quinta-feira, 3 de novembro de 2016

JANTAR DO VOLEIBOL

Um erro de edição fez com que aparecesse neste blog - sem que eu o percebesse de imediato - uma foto do JANTAR DO VOLEIBOL realizado nos anos 90. Motivo de muitas recordações e imensas saudades dos que já se foram. Como  meus amigos Bené, Gelson e Delano, em primeiro plano na foto. Também uma oportunidade para lembrar que em 8 de dezembro o evento voltará a acontecer, como nos duas últimos 24 anos, reunindo os jogadores de voleibol do Rio de Janeiro que abrilhantaram nossas quadras nos anos 50, 60 e 70, dando muitas vitórias aos seus clubes e às seleções do Estado e do Brasil. Atletas dos tempos do amadorismo, que jogavam por amor ao voleibol e a seus clubes, muitas vezes com sacrifício de seus estudos e  de suas carreiras profissionais. Nesse grupo, de muitas conquistas, repousam as bases do voleibol que temos hoje, vitorioso,  ostentando uma justa hegemonia mundial. Inclusive os dirigentes que levaram nosso esporte da rede a essa posição ímpar, no panorama mundial, foram jogadores naquela época: Nuzman e Ary. O jantar será no Clube Monte Líbano e são esperados 100  atletas dos anos dourados do Rio de Janeiro.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

LIÇÕES ELEITORAIS DE 2016

Espantei-me ao ver, no canal de notícias de maior audiência da TV por assinatura brasileira, que um comentarista político, cometendo erro crasso, somava percentuais de abstenções (referidos ao número total de eleitores inscritos) com percentuais de votos nulos e brancos (relativos aos eleitores que compareceram à votação) para quantificar a proporção dos que denominava de “desiludidos da política”. Sinal de que nossa TV ainda tem muito a progredir tecnicamente e nosso sistema educacional  precisa melhorar enormemente sua qualidade, especialmente em matemática. E indicativo, também, da explícita ansiedade de  parte daquela equipe em diminuir o valor do pleito municipal – talvez por não terem gostado dos seus resultados -,  superestimando o desinteresse do eleitorado em escolher um determinado candidato. Menos mal que outro participante do time de comentaristas, mais ilustrado, corrigiu o erro evidente.
Estatística ainda é uma ciência indecifrável para a maioria esmagadora dos brasileiros, inclusive para muitos portadores de diplomas universitários. O que é uma pena,  pois alguns de seus aspectos são de interesse básico para o cotidiano de todos os viventes. Noções das teorias das probabilidades e dos erros, a percepção da significância relativa dos valores  etc são extremamente úteis para a tomada de decisões corriqueiras de nossa existência. Talvez seja, por essa debilidade generalizada,  que os institutos de pesquisa de opinião errem tanto e tão impunemente em suas previsões eleitorais, prejudicando a  boa prática democrática, sem que nada aconteça e ninguém proteste.
Em sua analogia entre a estatística e o biquíni, Roberto Campos já nos prevenia sobre os cuidados a tomar na análise dos números. E nas últimas eleições essa prudência cabe perfeitamente. Comentaristas falavam dos elevados percentuais de abstenção sem fazer duas considerações pertinentes: a primeira, que em Municípios que não realizaram recadastramento dos eleitores em 2016 há um grande número de mortos incluídos dentre os aptos a votar; a segunda, que em Municípios de população envelhecida (como é o caso do Rio de Janeiro), o fato de pessoas de 70 anos e mais de idade não serem obrigadas  a votar adiciona mais um “bias” evidente na aferição do percentual de abstenções.
É lugar comum a observação de que “o brasileiro não sabe votar”. Tenho outra hipótese, baseada nos resultados das eleições municipais de 2016 e cotejando-as com as de 2014, pois agora os brasileiros votaram acertadamente e mandaram o PT para o espaço... Minha hipótese é que o nosso eleitor é facilmente iludido pelas mentiras, pela demagogia populista e assim por diante. Quem acha que sabe votar muito racionalmente que atire a primeira pedra! Jânio, Collor, Lula e Dilma enganaram muitos milhões, inclusive das classes que se denominam “esclarecidas”!

Em 2014 abordei esse tema pouco antes das eleições, no blog intitulado “ECONÔMICO X SOCIAL”, prevendo o voto fisiológico dos muitos milhões de beneficiários dos programas sociais, enganados pelos agentes do PT - que espalharam boatos de que o programa Bolsa Família seria extinto caso Dilma fosse derrotada no pleito presidencial. Pobres e miseráveis só podiam votar como votaram, reelegendo quem lhes pagava a mesada indispensável à sobrevivência. Não votaram mal: foram enganados. Agora deram o troco, consciente e esclarecido.

sábado, 22 de outubro de 2016

PESQUISAS ELEITORAIS FAJUTAS X DEMOCRACIA

Já se passaram algumas décadas desde o dia em que li, na revista “SCIENTIFIC AMERICAN”, o resultado das investigações científicas sobre a influência das pesquisas de opinião nas eleições respectivas. Os casos abordados referiam-se aos Estados Unidos da América do Norte. As conclusões desses estudos eram  claras e unânimes: a divulgação das pesquisas eleitorais influencia intensamente e pode mudar o voto do cidadão médio. Por extensão, pode-se concluir que pesquisas eleitorais que apresentam resultados errados prejudicam a causa democrática.
Nos  pleitos eleitorais deste ano (2016) e nas últimas eleições presidenciais (2014), muitos dos órgãos de pesquisa cometeram erros flagrantes, seus resultados distanciando-se da realidade muito além das margens de erro aceitáveis. Essas pesquisas podem ter  contribuído para resultados que não retratavam o desejo efetivo dos eleitores.
Nessas alturas, o corolário dos argumentos acima é bem lógico e uma pergunta se impõe: qual o motivo de as autoridades eleitorais brasileiras, até agora, não terem tomado as medidas profiláticas que evitem essas distorções?
Pesquisas eleitorais amplamente erradas, muito acima do tolerável estatisticamente, devem ser coibidas severamente  – e Estatística é uma ciência exata que permite essa aferição.
Uma medida bem simples da Justiça Eleitoral (TSE) pode acabar com essa aberração: órgãos responsáveis por pesquisas flagrantemente erradas sob o prisma estatístico devem ter suspenso o seu direito de realizar pesquisas no pleito seguinte.  Punição que cabe tanto no caso de incompetência quanto no caso mais grave da fraude deliberada.

Com a palavra o TSE. A democracia brasileira agradeceria!

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

O PROGRAMA “CRIANÇA FELIZ” É UM ÓTIMO COMEÇO

No início de 2011, em uma reunião na SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos),  perguntaram-me como o Brasil poderia aproximar-se de uma educação básica de qualidade.  Respondi com três ideias:
a) Fazer da escola o centro da comunidade, com todas as implicações, internas e externas, que esse seu papel central haveria de ter;
b) Criar o conceito de “garantia de qualidade” em Educação – garantia que os estabelecimentos e agentes educacionais, públicos e privados, indistintamente, devem ser obrigados a dar a quem utiliza seus serviços;
c) Implantada a educação continuada – que deve acontecer em todos os lugares, para todos, durante toda vida – o lar, e mais especificamente a família, passa a ser o sujeito/objeto privilegiado do processo.  “A exemplo do “médico de família”, devemos instituir de imediato o “professor de família”, que irá aos lares necessitados e atuará sobre todos os seus membros – crianças, adolescentes, adultos e idosos – principalmente orientando-os sobre os caminhos da educação continuada disponíveis localmente, para superar as barreiras do conhecimento.” (Capturado de http://arlindolcorrea.blogspot.com.br/, no blog de 11/02/2011)
Desde então venho insistindo nessa ideia : assistência domiciliar que dará,  aos que já estão no sistema educacional, especialmente no ensino fundamental, um suporte importante para a realização dos trabalhos escolares, apoio que esse aluno geralmente não pode encontrar no seio da sua família - ela também carente no que concerne à escolaridade e necessitada de ajuda externa. Um esforço complementar, pioneiro e inovador, que o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) iria aportar ao sistema educacional brasileiro em sua difícil luta em favor da qualidade de ensino.
O “CRIANÇA FELIZ” é um começo promissor para a concretização da ideia do “professor de família”, que é o nome marqueteiro do agente de desenvolvimento humano que vai visitar e auxiliar as famílias mais pobres de nosso país.
O Programa “CRIANÇA FELIZ”, pelo qual trabalhará voluntariamente a Primeira Dama, Marcela Temer, é não só prioritário como também extremamente oportuno nestes tempos de crise.
Até 2018 o programa vai atender 4 milhões de crianças entre 0 e 3 anos, beneficiárias do Bolsa Família e também as que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Entre as ações, estão visitas domiciliares de orientação às famílias sobre iniciativas que contribuam para o desenvolvimento dos filhos. Excelente!  O “Criança Feliz” contará com um orçamento de R$ 300 milhões para atender a 600 mil crianças em 2017. Em 2018, o investimento previsto é de R$ 800 milhões. Iniciativa magnífica para romper o ciclo da pobreza. Mais do que isso, essa visitação redundará na orientação a toda família e não só às crianças e seus efeitos serão notáveis.

