Governo FHC, totalmente fora do contexto no tempo e no espaço, faz campanha política apregoando aos quatro cantos do país sua grande capacidade de criar empregos. VERDADE?
Em 2013 havia no Brasil meio milhão a mais de trabalhadores desocupados do que em 2012.  Isso mesmo! De 2012 para 2013, em pleno Governo Dilma, o número de desocupados no Brasil, na população de 15 anos e mais de idade, aumentou em MEIO MILHÃO DE PESSOAS. E quem mostra isso é a PNAD do IBGE, órgão do governo. A PNAD 2012 apontou a existência de 6.149.000 pessoas sem trabalho naquela faixa etária. Já a  PNAD 2013 registrou um número substancialmente maior de desocupados: 6.637.000. Meio milhão de desocupados a mais!
A EXPLICAÇÃO:  Lula, na campanha de 2002, prometera criar 10 milhões de empregos durante os quatro anos de seu primeiro governo. Após dois anos e meio no poder, usando as estatísticas do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Lula anunciou que já havia criado 3.135.000 empregos. Na verdade, os empregos gerados no Governo Lula, nos seus primeiros trinta meses, foram apenas 1,6 milhão,  pois os restantes mais de 1,5 milhão de trabalhadores simplesmente tiveram a Carteira de Trabalho registrada. Esses 1,5 milhão de trabalhadores já estavam ocupados, ganhando seus salários e apenas saíram da informalidade, tiveram a carteira assinada e por  isso entraram nas estatísticas do CAGED, do Ministério do Trabalho e Emprego. Não houve geração de emprego.
Lula nunca cumpriu sua promessa eleitoreira mas o PT descobrira o “mapa da mina” para enganar a população leiga, fazendo a proposital confusão entre a criação de empregos e a criação de vínculos empregatícios (assinar a carteira de trabalho). São duas coisas diferentes! Como metade da população ocupada estava trabalhando na informalidade em 2002, o Governo do PT passou a transformar os informais (não registrados) em formais e chamou essa mudança de posição na ocupação de criação de emprego. Para obter essas novas carteiras assinadas fez de tudo: mudou legislação e regras do jogo, apertou a fiscalização, forçou situações de “trabalho escravo” quando havia apenas informalidade e outras coisas mais, denunciadas pelo empresariado como violações inaceitáveis. As trapalhadas nas estatísticas de emprego administradas pelo MTE sempre foram e ainda são inúmeras... Três dias antes das eleições de 2006, em que Lula conquistou seu segundo mandato, a RAIS foi divulgada sem qualquer ressalva pelo Ministério do Trabalho com erros grosseiros, anunciando com estardalhaço que haviam sido criados 1.830.000 empregos formais em 2005. Mas como, se o CAGED, outro levantamento (mensal) do mesmo Ministério do Trabalho, registrava que só foram gerados 1.254.000 empregos formais em 2005? Como explicar essa enorme diferença de quase 600 mil empregos, surgida na calada da noite pré-eleitoral ? Impossível ! Mesmo porque a PNAD de 2005, levantamento do IBGE divulgado poucas semanas antes, confirmava o CAGED e desmentia a RAIS quanto à criação de empregos formais entre 2004 e 2005.

Quem sabe se os economistas ou os marqueteiros do PSDB não aprofundam seus conhecimentos nessa área em que o PT se apresenta como o grande realizador para ver se tudo é verdade mesmo?

