domingo, 24 de fevereiro de 2019

PRIORIDADE PARA A EDUCAÇÃO NO BRASIL


Todo início de ano letivo há a repetição de inúmeros problemas que vão prejudicar o já débil desempenho da educação brasileira. Em 2019 não há novidades: Estados e Municípios não fizeram o dever de casa e há escolas em condições precárias, alunos sem escolas e escolas sem alunos, faltam professores, os livros didáticos não chegaram a tempo, a merenda também  falhou, o transporte funciona mal, a violência aumenta o absenteísmo em várias regiões  e assim por diante...
Foi assim também em 2014, quando o déficit de professores aparecia como o principal problema para o início do ano letivo na educação básica brasileira. 
Resolvi então, à época, escrever alguns blogs contendo ideias acerca do recrutamento de professores qualificados, de incentivos para a profissão docente e de ações emergenciais para sanar a falta de mestres em geral.
As datas dos escritos e seus títulos, disponíveis para os interessados no tema, são:
1.PROFESSOR TALENTOSO: ESSENCIAL NA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE: 17/02/2014
Um programa de TV dedicado inteiramente à educação e com ingredientes capazes de torná-lo popular, com  grande audiência, seria uma vitrine maravilhosa para as boas práticas do setor e um incentivo excepcional para o professorado.
2. SOS PROFESSOR SENIOR: 19/02/2014
Ter um corpo docente de reserva, pronto para atender emergências e que não pesasse nos cofres públicos a longo prazo, seria extremamente valioso para evitar surpresas em qualquer fase do ano letivo. Professores aposentados, ainda atualizados e desejosos de continuar a trabalhar como intermitentes, de acordo com a nova legislação laboral, podem formar esse grupo apto a suprir as lacunas já habituais nos sistemas de ensino.
3. PROFESSORES TALENTOSOS SÃO CELEBRIDADES: 21/02/2014
A conquista de talentos, para o exercício do magistério em nossa educação básica pública, encontra uma barreira inicial na situação desfavorável  em que a maioria dos professores exerce atualmente essa profissão. E esse  fato é muito divulgado pela mídia. Outras profissões, em que a maioria dos trabalhadores encontra dificuldades pessoais semelhantes, conseguem atrair grandes quantidades de pretendentes. Pela natureza dessas profissões, o diferencial parece ser a exposição quase exclusiva e exaustiva apenas daqueles que são bem sucedidos, viram celebridades que os jovens querem imitar. Professores de ponta, com uma missão social tão importante, bem que merecem o status de “celebridades”, que nunca lhes é dado. Mudar talvez seja uma solução para a falta de prestígio da carreira docente. 
 Existem profissões com maiores ou menores atrativos. Há, inclusive, aquelas que sofrem rejeição, como é o caso da carreira de professor de educação básica no Brasil atual. O professor talentoso, bem formado e motivado, é um fator de primordial importância para a educação de qualidade. Mas os jovens brasileiros talentosos não se imaginam dando aula numa escola pública de ensino básico.  Mas um bom programa de  TV dedicado exclusivamente à educação  pode mudar essa percepção negativa.                                                                                                
4. MONITOR DE HOJE É O PROFESSOR DO AMANHÃ: 24/02/2014
Monitor! Aí está uma velha ideia que ainda cabe nestes tempos de escassez de vocações para o professorado. A busca de talentos para o magistério deve começar desde cedo, no próprio ambiente escolar – o mais propício para o recrutamento e a seleção de jovens motivados para o exercício da profissão. Dentro dessa perspectiva, a instituição, nas escolas públicas de nível médio, da figura do “aluno-monitor” (ou simplesmente monitor), pode contribuir para a renovação dos respectivos quadros docentes.
Quem sabe se algum Secretário de Educação em apuros abraça alguma dessas ideias?

