domingo, 18 de fevereiro de 2018

FÊNIX NAS CINZAS DE QUARTA FEIRA


VOLEIBOL NA NEVE
Logo ao acordar, na quarta-feira de Cinzas, a primeira alegria: na TV, Giba e Emanuel  jogavam voleibol na neve, em uma exibição exitosa da FIVB _ Federação Internacional de Voleibol, visando a inclusão desse esporte na Olimpíada de Inverno de 2026. Na tela, vi o campeão olímpico Emanuel, meu companheiro de Conselho Consultivo na Federação de Volley-ball do Rio de Janeiro, mergulhar para defender, no piso branquinho e gelado de PyeongChang, a ideia brilhante de ampliar os horizontes do esporte da rede. E que possibilitará, ao Brasil tropical, tornar-se rapidamente  competitivo em pelo menos  um esporte das Olimpíadas de  Inverno. Vantagem de ter na Presidência da FIVB o brasileiro Ary Graça, um ex-jogador do meu tempo, com larga experiência e uma visão prospectiva correta do voleibol como esporte global.
Ao longo de  70 anos como praticante,  joguei voleibol de todos os modos e jeitos possíveis:  no cimento, seco e  molhado; no piso de  madeira corrida  ou de tacos; na areia, na terra e na lama; com rede, corda ou barbante; com bola de borracha, de couro ou de plástico; com juiz e auxiliares ou sem arbitragem; chovendo, ventando ou com tempo bom e sol escaldante. Mas na neve? Pena! Nunca joguei! Só que agora  tomo para mim esse desafio: jogar na neve. Detesto frio e mesmo assim essa meta é irrecusável.
Mas será que vai dar tempo? Se o manguito não falhar... haverei  de chegar lá! Não sei onde nem quando, mas estarei  lá!
BEIJA-FLOR DE NILÓPOLIS É CAMPEÃ!
À tarde, outra alegria! Beija-Flor de Nilópolis vence o Carnaval,  representando em seu desfile tudo que nós cariocas já não aguentávamos mais: corrupção desenfreada, deboche com nosso dinheiro, falta de oportunidades para os mais pobres, serviços públicos lastimáveis.
Sempre gostei de Carnaval, desde a infância, mas não tinha uma Escola de preferência.  Até que em  1973, quando eu era Secretário-Executivo do MOBRAL e o Presidente era Mário Henrique Simonsen ,  chegou para minha decisão o pedido de uma agremiação carnavalesca da Baixada – a Beija-Flor  de Nilópolis: ajuda para seu desfile no 2º. Grupo, no qual apresentaria  o enredo “EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO” , do jornalista Barroso, embalado pelo samba “Exaltação ao MOBRAL”. Minha decisão foi imediata, é claro, atendendo positivamente ao pleito. O marketing das Escolas de Samba atingia exatamente o público que interessava ao MOBRAL e o investimento, modesto, traria resultados mais do que certos. No dia do desfile, na Avenida Presidente  Antonio  Carlos, no Centro do Rio, Marisa e eu fomos até lá, para assistir nossa afilhada. Empoleirados em uma grade de um Posto de gasolina do Touring Club, do qual eu era sócio, vibramos ao ouvir o samba, de autoria de Cesar Roberto Neves e Darvin que acabava assim:
Uni – duni - tê/ Olha o ABC/Graças ao Mobral/Todos aprendem a ler
Minha expectativa de resultados foi amplamente superada: a Beija-Flor foi a segunda colocada e subiu para o 1º. Grupo, para a elite do Carnaval carioca. O Enredo do Jornalista Manuel Antonio Barroso, Cesar e Darvin me fez um torcedor eterno da Escola nilopolitana.
Após um Carnaval carioca ambíguo, com sucesso no turismo e na animação popular, mas no qual a ordem pública foi fortemente abalada, tivemos enfim um refrigério.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