terça-feira, 7 de outubro de 2014

ECONÔMICO x SOCIAL


Escândalos à parte, o duo “Econômico x Social” será o embate predominante no segundo turno da eleição  presidencial.
O Governo Dilma arrasou a economia do país – e este é um de seus importantes passivos, talvez decisivo - mas ampliou fortemente os programas de transferência de renda, nos quais os beneficiários recebem mensalmente um repasse de dinheiro dos cofres públicos. Atualmente, são pagos Benefícios de Prestação Continuada (BPC) a 4.256.570 idosos e deficientes (dados de agosto/14); ao mesmo tempo (dados de setembro/14), 13.983.099 famílias carentes recebem o dinheiro do programa Bolsa Família (BF). O crescimento desses programas sociais foi tão expressivo nos últimos anos que ninguém se lembra que sua criação se deu no Governo de Fernando Henrique, pois o oportunismo e a ousadia dos marqueteiros petistas roubaram-lhe os “direitos autorais”.
A lógica quantitativa do resultado no primeiro turno indicaria o desejo majoritário de trocar de Presidente (o voto de 60% do eleitorado foi nos outros candidatos),  mas não se sabe qual o caminho dos 22 milhões de votos dados à terceira colocada e há forças poderosas que atuam em favor do continuísmo petista.
A grande esperança é que o segundo turno da eleição  presidencial, em princípio, beneficiará o eleitor consciente. Ele terá mais tempo para decidir se quer ou não mudar os rumos do país. O primeiro turno, com uma divisão desigual do  tempo de televisão, cria distorções decisivas para o resultado da votação. A TV, ainda o meio de comunicação mais democrático e importante no Brasil, atingia 97,2% dos 65,1 milhões de  domicílios brasileiros em 2013 e este ano deve ultrapassar 98%. O mesmo raciocínio – reflexão sobre a qualidade da escolha - não se aplica, é claro, aos brasileiros que votam fisiologicamente – cujo imediatismo é uma realidade compreensível em regiões pobres e cujo nível de conscientização é precário.
 A principal das forças continuístas é a possibilidade de Dilma conseguir muitos milhões de votos por atribuir-se e ter reconhecida a propriedade dos programas sociais – embora eles sejam mantidos com os impostos cobrados a todos os brasileiros.  Afinal é o meu, o seu, o nosso dinheiro!
A maior fragilidade de Dilma é o péssimo desempenho na administração do país em geral, mas particularmente como essa incompetência se refletiu na deterioração acelerada de nossa economia, cuja situação já pode ser considerada grave. Aliás, os investidores estão cientes dessa crise já em andamento e o simples fato de haver uma esperança de mudança no Governo já fez a Bolsa abrir com alta de 7% e o dólar com queda de 2,5% no dia útil seguinte à eleição do primeiro turno. Números otimistas  que há muito não eram vistos...
Os 43 milhões de votos de Dilma estão concentrados  sobretudo naquela população dependente das transferências governamentais.  Há uma forte correlação positiva das maiores fontes de votação de Dilma com o atingimento territorial do programa  Bolsa Família. No Piauí, por exemplo, Estado em que Dilma teve 77% dos votos, o benefício é dado a metade (49%) das famílias lá residentes.
Essa fortaleza, aparentemente inexpugnável, dos redutos eleitorais petistas haverá, porém, de ter suas fragilidades, que devem ser expostas à exaustão pela propaganda oposicionista, em linguagem que o povo entenda:
1.       Inflação, que corrói o poder de compra do povo. Especialmente a inflação dos preços dos alimentos (Exibir lista de preços de alimentos no dia da posse de Dilma x preços atuais dessa mesma lista). Só o lucro dos bancos subiu mais, muito mais que a inflação dos alimentos.
2.       Corrosão das pensões dos aposentados (Série histórica de 2003 a 2014 da relação entre valor das pensões INSS e o valor do salário mínimo). Pobres velhinhos com mais de 90 anos que o Ministro do PT, Berzoini, obrigou a ir aos bancos provar que estavam vivos. Lembram?
3.       Estagnação Econômica do Brasil  (Crescimento pífio do PIB, queda no saldo da balança comercial com o exterior, endividamento público galopante, despesas governamentais em excesso, carga tributária escandinava e serviços públicos africanos – tudo no no período Dilma)
4.       Saúde – mostrar vídeos dos corredores dos hospitais e emergências, com a realidade assustadora e desumana
5.        Infraestrutura deteriorada – a que aí está, onerando o custo-Brasil,  foi a que sobrou do período militar
6.       Indústria falida, não competitiva – legado petista para o futuro
7.       Taxa de Investimentos – baixa, ridícula mesmo, por falta de confiança no Governo, em função da quebra de contratos
8.       Queda do valor da PETROBRAS – descrédito, desinteresse dos investidores por força da péssima gestão e escândalos bilionários

9.       Resultados dos alunos brasileiros no teste PISA da OECD – sempre entre os últimos colocados dentre as dezenas de países participantes

VIAGEM AO PASSADO

O Irã está na moda e minhas recordações daquele país mais vivas do que nunca... Estive no Irã em 1976, para participar da Conferência In...