Minha alegria é dupla, pois além de apreciar a iniciativa, trata-se do embrião de uma ideia que propago há alguns anos.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

O DRAMA DO DESEMPREGO NO BRASIL


  • ·       Dentre as inúmeras heranças malditas impostas ao povo brasileiro pelo populismo, o desemprego é, sem dúvida, o  maior de todos os  flagelos. Nossa taxa de desocupação de 11,8%, estimada pela PNAD Contínua do IBGE para o trimestre junho-julho-agosto de 2016, corresponde a 12.024.000 pessoas - maior do que a população  total de muitos países. 
  • ·       O desemprego é devastador.  Desperdício  de recursos humanos causado pela sua ociosidade e da correspondente capacidade de produção, a desocupação agrava os déficits previdenciários pela redução das contribuições e sobrecarrega os setores e  programas sociais, cuja procura cresce rapidamente. Nada supera os dramas humanos que se sucedem.  Privados  pela conjuntura, independentemente de sua vontade, da capacidade de gerar renda para manter suas famílias, os trabalhadores – principalmente os mais pobres -  passam a viver uma instabilidade insuportável, a  qual os leva em direção à miséria. Quando a desocupação  é duradoura,  vão se esgotando  gradualmente os recursos financeiros derivados da proteção social ao trabalho formal: indenização rescisória, seguro-desemprego, FGTS, saldo do PIS-PASEP. A seguir, poupanças familiares amealhadas ao longo da vida – quando existem - vão sendo consumidas  e o trabalhador pode chegar ao endividamento  e à inadimplência – como, aliás, já é a situação de 58% das famílias do país. Para os informais – geralmente desprotegidos - o colapso é ainda mais dramático. Um verdadeiro caos!
  • ·       Quando trabalhei na Secretaria Estadual de Trabalho e Renda  do Rio de Janeiro, encaminhamos ao governo federal uma proposta  - que deveria ser repassada pela via diplomática à ONU – para que a taxa de desocupação – tal a sua importância - fosse considerada no cálculo do Índice de Desenvolvimento  Humano  (IDH) dos países-membros da instituição. O desemprego  afeta profundamente a qualidade de vida da população. Como o PT já estava no poder e o Governo Estadual  fluminense era oposição, a proposta morreu nos escaninhos da burocracia estatal. 
  • ·       Atualmente  o desemprego é  tema onipresente na mídia. Todavia, o tratamento dado à matéria não escapa muitas vezes ao lugar comum, à adoção repetida de conceitos (ou preconceitos) equivocados. Virou quase um slogan a afirmativa de que nas crises o desemprego é o último a reagir e a recuperar-se. O que não se diz, porém, é que isso só acontece porque a tributação sobre o emprego formal, no Brasil, é extremamente alta e a CLT totalmente engessada e ultrapassada. Aqui, admitir um empregado é caro e demiti-lo é caríssimo. Logo, empregar  sempre requer reflexão e cautela. Se assim não fosse, a recuperação dos postos de trabalho se verificaria de imediato, à medida que se desse a utilização da capacidade ociosa dos setores produtivos. É de lembrar que o custo da remuneração de horas extra também é alto e sua adoção normalmente evitada.                                                                                                     Um jornal de grande circulação entrevistou recentemente alguns economistas e concluiu que  “o desemprego no Brasil só deverá cair na segunda metade de 2017. Ainda assim,  a volta a níveis anteriores à crise não é cenário mais previsto para 2018. O país levará pelo menos quatro anos para sair do sufoco no mercado de trabalho”. O FMI, ainda agora, confirmou essa visão pessimista. 
  • Creio que essa colocação é exagerada e que  a recuperação se fará mais rapidamente, pois  a mudança de comando do governo federal está restabelecendo  a confiança dos setores produtivos, antes perplexos com a incompetência e a ambiguidade dos dirigentes no poder. O simples anúncio da intenção do Governo de desfazer certos nós da legislação trabalhista já entusiasma o mercado. A possibilidade aberta pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) de que a negociação entre o empresariado e os representantes  dos empregados seja reconhecida pela justiça trabalhista já criará um  clima de confiança e aí voltam os investidores e com estes mais ocupações.  Essa volta das inversões se fará mais rapidamente ainda caso o Governo efetive uma razoável redução da burocracia, como já foi feito no âmbito do Ministério da Agricultura.
  • Nunca é demais lembrar que a volta da confiança na gestão de nossa economia ocorrerá mais efetivamente também com  o combate à fraude, ao empreguismo nas administrações públicas, com a redução  do tamanho do Estado e a conclusão das milhares de obras inacabadas espalhadas pelo nosso território.
  • Há muita queima de gorduras a realizar, com economias vultosas para o Erário: mordomias, viagens desnecessárias, representações no exterior, privilégios injustificáveis de alguns setores da administração pública etc .
  • Só a mitigação da onda de corrupção que assola o país – em pleno curso -  já eleva o nosso potencial de crescimento. Vencida a batalha contra a impunidade – o que todos esperamos - o Brasil voltará ao caminho do pleno desenvolvimento. E o emprego elevar-se-á concomitantemente.
·               Espero boas notícias nos próximos seis meses.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

FALTA O LIVRO NEGRO DO GOVERNO DO PT

Tenho uma crítica de caráter técnico ao Governo Temer, decorrente de omissão que futuramente será considerada lamentável pelo próprio Presidente. Falha ainda passível de correção, em nome da transparência e do respeito à opinião pública.
Quando se assume um cargo em que os desmandos do antecessor são evidentes, todo gestor de bom senso realiza, de imediato, uma auditoria que permita – a quem interessar possa – avaliar o tamanho do estrago encontrado. Diagnóstico útil, inclusive, como ponto de partida para as correções que se fazem necessárias.

Temer deveria pedir a todos os seus Ministros um retrato dos seus respectivos setores de atuação quando assumiram suas Pastas. A seguir, consolidado e editado esse quadro trágico, deveria  publicar os resultados do que eu denominaria O LIVRO NEGRO DO GOVERNO DO PT. Para que o povo brasileiro soubesse, com transparência, a devastação que o populismo irresponsável causou em nosso país e melhor compreendesse a necessidade das indispensáveis reformas – nem sempre agradáveis - que o Governo  terá que promover em sua tarefa de verdadeira salvação nacional.

Temer tem uma desculpa bastante aceitável para o fato de não ter tomado, imediatamente, a iniciativa dessa auditoria: o verdadeiro purgatório em que coexistiu, como interino, com o longo julgamento de Dilma. Agora, porém, o balanço se impõe e se torna urgente. Mãos à obra, Presidente!

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

A VITÓRIA DA OPORTUNIDADE

Realizar uma Olimpíada em cidades do primeiro mundo, dotadas das infraestruturas adequadas de transporte público e hospitalidade, capazes de atender a uma grande demanda, é bem mais simples do que se colocava como desafio ao nosso Rio de Janeiro. O desafio, porém, gerou uma grande oportunidade, aproveitada de modo adequado em vários aspectos. Tomando Londres  como exemplo, estávamos diante de uma cidade rica  onde o metrô tem mais de 100 anos e uma enorme abrangência, além da perfeita integração com a malha ferroviária do país. No Rio, por outro lado, colocava-se logo de início a dificuldade estrutural da falta de  transportes públicos e do déficit  de leitos. Foi preciso construir essa malha viária e expandir a rede hoteleira.

Quando os três grandes eixos  de BRT e a linha 4 do Metrô estiverem operando a plena capacidade, após a Paralimpíada, nossa Cidade do Rio de Janeiro será outra, mais valorizada e sustentável. Transoeste, Transcarioca, Transolímpica e o Metrô ampliado pela Linha  4 permitirão uma maior integração de todo território carioca. Uma revitalização sem precedentes e uma melhoria decisiva da qualidade de vida da população.   



