Na data de 31 de março importantes acontecimentos marcaram
minha vida.
Foi na manhã de 31 de março de 1981, enquanto trabalhava, que
recebi o telefonema de um funcionário subalterno do MEC comunicando, a mando do
Ministro da Pasta, que meu mandato de Presidente do MOBRAL expirara e que eu
não seria reconduzido.
Era a minha demissão após 16 anos de trabalho no Governo, 9
dos quais no MOBRAL. Ato deselegante, totalmente fora do protocolo usual. Longe
de me diminuir, essa desfeita teve exatamente o efeito contrário porque foi interpretada majoritariamente como
a falta de uma justificativa razoável e
sincera para minha demissão - o MOBRAL era um sucesso indiscutível. Outra
versão era que não teriam, as autoridades do MEC, a coragem suficiente para
encarar-me, no derradeiro “tête a tête” protocolar. Muito desonroso para um
General e um Coronel que exerciam respectivamente os cargos de Ministro e
Secretário-Geral do MEC. Esse ato de força daquelas autoridades - o tempo mostrou -
não foi nada bom para suas biografias e para o Governo Figueiredo. Naquele
momento o MOBRAL perdia sua independência e autonomia, conquistada por meio de
um trabalho competente, vitorioso, reconhecido internacionalmente – o MOBRAL,
com o aval da UNESCO, deu assistência técnica a 23 países, dois dos quais
chegaram a implantar órgãos alfabetizadores seguindo o modelo brasileiro. O
MOBRAL era um programa que honrava o Governo da Revolução!
Confesso que 31 de março de 1981 não foi um dia agradável em
minha vida.
Em contrapartida, houve um outro 31 de março maravilhoso: o de 1964! Foi
um dia de gloria... Em que ajudei a vencer os bandos de desordeiros que queriam
transformar nosso país em um satélite do fracassado regime comunista
internacional.
Como Roberto Campos bem definiu, em uma entrevista à TV, com
a costumeira sabedoria, o que aconteceu naquele dia foi uma Contrarrevolução, reagindo à ameaça de
implantação de um regime ditatorial de esquerda, à semelhança da Cuba
de Fidel Castro e Che Guevara, dois assassinos frios, adeptos respectivamente do
“paredón” e do tiro na nuca.
Ao contrário do que dizem os mentirosos – que nos últimos
anos tentaram mudar a História do Brasil – o que ocorreu foi realmente uma
Revolução, com apoio decisivo das Forças Armadas. A participação maciça de
civis como eu é indesmentível: antes, milhões de brasileiros comuns caminharam
pelas ruas, pedindo a intervenção salvadora dos militares; a 31 de março e no
dia seguinte, milhares de cidadãos civis,
corajosamente, voltaram às ruas para arriscar suas vidas e combater os que se
opusessem às tropas revolucionárias – o que felizmente não ocorreu.
Após a subida de Jango Goulart ao poder, a situação no
Brasil foi ficando irrespirável. Eu não me conformava com o descalabro, a
corrupção, a desordem e a visível tentativa de se implantar uma ditadura
comunista em nosso país, no modelo cubano ou similar. Como jogador de voleibol
de nível internacional eu conhecia bem como funcionavam o “paraíso soviético” e suas filiais: falta de
liberdade, opressão, miséria e a sensação de impotência absoluta frente à
repressão selvagem do regime brutal.
Resolvi agir. Eu era jovem e preferia correr todos os riscos para não viver (se é
que isso é viver...) sob a ditadura comunista. Era recém-casado. Marisa e eu
optamos por ter filhos depois de alguns anos, com a vida já estabilizada. No
dia 1º. de abril Marisa me acompanhou ao Palácio Guanabara, onde Carlos Lacerda
estava entrincheirado, disposto a tudo. Mas deu certo e vencemos. E o Brasil,
até então um gigante adormecido, foi transformado na 8ª. Potência econômica do
mundo, pela ação dos Governos militares.
Comemorar a Revolução de
31 de março de 1964 é um ato legítimo dos que lutaram pela liberdade e pela
salvação da pátria amada.
Será um dia para vestir verde e amarelo e sobretudo para agradecer
a decisiva intervenção democrática das
Forças Armadas.