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

UM PROJETO PARA A PRIMEIRA DAMA


Está bem claro que a Sra. Michelle Bolsonaro deseja influir na melhoria da qualidade de vida da população que tem algum tipo de deficiência. Uma escolha que certamente merece prioridade, no âmbito do Ministério da Cidadania.
Evidentemente, há vários caminhos meritórios para que a Primeira Dama concretize a nobre missão a que se propõe. Mas em função de minha experiência, quando fui Subsecretário-Adjunto de Trabalho e Renda no Rio de Janeiro, de 2003 a 2006, sugiro um projeto que me parece ter um custo razoável e um benefício elevado: a qualificação profissional e a colocação no emprego das pessoas com deficiência.
A legislação prevê que as empresas tenham que empregar deficientes, obrigatoriamente, em  sua força de trabalho, em um percentual  variável em função do número de seus  empregados. As empresas que não conseguem cumprir essa legislação alegam que faltam candidatos com a qualificação necessária para preencher as vagas existentes.
O projeto proposto visaria exatamente eliminar esse déficit de formação para o trabalho da população com deficiência.
O primeiro passo para sua implementação consistiria na análise de ocupações mais adequadas para os candidatos, segundo seu tipo de deficiência. Essa análise permitirá, inclusive, descobrir que  em certos casos específicos há vantagens, em termos de produtividade, na admissão de portadores de deficiência sobre os demais trabalhadores.
O segundo passo seria dimensionar a demanda local para cada tipo de ocupação, de modo a quantificar o número de treinandos que frequentarão  cada curso.
A terceira etapa consistiria em recrutar e selecionar os candidatos ao treinamento, sendo conveniente utilizar entidades que habitualmente já desenvolvem atividades com essa clientela especial.
A seguir, qualificados, esses trabalhadores devem ser encaminhados ao emprego pelos Balcões ou Agências mantidos pelos Governos Estaduais e algumas Prefeituras de maior porte. Essas instituições podem estabelecer mecanismos de acompanhamento dos portadores de deficiência que forem colocados nas empresas, de modo a aperfeiçoar o projeto em suas diversas etapas.
O emprego é um dos meios mais eficazes para alcançar o desenvolvimento sócio-econômico  da população e essa é a meta maior do Governo.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

RESISTÊNCIA TEM NOME: TULLIUS DETRITUS


Na política suja funciona assim:
1.       o bandido  está no poder mas quer mais -  ambiciona o poder absoluto;
2.       o bandido corrompe, suborna, chantageia e mente – faz qualquer negócio;
3.       poder absoluto corrompe absolutamente e o bandido é descoberto  - até pelo povão;
4.       o bandido perde o poder absoluto - vai se contentar com o que sobrar;
5.       não sobra nada - seus cúmplices também são repelidos;
6.       fora do poder, a solução é adotar um nome nobre:  resistência!
Para o bandido, a forma de resistência que melhor cabe em seu caráter é a intriga. Tullius Detritus sai das estórias de Asterix e entra em cena. Nisso, é craque: em um só tweet  consegue intrigar e caluniar até quatro inimigos.
Mas há vários Tullius Detritus por aí: explícitos no Congresso, aparelhados no Executivo, embuçados no Judiciário, subvencionados na grande mídia, nos blogs pagos, nas redes sociais, em todos os cantos...
Logo pela manhã, a mídia suja tenta intrigar Bolsonaro e Mourão; ontem, provocavam os ciúmes entre os filhos do Presidente; anteriormente jogaram Lorenzoni contra Guedes; e há muitos outros Chalaças de plantão.
Espero que os atuais detentores do poder se comportem como estadistas e não ouçam as intrigas sórdidas da resistência, ostensiva ou disfarçada de “amigos”. E vou inspirá-los, contando uns fatos históricos que presenciei de perto.
O Presidente Castello Branco nomeou Roberto Campos seu Ministro Extraordinário para o Planejamento e Coordenação Geral. Roberto Campos tinha um papel proeminente no Governo, por força do exercício de sua função de coordenação geral. Agindo quase como um Primeiro Ministro, logo despertou inveja e os detratores da Revolução de 1964 viram aí uma oportunidade para a intriga. Que eu saiba, na única vez que tentaram lançar a cizânia entre os dois, junto ao Presidente Castello Branco, sua reação foi tal que desencorajou qualquer outra  até o fim de seu Governo. Castello Branco era um ESTADISTA!
Vi de perto, também, as tentativas de lançar Octavio Gouveia de Bulhões contra Roberto Campos e vice-versa. Fracassadas! Os dois eram grandes amigos, fizeram uma obra reformista inigualada até os dias correntes. Dois estadistas!
Anos mais tarde, a imprensa opositora começou a divulgar insistentemente que o Ministro Chefe da Casa Civil, Golbery do Couto e Silva, era quem efetivamente mandava no Governo Figueiredo. Foi a preparação da resistência de então. O talento político e o profundo conhecimento do país davam ao Ministro Golbery uma natural liderança intelectual nas ações governamentais e essa atuação foi convenientemente explorada por seus inimigos junto ao Presidente Figueiredo.
Em outra onda de intrigas, conflitando  os Ministros “gastadores” com o guardião das chaves do cofre – que era o Ministro do Planejamento, Mário Henrique Simonsen – Tullius Detritus já tinha tido sucesso e Simonsen pediu demissão. Golbery, seu defensor, não tardou a perder poder e o cargo. Faltou ESTADISTA no Governo, encerrado melancolicamente.
Espero, para o bem do Brasil, que Bolsonaro, Mourão, Moro, Guedes, Lorenzoni  etc sigam os exemplos de Castello Branco, Campos e Bulhões.
COMPORTEM-SE  COMO VERDADEIROS ESTADISTAS

VIAGEM AO PASSADO

O Irã está na moda e minhas recordações daquele país mais vivas do que nunca... Estive no Irã em 1976, para participar da Conferência In...