Agora, é pensar em melhorias e novas alternativas, exercer a criatividade, aprender com exemplos bem sucedidos de outras cidades.
De início, deve-se  complementar a integração do transporte de massa com meios mais sustentáveis e ao mesmo tempo valorizar duas joias da natureza carioca – as lagoas da Barra da Tijuca e a Rodrigo de Freitas -, o que é totalmente viável. Os passos são óbvios: dragar, eliminar o despejo de esgotos, baixar a poluição a quase zero e implantar linhas de navegação que tragam a população  em trânsito para as estações da Linha 4 do Metrô às suas margens, a saber, Jardim Oceânico (no caso da Barra), Jardim de Alá e General Osório (saída na Lagoa) em Ipanema. Principalmente no caso da Zona Oeste, há uma grande população não atendida pelo transporte de massa que poderia beneficiar-se da via aquática. A operacionalização não terá óbices: em troca das respectivas concessões, surgiriam muitas empresas candidatas a uma parceria público-privada sem ônus para o erário. Pois essas linhas, além de servirem à integração mencionada, atrairão os turistas interessados em conhecer parte fascinante de nossa cidade de um ângulo diferente.
Outro tipo de integração, igualmente sustentável, pode ser feita pela bicicleta e eventuais sucedâneos (triciclos e similares), que complementariam o acesso de proximidade das populações residentes a certas estações de metrô e BRT. Ciclovias e  bicicletários  com segurança precisam ser providenciados para servir a esse fim.
Com o sucesso das Olimpíadas, o futuro do Rio de Janeiro como destino turístico de primeira grandeza está assegurado, garantindo a ocupação adequada e a economicidade dos novos hotéis construídos.
Há providências mais trabalhosas a tomar, certamente: construir algumas alças em estações viárias de integração, adquirir maior número de veículos para metrô e BRT, intensificar a captação de eventos internacionais e a propaganda do Rio no exterior etc  Mas nada que seja tão difícil quanto o que foi realizado para viabilizar o sucesso das Olimpíadas. Mãos à obra, pois!

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

ENTENDER O BRASIL É COISA PARA PROFISSIONAIS

Ao final, as Olimpíadas do Rio de Janeiro acabaram aprovadas universalmente,   depois de muito preconceito e inúmeras desconfianças – algumas fundadas e  outras inventadas.
a)      Quando dirigi o Centro Nacional de Recursos Humanos (CNRH) do IPEA,  o setor de Assistência Técnica Internacional estava sob minha responsabilidade - pois a vinda de peritos estrangeiros é uma forma de incorporação de talentos  à força de trabalho do país receptor. O IPEA tinha uma grande experiência própria, pelo fato de receber desde sua fundação um grande número de especialistas do exterior para colaborar em  nossos trabalhos de pesquisa e planejamento econômico.  O Brasil lucrou muito com o "know how" desses profissionais altamente qualificados, mas havia exceções. Em face da realidade observada - não só no Brasil mas também em outros países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento – corria entre nós uma série infinita de estórias  jocosas  exagerando as trapalhadas daquele tipo de especialista que chega a um país que não conhece e logo dá receitas “infalíveis” para a solução de problemas seculares. A mais famosa delas  dava conta de um “expert”  enviado para missão na Argentina e que ainda no aeroporto enviara um minucioso “report” sobre suas observações iniciais, já com inúmeras sugestões operacionais. Ao buscar sua bagagem descobriu que desembarcara no Uruguai...
b)      Outra experiência interessante de minha juventude permitiu-me conhecer a redação de um dos maiores jornais brasileiros – CORREIO DA MANHÃ – onde, Indicado pelo brilhante Janos Lengyel, escrevi durante 5 anos uma coluna dominical sobre voleibol, esporte no qual ainda era um atleta atuante e de ponta.  Alguns “coleguinhas” contavam fatos curiosos da cultura profissional vigente. Exemplo: sempre que faltava assunto para a matéria obrigatória do dia seguinte, o jornalista recorria ao seu fichário mental, escolhia um inimigo de estimação e fazia um libelo contra o desafeto – que podia ser uma pessoa ou uma instituição.

A combinação de (a) e (b) explica a maior parte das matérias dos jornais estrangeiros que asseguravam que as Olimpíadas do Rio seriam calamitosas. Tom Jobim me disse certa vez que “entender o Brasil era coisa para profissionais”. Tinha inteira razão.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

LOUCO POR OLIMPÍADAS NO RIO DE JANEIRO

Praticante de esportes desde a infância,  sou um apaixonado óbvio pelos magníficos eventos que o Rio de Janeiro sediará em agosto e setembro de 2016.
Quis o destino que eu não tivesse o prazer de jogar nas Olimpíadas. Meu esporte, o voleibol,  começou a figurar nos Jogos em 1964, em Tóquio,  por força da pressão exercida pelos japoneses, praticantes altamente qualificados na modalidade. Naquela altura, embora ainda estivesse tecnicamente apto a fazer parte da seleção nacional, eu já tinha um firme compromisso profissional, inibidor de maiores voos esportivos. Eu era um amador puro e o voleibol, para mim, apenas uma fonte de lazer, ao contrário de suas características atuais. Havia ainda um outro fator, de considerável importância: durante cinco anos fui autor de uma coluna semanal, aos domingos  – sobre voleibol  – no CORREIO DA MANHÃ, um importante jornal carioca, com cobertura nacional. Minha vocação para o exercício sincero e transparente da  verdade, infelizmente, prejudicava minha posição no voleibol, por colidir com os interesses de seus dirigentes. Vai daí...
O maior evento multidesportivo e multinacional de que participei foi o Pan-Americano de Chicago, em 1959.  Uma experiência inesquecível, enriquecedora da biografia de seus participantes. Nem me refiro à medalha de prata que conquistei pela seleção brasileira de voleibol, uma honra vitalícia. Agradeço eternamente pela simples participação, pela possibilidade de conviver, ainda jovem, com pessoas de inúmeros países e conhecer um pouco de suas culturas, o que me preparou para experiências futuras, nas inúmeras Conferências,  Seminários e trabalhos de que participei, representando o Governo do Brasil, o IPEA e o MOBRAL  ou como Consultor da OEA, da UNESCO e da OIT. Em Chicago tive ainda a honra de cumprimentar o grande homenageado do evento: Jesse Owens, o maior atleta do século XX, que deu uma grande lição a Hitler, anestesiado em sua ilusão de superioridade racial dos arianos. Por outro lado, sofri com o assassinato do remador brasileiro Ronaldo Arantes, encontrado morto a tiros em um parque próximo à nossa concentração na Universidade de Chicago e até hoje envolto em mistério.
Quando dirigi o MOBRAL,  incentivei um de meus  mais talentosos colegas de trabalho -  o saudoso Sergio Marinho Barbosa – a escrever uma obra sobre as Olimpíadas para nosso Programa Cultural, no âmbito do projeto de publicações para consolidar o hábito da leitura de alunos, ex-alunos e participantes em geral.  A decisão derivou do engajamento do MOBRAL no movimento mundial “ESPORTE PARA TODOS” e da percepção da importância social, política e cultural das Olimpíadas. Resultou dessa iniciativa uma trilogia de excelente qualidade, cobrindo os períodos 1896-1912 (O MAIOR ATLETA DO MUNDO), 1920-1936 (O PULO DO GATO) e 1948-1956 (UM ROSTO EM AGONIA). Os três livros foram muito procurados nos 3.150 Postos Culturais do MOBRAL e apreciados pela clareza de sua redação e graças ao interesse do tema.
Em 2000, com Marisa e nossas filhas, tive o privilégio de conhecer  Olímpia, o berço dos Jogos.  Nosso navio ancorou no porto grego de Katakolon  e após uma perigosa viagem de taxi, dirigido (???) por Andreas – um grego muito apressado – chegamos ilesos.  Valeu o risco! Estar ali, naquele lugar sagrado, onde nasceu uma das mais nobres e motivadoras atividades humanas, tão importante na minha formação, foi uma emoção ímpar. Amplificada pela beleza  e magnificência daquele sítio icônico, que marca um dos maiores e mais importantes  passos na evolução da Humanidade. O museu vizinho, que guarda parte das peças de Olímpia, como os frontões de alguns edifícios e certas estátuas, tem uma beleza insuperável e um significado histórico incomensurável. Ao ver o que restou do atelier de Fídias, o maior escultor grego, que se deslocava para Olímpia à época dos Jogos, para produzir as magníficas estátuas dos grandes atletas, ampliou-se minha percepção do significado do magno evento.
Agora, como carioca, sinto-me um  participante ativo das Olimpíadas, apenas por estar aqui. Orgulhoso por essa conquista do Rio de Janeiro, cujo alcance muitas pessoas parecem (ou fingem)  ignorar. E ajudarei em tudo que puder, recebendo bem os turistas, mantendo nossa cidade acolhedora. Esse é o dever dos bons brasileiros.