MERCADO DE TRABALHO EM RECUPERAÇÃO

Em 2018 a taxa de desocupação no Brasil voltará à casa de um dígito e a criação de empregos formais situar-se-á  entre 1,5 e 2 milhões de novos postos de trabalho.
O pleno emprego é o melhor projeto social de um país. Já a desocupação maciça - como no caso brasileiro atual – constitui um flagelo insuportável para a população. Ainda bem que nossos projetos sociais estão funcionando bem  e – melhor -  o Brasil está superando grave crise econômica e recuperando seu mercado de trabalho.
A comunicação social do IBGE, contribuindo para a popularidade do governo, deu ênfase ao aspecto negativo de sua PNAD Contínua em 2017: o recorde histórico de desocupação  média anual.
Todavia, o óbvio e mais importante ficou em plano secundário:  o ano caracterizou-se exatamente pela recuperação constante e contínua do combalido mercado de trabalho brasileiro, arrasado pelos governos populistas que recentemente assolaram nossa economia.
A taxa de desocupação na PNAD Contínua  do primeiro trimestre de 2017 atingia 13,7%; no segundo  (abril-maio-junho), baixou para 13,0%; em julho-agosto-setembro, nova queda, para 12,4%; e finalmente  agora, no último trimestre de 2017, seguindo a tendência observada ao longo de todo o ano,  baixou para 11,8%, com nítido viés de queda.
A população desocupada, que no primeiro trimestre do ano, era de 14,2 milhões, seguiu igual tendência e baixou  para 12,3 milhões no trimestre outubro-novembro-dezembro.
Por sua vez, a população ocupada seguiu o caminho inverso: estimada pela PNAD em 89,0 milhões no primeiro trimestre de 2017, subiu para 92,1 milhões no último trimestre, configurando o significativo  acréscimo de 3 milhões de trabalhadores ativos ao mercado.
No último trimestre de 2017, o número de empregados com carteira de trabalho assinada (33,3 milhões) ficou estável frente ao trimestre anterior (julho a setembro). O número de empregados sem carteira de trabalho assinada (11,1 milhões de pessoas) também apresentou estabilidade em relação ao trimestre anterior.  A categoria dos trabalhadores por conta própria (23,2 milhões de pessoas) cresceu 1,3% na comparação com o trimestre julho-setembro (mais 288 mil pessoas). O contingente de empregadores (4,4 milhões de pessoas) cresceu 3,9% também em relação ao trimestre anterior. A categoria dos trabalhadores domésticos (6,4 milhões de pessoas) cresceu 3,1% no confronto com o trimestre de julho a setembro de 2017. Mas de 2014 a 2017, apenas  204 mil pessoas entraram nesta forma de inserção do mercado de trabalho, tradicionalmente a ocupação que é a maior empregadora em nosso país. Um reflexo evidente da PEC das Domésticas que restringiu a capacidade de muitos lares brasileiros de contar com essa mão de obra, por força da burocracia e dos custos adicionais resultantes da nova legislação.
O rendimento do trabalho – desmentindo as exageradas preocupações com o aumento da informalidade – chegou a R$ 2.154 no último trimestre de 2017, contra  R$ 2.129 no primeiro trimestre. Em decorrência,  a massa total de rendimento real habitual cresceu para R$ 193,4 bilhões, mantendo-se relevante no cenário econômico  nacional.
Apesar das aparências, o próprio CAGED do Ministério do Trabalho, divulgado antes da PNAD CONTÍNUA, também  trouxe boas notícias, ao assinalar a perda de apenas 21 mil empregos com carteira assinada no ano de 2017.
Após perder  1.534.989 empregos com carteira assinada em 2015 e outros 1.326.558 em 2016, o mercado de trabalho formal brasileiro encerrou 2017 com uma perda irrelevante, o que atesta  que a recuperação econômica do país está em curso. Perder 328.539 postos em dezembro já refletia  uma  certa estabilidade, embora conquistada a duras penas. Dezembro, como já explicado, é um mês em que SEMPRE ocorrem muito mais demissões do que admissões no Brasil. Por exemplo, o saldo negativo foi  de 462.366 empregos em dezembro de 2016 e de 596.208 em dezembro de  2015.

Entramos em 2018 com todas as condições para reverter a taxa de desocupação à casa de um dígito. Quanto ao CAGED, ao ganho de empregos com carteira assinada, vai depender muito da correta e ampla aplicação do espírito da recente Reforma Trabalhista. De todo modo não está  descartada a possibilidade de chegar perto do ganho de 2 milhões de postos formais. A reação da indústria e a manutenção de uma safra agrícola excelente vão provocar uma grande absorção de mão de obra pelos Serviços e pelo Comércio.

VIAGEM AO PASSADO

O Irã está na moda e minhas recordações daquele país mais vivas do que nunca... Estive no Irã em 1976, para participar da Conferência In...