O sucesso nas Olimpíadas pode mudar para melhor nossa Cidade querida!

quinta-feira, 30 de junho de 2016

LES LOUPS SONT ENTRÉS DANS PARIS

Marisa e eu fomos rever Paris em um de seus momentos mais difíceis. E reafirmar nossa devoção à mais linda das cidades, apesar de seus problemas atuais - que certamente haverão de passar.
Não ficamos em Montmartre - a Colina dos Mártires - conforme planejado. Preferimos  outra Colina - Montparnasse, cujo nome homenageia o Monte Parnaso, da Grécia Antiga,  onde residia Apolo com suas nove musas  - um lugar em que ainda é possível viver "à parisiense", no qual não se tropeça nos turistas apressados, à busca dos pontos clássicos que "é preciso visitar" nas viagens para a Cidade Luz. Bairro em cujo cemitério famoso - o Cemitério de Montparnasse - repousa para sempre um dos mais admirados ídolos de nossa juventude: o ator e cantor SERGE REGGIANI. Cujo talento atingiu um de seus pontos máximos ao cantar a odisseia de Paris no decorrer da II Guerra Mundial, descrevendo a cobiça, a invasão e a ocupação pelas tropas nazistas (os lobos - les loups). Intrusos ao final derrotados, com a liberação da cidade mais amada de todos nós que compomos a chamada "civilização ocidental".
Agora, que os "lobos solitários" fazem de Paris seu alvo preferencial, é impossível não lembrar da canção profética de Serge Reggiani. Antes, os lobos eram as imbatíveis divisões Panzer de Hitler; agora, os lobos são os explosivos que vestem os peitos dos terroristas que não parecem conter corações.
Claro que visitamos Montmartre,  subindo pelo funicular, admirando a Sacre Coeur e abordando a Place du Tertre,  com seus pintores característicos. Descemos pelo outro lado, chegando ao metrô Abbesses , saltando na Ile de la Cite. Notre Dame, com o Sena metros acima de seu   nivel normal.  Depois fomos à Torre Eiffel, cercada de tropas embaladas,  prontas para os terroristas. Mas isso passará e o  sorriso da charmante Elvire renascerá!

terça-feira, 28 de junho de 2016

NÃO APAGARÃO A NOSSA TOCHA!


A tentativa canhestra de apagar a TOCHA OLÍMPICA conduzida a caminho do Rio de Janeiro, atirando-lhe um balde d’água, lembrou-me o episódio daquele louco de Atenas que impediu o maratonista brasileiro de conquistar sua justa medalha de ouro, mas apesar de tudo  não conseguiu frustrar a missão original do nosso corredor: a chegada ao final da mais emblemática  prova, do maior dos eventos  esportivos mundiais.
Da mesma forma, ninguém apagará a nossa tocha e ela iluminará e abrilhantará os Jogos Olímpicos de 2016 – OS NOSSOS JOGOS!
Aos que tentam sabotar as Olimpíadas com suas críticas e afirmam fazê-lo em defesa dos interesses de nossa Cidade, que teriam sido prejudicados para que o evento fosse realizado, cabe a pergunta: alguém acha que o Rio de Janeiro vai ficar melhor se os Jogos fracassarem? Claro que não!!! Então, torçam e ajudem para que  sejam um  grande SUCESSO! Essa é a melhor e única atitude possível para quem realmente ama nossa Cidade.


segunda-feira, 27 de junho de 2016

SOMOS TODOS TIME BRASIL

Sou um carioca inconformado com os graves problemas de nossa Cidade. Mas sinto-me no dever de defendê-la contra a CAMPANHA GLOBAL que tentou inviabilizá-la como sede das Olimpíadas. Campanha que fracassou quanto a esse objetivo inicial mas persiste e pretende  agora causar o maior dano possível ao evento. Inteligentemente, a mídia utilizada se aproveita das debilidades reais – algumas conjunturais e outras estruturais - de nossa Cidade, de modo que é difícil lutar contra ela. Essa investida contra o Rio é cruel e não mitiga as críticas nem as coloca no contexto em que estão imersas – para o bem e para o mal – todas as grandes aglomerações urbanas  do mundo moderno. Já não há, neste início de século, grandes metrópoles sem problemas.
 A  repetição e o aprofundamento da expressão concreta desses nossos problemas  – principalmente nas áreas de segurança e saúde - intensificou-se mais recentemente na mídia estrangeira. Com boas ou más intenções, o fato é que essa abordagem do lado negativo de nossa Cidade causa grandes prejuízos aos Jogos Olímpicos e reduz o fluxo turístico – atual e futuro - para o mais procurado ponto de entrada de estrangeiros que viajam para lazer em nosso país, acarretando perdas econômicas consideráveis. Os que trabalham com o turismo carioca já vivem um período de baixa, inesperado e só explicado pela repercussão daquelas abundantes notícias negativas.
Em escala menor, o mesmo já havia ocorrido quando da realização da COPA DO MUNDO DE FUTEBOL DE 2014, naquele caso envolvendo várias capitais brasileiras. Uma campanha sórdida que de certa forma nos favorece hoje, pois afinal tudo deu certo e a COPA foi um sucesso, com muita festa, permanente confraternização dos torcedores dos países participantes e nenhuma violência.  Assim, podemos dizer que o sucesso de 2014 repetir-se-á  agora, apesar de todas nossas dificuldades.

Brasileiros e especialmente  cariocas devem adotar o lema propagado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) que serve de título a este blog: SOMOS  TODOS  TIME BRASIL. Independentemente da posição crítica individual em relação aos problemas de nossa Cidade (e eles são muitos) e aos gestores de nossas três esferas administrativas – municipal, estadual e federal – devemos ingressar em uma equipe virtual que quer os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro bem sucedidos, exemplares, projetando uma imagem positiva do Brasil que apesar de tudo está sendo reconstruído. E não só isso: devemos  ajudar, na medida de nossas possibilidades, para que tudo dê certo. Atitudes no sentido contrário são incompatíveis com a cidadania dos bons brasileiros e cariocas.

terça-feira, 10 de maio de 2016

PELA DESBUROCRATIZAÇÃO IMEDIATA

Nestes tempos de RECONSTRUÇÃO há algumas ideias do passado que ainda podem ser muito úteis ao nosso país e devem ser revisitadas.
A DESBUROCRATIZAÇÃO é uma dessas  ações mágicas: descomplica e poupa tempo; reduz custos e incertezas  e atrai investidores, os quais,  normalmente dotados de grande objetividade, têm particular aversão – pela ordem - ao risco e à burocracia. E como a maior necessidade do Brasil, a partir de agora, é receber novos investimentos, afugentados pela desconfiança e a incerteza, as quais geram risco incalculável e consequentemente  insuportável, vale a pena DESBUROCRATIZAR.
Não é de estranhar que após tantos anos de supremacia de dirigentes esquerdistas, ferrenhos defensores da estatização, da tutela governamental sobre todas as atividades, da fiscalização esterilizante, haja muito o que desburocratizar em nosso país. Há várias causas para a burocratização, todas elas presentes em nosso país, em maior ou menor grau, mas o viés ideológico é extremamente importante.
O empreguismo no setor público é uma dessas pragas que dentre outros grandes males – como o déficit fiscal - gera também burocracia. Funções, instâncias, formulários e reuniões perfeitamente inúteis são criados e tornados rotineiros para justificar a existência de funcionários igualmente desnecessários. Quando há um  visível excesso de funcionários em alguma repartição, a própria necessidade de sobrevivência ocupacional dos excedentes cria aquelas atividades burocráticas que geralmente vão ampliar a “via crucis” dos pobres contribuintes que se dirigem ao governo espontânea ou coercitivamente. Quando se sabe, agora, que há 490 mil servidores estaduais no Rio de Janeiro inadimplente, sendo quase 350 mil funcionários na ativa, cabe perguntar onde se escondem tantos deles, invisíveis funcionalmente, já que sobram miríades de  tarefas irrealizadas no território fluminense. Ainda pior: a máquina estadual, embora repleta de funcionários improdutivos, ainda delega muitas de suas atividades a ONGs, OSCIPs, OS (há muita criatividade na criação desses apêndices lucrativos da atividade governamental), as quais remunera generosamente, como se seus  quadros próprios estivessem assoberbados e não pudessem dar conta de suas incumbências.
Outra causa do excesso de burocracia é econômica. Faz-se burocracia para gerar emprego  e renda para certas castas profissionais privilegiadas. Os cartórios são exemplos clássicos. Exigências diversas como o reconhecimento de firmas, a autenticação de documentos, a existência de algumas certidões  são geralmente inócuas mas revelam-se verdadeiras minas de ouro. E  há outros espécimes igualmente férteis e totalmente discutíveis como a vistoria de veículos e prédios, algumas licenças esdrúxulas como as das quadras de voleibol de praia etc que criam pagamentos às  Prefeituras e Governos Estaduais - cujo custo de arrecadação às vezes supera a respectiva receita.
Uma boa desculpa utilizada para burocratizar é a salvaguarda contra a fraude, a corrupção e similares e a escalada que se segue à descoberta de que os cuidados até então vigentes não impediram, aqui e ali, a prática delituosa. Em face dessa descoberta, cria-se uma  ou mais “barreiras à infração” e assim se vai adiante, progressivamente, inventando cada vez mais entraves burocráticos e ocupando mais funcionários. Geralmente não se consegue sucesso nessa empreitada de prevenir infrações, como se pode depreender do panorama nacional, maculado pela corrupção em doses descomunais, posta a descoberto nos últimos tempos.

Outra grande vantagem da DESBUROCRATIZAÇÃO, estratégica nesta conjuntura de crise, é seu custo modesto. Mas os benefícios que a redução da burocracia pode criar, em certos casos, são ponderáveis e sobretudo resultam em clima propício ao investimento e ao empreendedorismo.

Helio Beltrão foi o campeão da ideia de desburocratizar nos anos 60 e 70. Era um homem público inteligente, extremamente simpático, de bem com a vida, seresteiro tocador de violão, de uma família de políticos da classe média da Tijuca. Tive o prazer de trabalhar no IPEA quando ele foi Ministro do Planejamento. Em meu benefício, aliás, Helio Beltrão transformou o Setor de Educação e Mão de Obra do IPEA, que eu coordenava, em CENTRO NACIONAL DE RECURSOS HUMANOS (CNRH) e me nomeou Secretário Executivo do novo órgão.
Beltrão, com sua sensibilidade de político, percebeu que eu estava recebendo alguns convites para trabalhar no exterior e seduziu-me com a criação do novo órgão.
Pena que o Brasil não deu continuidade às ideias de desburocratização de Beltrão, o que mostra a força dessa verdadeira praga que parece seduzir nosso “establishment”. Beltrão era respeitado e influente. Foi o civil que mais vezes ocupou o cargo de Ministro nos governos militares: Planejamento, Desburocratização, Previdência, além de ter sido Presidente da PETROBRAS. Ainda assim pouco conseguiu em sua cruzada contra a burocracia.
Agora, porém, com a escassez de recursos financeiros e a necessidade de apresentar resultados rapidamente, o novo Governo pode tirar grande proveito da ação desburocratizante.


sábado, 30 de abril de 2016

É TEMPO DE RECONSTRUÇÃO E SANEAMENTO

Neste momento, RECONSTRUÇÃO é a palavra de ordem para todos os cidadãos e instituições comprometidas com o desenvolvimento do Brasil e o bem estar de seu povo. Não há como negar tal contribuição, em meio à mais profunda crise, com 11 milhões de desempregados, caos nas finanças públicas, economia em recessão profunda, inflação elevada e desesperança generalizada.
Nosso país está pior do que o avião em pane da velha estória: é preciso prosseguir, consertá-lo em pleno voo e levar os passageiros a seu destino. Infelizmente, além de tudo, a aeronave  está cheia  de sujeira (o entulho do petismo) e é indispensável   alijar esse peso morto e nauseabundo.
Observo o agravamento da crise em nosso país através da ótica das estatísticas de desemprego, as quais  dizem muito e vão confirmando as previsões feitas em meus blogs anteriores. As taxas não param de crescer, aterrorizando a opinião pública brasileira: já são mais de 11 milhões de desocupados, com suas  famílias desesperadas, passando necessidade. Em contraponto, um desgoverno impotente, indiferente a esse que é o maior flagelo social de nossos dias.
Mas há esperança no ar: a proximidade da alternância no poder!  O novo Governo  terá  porém um árduo trabalho a realizar. Após o país livrar-se do domínio da República Sindicalista do PT virá o indispensável saneamento de sua herança maldita, concomitante ao TEMPO DE RECONSTRUÇÃO! Consertar o avião em pleno voo, remover as cargas nocivas  e continuar voando – eis a tarefa.
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RECONSTRUÇÃO
Em julho de 1944, reunidos em  Bretton  Woods, New Hampshire, 730 delegados de 44 países Aliados instituíram  os mecanismos  componentes do sistema econômico e financeiro que deveria permitir,  às várias nações do mundo, renascer do pesadelo decorrente da II Grande Guerra: o FMI, para regular o sistema monetário internacional e o Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) – o Banco Mundial – para financiar projetos  econômicos e sociais prioritários. Enfrentamos situação parecida! O Brasil, nas próximas semanas, interromperá um processo tão devastador quanto uma gigantesca guerrilha intestina, a qual corroeu nossa economia, arrasou as finanças públicas, desmoralizou os mecanismos de financiamento do desenvolvimento e sistematicamente tentou promover  a divisão dos brasileiros como estratégia de manutenção do poder. Afastado o PT do poder, impõe-se a união dos brasileiros conscientes para promover a reconstrução de nossa economia e de nosso equilíbrio financeiro, tal como ocorreu,  a nível mundial, no período de pós-guerra. Em analogia, dar autonomia ao Banco Central e mandato a sua Diretoria. Ao mesmo tempo, reavaliar toda política de injeção de recursos e financiamento do BNDES, rebatizando-o como Banco de Reconstrução Nacional.
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O “IMEXÍVEL” DO BRASIL PÓS-PT
Simpatizar ou não com o PMDB, no momento, é uma questão secundária. O importante é estabelecer pré-condições mínimas e identificar se há, no novo Governo, o desiderato de tirar o país do abismo. Parece que essa intenção é visível. Há um documento básico de qualidade, embora genérico –  o PONTE PARA O FUTURO – e alguns nomes aventados para participar do primeiro escalão são adequados. Henrique Meirelles, nos planos nacional e internacional, tem todo um passado de competência comprovada, credenciando-o a assumir o comando de nossa economia. Na área social vislumbra-se a atuação intelectual do especialista Ricardo Paes de Barros,  um dos idealizadores do programa Bolsa Família, autor de inúmeros trabalhos de excelente qualidade e com um profundo conhecimento das características da população brasileira mais carente - aquela que necessita maior atenção na crise.
Nestes tempos de impeachment é inevitável  lembrar  de Collor, o qual subiu ao poder com o mesmo discurso de honestidade do falecido PT.  E que, como o PT, foi destronado por força da prática de corrupção, aliada a uma incompetência invulgar para gerir os destinos do país.
No Governo de Collor – a exemplo da ascensão do PT - surgiram muitas inovações.  Algumas muito ruins, inclusive na escolha de seus Ministros. Collor empossou alguns deles apenas por serem “bons de marketing”. Como resultado, fizeram muita espuma mas pouco ou nada de proveitoso realizaram. Nessa linha, Collor nomeou um Ministro do Trabalho cujo mérito era ser sindicalista – à época, a opinião pública brasileira ainda não estava acostumada com essas figuras popularescas que nos anos de Lula e Dilma mandaram e desmandaram em nosso  pais (aliás, justiça  lhes seja feita, pródigos que foram principalmente nos desmandos).
Magri, o tal Ministro do Trabalho, criou o neologismo “imexível” - que caiu no gosto da mídia e que durante muito tempo passou a ser um vocábulo irremovível (ou seria imexível?) de nosso cotidiano político. Esse neologismo ocorre-me agora, por ajustar-se  perfeitamente a dois ícones da vida brasileira na atualidade: a Operação Lava Jato e o Programa Bolsa  Família. Pois antes  de tudo, na reconstrução, para gozar da confiança da população, o Governo TEMER  precisa  definir seu apoio incondicional à Operação Lava Jato e ao Programa Bolsa  Família. Sine qua non!
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O SANEAMENTO IMPOSITIVO
A revelação dos atuais ocupantes do poder de que não farão a transição com o futuro Governo, inclusive com ameaças de “queima de arquivos”, justificará e mesmo obrigará os novos gestores a fazer um saneamento preliminar da máquina operacional do poder público federal e seus apêndices. Assim, antes da reconstrução, será preciso levar a efeito um processo de cuidadosa higienização, para evitar sabotagem e outras práticas similares por parte dos petistas recalcitrantes, suas milícias rurais e urbanas, suas ONGs amestradas, seus meios acadêmicos, midiáticos e artísticos muito bem remunerados para disseminar o proselitismo radical de esquerda. Aliás, ao interromper o fluxo de recursos financeiros e materiais para essas hordas mercenárias, seu entusiasmo murchará rapidamente e os caminhos da normalidade estarão reabertos. Mas pode-se confiar no profissionalismo do PMDB para essa operação profilática.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

A CICLOVIA DA MORTE NA GRUTA DA IMPRENSA

Infelizmente aconteceu! Nosso  Rio de Janeiro sofreu com mais uma tragédia de repercussão mundial, marcada pela perda de preciosas  vidas humanas e representando um sério revés no prestígio da cidade, em um momento muito delicado. A ciclovia em frente à Gruta da Imprensa ruiu.
Quando passei pela Avenida Niemeyer  com minha mulher,  Marisa, e pela primeira vez percebemos que estava surgindo a construção de uma ciclovia do lado do mar, ela logo disse: isso não vai prestar, vai morrer gente aí! E eu completei seu   lamento, observando  que perderíamos uma bela e tranquilizante vista, quando da passagem pela Niemeyer, nas idas e vindas da zona sul.  A ciclovia obstruiria a paisagem considerada  uma das marcas  do Rio de Janeiro – algo como é  a Costa Amalfitana para a Itália. A obra era uma decisão incoerente, para uma Prefeitura que estava derrubando a gigantesca, caríssima e estratégica Avenida Perimetral, exatamente com o argumento de que o faria para resgatar...  a vista do porto!
Marisa tinha razão, pois em criança, com seus pais e seus irmãos, costumava visitar a Gruta da Imprensa  e sabia que as ondas  daquele local específico do costão tinham uma força extraordinária, nas costumeiras ressacas de outono e começo de inverno. Nesses dias de mar agitado, a visita à Gruta da Imprensa era proibida e havia um guarda para alertar os passantes sobre o perigo.
Aquele lugar era então um ponto turístico importante do Rio de Janeiro. Atração perdida pela favelização da região e pela falta de segurança para os eventuais visitantes.
Eu também fui, na infância, um frequentador habitual da Gruta da Imprensa, pois meu pai gostava muito de parar lá, nas idas de nossa família a São Conrado, para visitar os amigos José e Guiomar, donos do Hotel Pedra Fenícia da Gávea. Descíamos a escada, entrávamos na gruta escavada pela erosão marinha, escutávamos o curioso barulho surdo do bater das ondas e certa vez até fizemos um piquenique por lá. Apreciávamos os imensos e sólidos pilares do Viaduto do Rei Alberto – que  emolduram a caverna e lá estão, firmes, há um século, alicerçando o pavimento da avenida, indiferentes à força das ondas mais violentas. Uma boa construção, robusta para resistir um milênio. Dessas que não se fazem mais...
Algumas vezes não podíamos parar: as ondas gigantescas atemorizavam, molhavam os carros estacionados na Niemeyer e o jeito era passar direto. Se nossos gestores soubessem...  se conhecessem melhor a cidade... Mas o Brasil é um país sem memória. E poucos se preocupam em resgatá-la! Ou procurar conhecê-la. Pena! Pois acreditem: as recordações do passado têm muito valor. Embora nem sempre reconhecido...
Quando fui Presidente do MOBRAL, sugeri certa vez que as pessoas mais velhas,  das localidades onde se situavam nossas classes, deveriam ser convidadas às salas de aula para dar um depoimento sobre as origens e o passado daquelas comunidades. Coisa típica do MOBRAL. Era um reconhecimento merecido  da  importância social dos idosos. E um tipo de atividade cultural que se revelou um sucesso. Os mais velhos têm uma contribuição interessante e valiosa para o autoconhecimento das comunidades e suas estórias motivavam os alunos.

Agora, após o desastre, a Prefeitura aventa a possibilidade de consultar os cariocas sobre o destino que deve dar à ciclovia. Nunca é tarde demais, certamente, mas se os moradores mais antigos da região tivessem sido ouvidos antes do início da obra, talvez essa ciclovia nem tivesse sido construída do lado do mar, no costão rochoso dos Dois Irmãos. E se assim fosse, para a admiração daqueles que chegassem ao Rio de Janeiro pelo mar, ainda brilharia  essa visão magnífica da esquecida Gruta da Imprensa, que a foto de Gyorgy Szendrodi, publicada no excelente  site de André Decourt, intitulado “Foi um Rio que Passou”, nos mostra em seu esplendor, no início dos anos 70. Quando os cariocas ainda sabiam que ela existia e era linda! Agora, a gruta da minha infância é apenas a testemunha eloquente de uma tragédia imperdoável.



quinta-feira, 14 de abril de 2016

DE VERDE E AMARELO EU VOU! NÓS, BRASILEIROS, VAMOS!

Roberto Campos estava muito doente à época em  que tramitava o pedido de impeachment do Presidente Fernando Collor. Mas no dia da grande votação, o deputado cumpriu seu dever: com enorme sacrifício físico, em cadeira de rodas, adentrou o plenário e sob aplausos retumbantes pronunciou seu  voto  - pelo Brasil  -  a favor do impedimento.  Roberto Campos  criava assim um “imperativo categórico” para os congressistas que honram seus mandatos: ir em qualquer circunstância sempre que o Brasil precisar.
Não há desculpa para quem faltar à votação do impeachment. Os ausentes estarão perfeitamente identificados em  um de dois grupos: (1) ou são a favor dos governos do  PT, de Lula e Dilma – enfim, disso tudo que aí está  - ou (2) foram cooptados pelo “chefão” no hotel da tulipa dourada. Esta semana mesmo,  Roberto Jefferson, em entrevista memorável à TV, contou que Lula não busca  aliados: quer “prostitutos”, aos quais compra para que obedeçam cegamente.
Em qualquer dos dois casos, esses políticos  ausentes devem ser olhados pelos eleitores como traidores dos interesses do Brasil e de seu povo, como cúmplices do desgoverno que acoberta a corrupção, malbarata nossos impostos, fomenta a inflação, amplia o desemprego e agora corta programas sociais, minados pela disseminação da fraude, usada amplamente como instrumento eleitoral.
Afortunadamente, Roberto Campos sobreviveu àquela doença e ainda nos brindou com alguns anos de agradável convívio. Comentou comigo, certa vez, que aquele dia no Congresso foi singular em sua vida pública: ao ser aplaudido, sentiu-se um político amado, popular. Uma ocasião rara, pois enquanto Ministro do Planejamento -  de meados de 1964 a março de 1967 – foi permanentemente criticado na imprensa, pelas medidas de sacrifício que o governo Castello Branco teve que adotar para remediar o caos estabelecido durante a presidência ruinosa de Jango Goulart.
A situação política e econômica do Brasil antes de 31 de março de 1964 era muito parecida com a que vivemos hoje: imperavam a baderna, a falta de segurança, o desemprego dos trabalhadores,  o fechamento das empresas, havia agitação nas ruas e invasões de terras particulares no campo - todo esse conjunto negativo dentro de uma orquestração de assalto ao poder pelos comunistas,  que pregavam a sublevação e os motins nas forças armadas e eram apoiados em sindicatos-pelegos que marchavam desafiadoramente com suas bandeiras vermelhas.  Mas o brilhante Governo Castello Branco, do qual Roberto Campos foi uma espécie de Primeiro-Ministro, colocou o país no caminho certo e o Brasil em pouco tempo tornou-se a sexta economia do mundo.
Um dia, em uma reunião, eu me queixava  da crescente “esquerdização”  que acometia a sociedade brasileira, incentivada pelo governo, orquestrada pelo professorado e os meios acadêmicos e propagandeada  pela mídia e a classe artística, lançando mão de sofismas,   mentiras  e reescrevendo a história. Fui interrompido pelo sábio Roberto Campos.  Ele me disse que não tinha jeito:  nos 20 anos seguintes o Brasil seria governado pelos esquerdistas,que iludiriam o povo, com suas promessas irresistíveis, até que um deles faria tantas asneiras que arruinaria a economia e sofreria um naufrágio político definitivo, de graves consequências. Profético, só errou ao nomear o responsável pelos desmandos, que acabou sendo uma dupla sinistra: Lula-Dilma. Com o PT, encerrar-se-á esse ciclo trágico da vida nacional.
Minha mãe, portuguesa, costumava recitar-me o provérbio de sua terra: “não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe”. E assim tem sido. Neste momento  vivemos a expectativa de um futuro governo equilibrado, no qual se possa ter confiança e sobretudo esperança.

Dia 17 de abril, eu também vou, de verde e amarelo! Vamos todos, para comemorar a democracia!

segunda-feira, 4 de abril de 2016

O CULTO AO DESEMPREGO OCULTO

Eu preparava um blog sobre a mistificação feita em relação às estatísticas de desocupação no Brasil. De repente,  uma  reportagem de TV mostrou-me o desespero das famílias infelicitadas pela perda do emprego por seus membros. As consequências  terríveis  foram realçadas: acúmulo de contas a pagar, inadimplência, queda abrupta no padrão de vida, perda do plano de saúde, incapacidade de manter os filhos nas escolas de sua escolha e uma constelação de outros problemas. Muito mais eloquentes do que tudo que eu possa vir a escrever, aqueles dramas humanos compõem um quadro extremamente penoso, em um país que bem poderia estar em situação mais confortável. De qualquer forma, não posso omitir-me no tocante à desinformação que corre à solta pelo Brasil. Concentrado na luta pela manutenção do poder - que lhe escorre pelas mãos politicamente inábeis e maculadas pelos inúmeros escândalos que brotam em múltiplos setores da vida nacional – o Governo embaralha toda informação que lhe é desfavorável. É o caso do mercado de trabalho.
Na última campanha presidencial, o marketing de Dilma bateu fortemente no Governo FHC, até então recordista absoluto do desemprego no Brasil pós-guerra.Seu adversário tucano não teve competência para desvincular-se dessa herança partidária maldita. O problema, porém,  é que neste momento a República Sindicalista do PT já ultrapassou amplamente seus ex-governantes rivais na destruição de empregos e as perspectivas são sombrias, antevendo-se  grande sofrimento futuro para a classe trabalhadora brasileira, pelo menos enquanto faltar-nos  uma política de emprego eficaz.
A solução marota consiste em não informar com clareza a opinião pública, em relação às estatísticas de desemprego no Brasil. A mídia, a qual não dispõe de especialistas em mercado de trabalho – que  aliás faltam até nos quadros governamentais – está submetida  a um excesso de dados parecidos, de fontes diversas, nem sempre claramente explicados em seus detalhes. Daí, acabam gerando para seu público  uma tremenda  confusão em torno do assunto.
 O IBGE mascara a realidade e confunde-nos quando insiste na divulgação da inútil PME (Pesquisa Mensal de Emprego) - que cobre apenas 6 (seis) regiões metropolitanas do país e que há anos deixou de ser relevante. Ao dar publicidade aos resultados da PME de fevereiro de 2016, que mostram um desemprego de apenas 8,2%, muito abaixo da desocupação no país como um todo, o IBGE agrada seus patrões e não explica claramente à mídia o verdadeiro significado e as limitações desses dados.
A confusão do público leigo foi agravada ainda mais pelo fato de a PME  ter sido divulgada na mesma semana que a  PNAD Contínua relativa ao trimestre de novembro de 2015 a janeiro de 2016, a qual registrou a taxa média de 9,6% de desemprego para o Brasil como um todo, portanto mais representativa e bem superior à encontrada na PME .  Mas a confusão entre as duas estatísticas persistiu.
Os analistas qualificados sabem que neste mês de abril, pelo ritmo crescente recentemente observado, a desocupação já ultrapassou 10% largamente e  já existem quase 11 milhões de desempregados no país. Mas isso não é lembrado.
Para aumentar ainda mais a confusão patrocinada pelo aparelhado IBGE,  o Ministério do Trabalho soltou na mesma semana os preocupantes dados do CAGED (Cadastro Geral  de Empregados e Desempregados),  de abrangência nacional, registrando  a perda de 104.582 postos de trabalho formal  em fevereiro de 2016, que se somam aos 99.694 destruídos em janeiro e aos 596 mil desaparecidos em dezembro de 2015. Um trimestre com 800 mil empregos que foram para o ralo pela falta de confiança dos investidores e empresários em geral. Diagnóstico que o Governo finge não ter feito.
Há muita coisa oculta no mundo do trabalho em crise de nosso país. Será que falta pesquisa ou apenas falta vontade de divulgá-las?

No início de 2015 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que o contingente de trabalhadores domésticos voltara a aumentar, tentando ocultar a triste realidade:  a PEC das Domésticas destruiu o vigor do mercado de trabalho doméstico no Brasil, além de infernizar a vida principalmente das famílias que têm crianças e idosos necessitados de cuidados específicos. Segundo o IBGE,  “ao todo, 6,019 milhões de pessoas estavam nesta condição de ocupação no primeiro trimestre de 2015, contra 5,929 milhões em igual período do ano anterior, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua”.  O que o IBGE não disse então  é que na realidade ocorreu a substituição maciça de empregadas domésticas de tempo de integral por duas ou até três diaristas, que não estão sujeitas aos rigores e exageros da nova legislação, nitidamente populista, aparentemente visando agradar ao imenso universo desse tipo de trabalhadores. Segundo estudo com dados de 2010, feito em 117 países pela  Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Brasil tinha 7,2 milhões de empregados domésticos, sendo 6,7 milhões de mulheres e 504 mil homens. Aparecia então como o país com a maior população de trabalhadores domésticos do mundo em números absolutos.  Hoje há pouca demanda de domésticos, a informalidade é superior a 60% e as famílias mandam suas crianças para as creches privadas –  o Governo prometeu 6 milhões de creches e não cumpriu – e os idosos vão morrer nos asilos também particulares. A PEC das Domésticas, uma legislação que já nasceu falida, configura uma política pública equivocada. Mas como muitas outras coisas - no Brasil da República Sindicalista – permanecerá intocada, infelicitando nosso povo, até que uma radical mudança  política ponha o país de novo no caminho do desenvolvimento sustentável.

domingo, 20 de março de 2016

ESTACIONANDO NA VAGA DO DESEMPREGO

A situação do mercado de trabalho brasileiro é crítica e tende a agravar-se ao longo de 2016, enquanto persistirem as crises de fundo político, a falta de confiança e a concomitante deterioração da  economia do país. No Brasil como um todo há mais de 10 milhões de desempregados; em 2015, cresceu em 1 milhão o número de novos  informais desesperados, com rendas muito baixas, provenientes de uma perda de empregos formais que superou 1,5 milhão nos últimos 12 meses.
A PNAD Contínua do último trimestre de 2015, catastrófica - mas que ainda vai piorar - trouxe porém  uma boa notícia para o caso específico da Cidade do Rio de Janeiro, em que foi registrada a  taxa de desocupação de  5,2% - a menor dentre todas as Capitais do país. É claro que essa posição privilegiada do Município se deve às suas concorridas festividades de fim de ano e às obras e demais preparativos  para as Olimpíadas e Paraolimpíadas que se realizarão em agosto e setembro de 2016.  Em fins de dezembro e em janeiro houve muitas demissões e a taxa já aumentou um pouco. Mas a grande inquietação dos cariocas está no futuro e se refere ao período posterior  à realização daqueles eventos esportivos  e da extensão de seus efeitos - que ainda perdurarão por algum tempo. A principal pergunta talvez seja:  a cidade tornar-se-á um polo turístico de dimensão mundial após essa fabulosa janela de oportunidades que as competições esportivas lhe propiciaram?
Creio que as Olimpíadas serão um sucesso, que o Rio de Janeiro vai brilhar e que serão criadas condições para a continuidade do fluxo turístico. Ainda mais que com o real desvalorizado  o Brasil tornou-se barato para os turistas em geral. De todo modo, há muitos fatores condicionantes em jogo e essas expectativas podem malograr. Para evitar um colapso econômico como o que assola o Estado do Rio de Janeiro, a cuja gestão faltou planejamento, toda cautela é desejável.
Preocupa o fato de parecer que a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, pelo menos aparentemente, não faz essa mesma leitura. Caso a administração municipal consultasse o CAGED, levantamento do Ministério do Trabalho,  verificaria que o Município perdeu 82.705 empregos de carteira assinada ao longo do ano de 2015 e que em janeiro de 2016 aí desapareceram mais 14.505 postos de trabalho, mantendo a tendência de colapso da oferta no mercado laboral. Em 13 meses, o Rio  perdeu  97.210 empregos formais. Somados os resultados de  2013 e 2014, o Município havia criado 70.751 postos de trabalho com carteira assinada e assim já regrediu para o nível de emprego de 2012, embora a população continue crescendo e principalmente os jovens amargando uma enorme taxa de desocupação.
Em momentos como o atual, um bom gestor público deve refletir profundamente sobre suas escolhas de investimento, evitando medidas que reduzam a oferta de trabalho. Ao contrário, suas opções devem ser sempre a favor da criação de empregos. Infelizmente, a Prefeitura do Rio de Janeiro está lançando um edital para instalar parquímetros na cidade, ameaçando com a desocupação 5 (cinco) mil trabalhadores que operam os estacionamentos da CET-Rio. Nestas alturas, privar mais cinco mil famílias de suas modestas rendas será um desastre social de grande impacto.
Esse negócio deve ser bem acompanhado pela opinião pública pois envolve muitos aspectos discutíveis.

Como bom e velho carioca, vou fazer uma previsão sombria, a qual poderá ser checada se o projeto resultar. Como parquímetro não toma conta de carro, só engole o dinheiro, nós, motoristas, vamos pagar duas vezes pelo estacionamento: uma vez para a companhia que vai explorar os equipamentos e a outra para o tradicional “flanelinha” que surgirá do nada e vai sussurrar em nosso ouvido que naquele local “estão arranhando tudo que é carro, doutor...”

terça-feira, 8 de março de 2016

POPULISMO: O FLAGELO DO POVO BRASILEIRO

O desastre da economia brasileira (PIB negativo de 3,8% em 2015) se explica pela supremacia da República Sindicalista que assumiu o poder em nosso país desde 2003. Praticando o populismo mais desenfreado, os petistas corromperam e mentiram desde a primeira hora, conduzindo o país para o abismo e infelicitando principalmente os mais pobres. Exatamente aqueles que os populistas diziam querer beneficiar e que apenas enganavam, em busca de seus votos. O processo de alienação, conduzido pelo populismo, está perfeitamente descrito no vídeo, com simplicidade e clareza, por Gloria Alvarez, representante da Guatemala no Parlamento Iberoamericano, reunido em Zaragoza



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O BIQUINI DO IBGE DO E... NO EMPREGO

Roberto Campos – com quem tive o prazer de trabalhar e conviver por muitos anos - costumava lembrar com fina ironia que “a estatística é como o biquíni: o que mostra é sugestivo  mas o que esconde é essencial”. Economista formado nos Estados Unidos, Campos recordava a feliz imagem criada pelo professor Aaron  Levenstein: "Statistics are like a bikini. What they reveal is suggestive, but what they conceal is vital.”
Acredito na Estatística e a formação acadêmica de engenheiro me permite dominar alguns conceitos (probabilidade, teoria dos erros, grau de fidedignidade  etc) que relativizam adequadamente sua valia. De todo modo,  considero-a muito importante para o processo de tomada de decisões, uma ferramenta valiosa de gestão democrática e um instrumento inigualável para a formação de uma opinião pública consciente.
Creio que a má fama da Estatística como elemento de embuste e embromação – especialmente na atividade política - se deve quase exclusivamente a maus profissionais que se aproveitam  do fato de a população ser constituída de leigos, não iniciados em números, para distorcer a realidade e iludir eleitores.
Hoje, constatei satisfeito que boa parte da mídia divulgou com precisão os resultados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) de janeiro de 2016, ressaltando que  a taxa de desocupação nela estimada, de 7,6%, se refere apenas a 6 (seis) Regiões Metropolitanas e não ao Brasil como um todo, onde o desemprego já deve estar na casa dos 10%.  A PME cobre um universo de apenas  25 milhões de trabalhadores  e o país como um todo tem uma força de trabalho superior a 102 milhões.
Infelizmente, essa transparência geralmente não prevaleceu no passado e a divulgação da taxa de desemprego da PME era apresentada na mídia como a TAXA DE DESOCUPAÇÃO DO BRASIL, desinformando a opinião pública e minimizando um dos grandes problemas que já flagelam nosso povo, especialmente o mais humilde, desde 2014.
O IBGE- que deveria ser um órgão técnico e não político -  tem grande culpa nessa confusão, até pelo fato de insistir em  realizar uma pesquisa – a PME - que já caducou há muito, desde quando se deu uma relevante desconcentração da produção, com interiorização da indústria e dos serviços, antes limitados aos grandes centros urbanos e suas cercanias. Meio sutil do IBGE do E para confundir os leigos e mascarar as altas taxas de desocupação. A PNAD Contínua foi  implementada pelo órgão com um atraso de muitos anos. Os governos das duas últimas décadas, igualmente culpados, continuaram subsidiando – com o dinheiro dos contribuintes, como eu  e você – algumas pesquisas de emprego totalmente inúteis, que usavam conceitos errados, com fins políticos, financiando as chamadas “ONGs  amigas” e mantendo apenas os empregos de seus fiéis servidores. Assunto que abordei em blogue tempos atrás.
Como o desemprego está  crescendo fortemente e levando ao desespero muitas famílias brasileiras, é preciso redobrar a atenção da opinião pública em relação às respectivas informações.
Neste momento, por exemplo, os analistas aguardam ansiosos os dados do CAGED do Ministério do Trabalho para janeiro de 2016, que normalmente seriam divulgados em meados do mês e até agora não vieram a público. Infelizmente, analisando o retrospecto de incompetência e politicagem reinantes,  os resultados, sendo ruins, só sairão na sexta feira (26/02/2016) à tarde, pois os marqueteiros governamentais sabem que há poucos noticiários e comentários no sábado e domingo, minimizando a repercussão negativa. Truque para lograr os amadores no ramo.
Mas finalizo abalando a crença na Estatística, lembrando que meu amigo Mario Henrique Simonsen viveu uma fase (eu também sofri a minha) em que tinha pavor de viajar de avião. Ia, cumpria seus compromissos, mas sofria. Um dia, tentando  sua conversão a “amigo do ar”, lembrei a Simonsen que ele era um excepcional matemático e que a Estatística ensinava que a probabilidade de acidente com um voo já era baixíssima naquela época, de 1:36.000. De imediato, Mario respondeu que não era “grande número” e que se aquele seu avião caísse ele estava perdido...* Biquini!

*No Reino Unido, um estudo mostrou que atualmente a probabilidade de acidente aéreo é de 1 em 67.000 voos.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

"DANDO BOLA" AO DESEMPREGO

O  Clube dos  Caiçaras, fundado em 1931, é um complexo de lazer na Lagoa Rodrigo de Freitas que ocupa uma ilha situada em frente ao Jardim de Alah, o qual margeia o canal que separa Ipanema  do Leblon. É um daqueles patrimônios valiosos que tornam essa região do Rio de Janeiro  – deitada aos pés do Cristo Redentor - extremamente  charmosa  e encantadora. O Caiçaras foi  a inspirada  criação de algumas famílias do bairro, dentre as quais a do sociólogo Marcos de Carvalho Candau, cujo patriarca Jarbas de Carvalho foi  também fundador da ABI. Pioneirismo a que devemos agradecimento eterno.
Fui sócio do  Caiçaras na década dos 70 e lá desfrutei de maravilhosos momentos com minha família. Antes disso, já  frequentara eventualmente sua piscina, seus bailes e jogara futebol de salão e voleibol em seu ginásio.  Lembro-me bem, desde sempre, da garotada que agilizava os jogos de tênis, devolvendo com presteza as bolas aos sacadores – os “boleiros”, na gíria dos tenistas. Equivalentes aos “gandulas” do futebol.
Os “boleiros” do Caiçaras estão no centro de uma polêmica, definidos como vítimas do cruel trabalho infantil e proibidos de continuar a atuar no clube sem o vínculo de “menor aprendiz”. Estão na rua, sem renda, comida e assistência médica e odontológica que o clube provia.
Não é nada confortável a situação do Brasil na área de trabalho. Grosso modo, de acordo com a PNAD Contínua relativa ao trimestre de setembro a novembro de 2015, dos 165 milhões de brasileiros em idade de trabalhar (PIA), apenas 101 milhões participavam da força de trabalho.  Destes, 92 milhões estavam ocupados e 9 milhões penavam procurando emprego. 
Dentre os 92 milhões  ocupados há 56 milhões de empregados  (10 milhões sem carteira assinada), 4 milhões de empregadores, 6 milhões de trabalhadores domésticos, 23 milhões de trabalhadores por conta própria e quase 3 milhões de auxiliares não remunerados de suas famílias.
Há, portanto, cerca de 64 milhões que não participam do mercado de trabalho. Estão nesse grupo os estudantes (46 milhões no total) e membros das 14 milhões de famílias que  vivem  do Bolsa Família e outras transferências de renda de cunho social.
Todos os países devem objetivar a universalização do trabalho decente, conforme definido pela OIT e têm a obrigação de coibir a atividade infantil degradante. Mas no Brasil atual a prioridade é criar emprego e não destruí-los. E na gestão pública devem sempre prevalecer o bem comum e o bom senso. Se a atividade dos “boleiros” do  Caiçaras for coibida, corremos o risco, em breve, de assistir à autuação das “escolinhas” de vôlei, futebol, boxe, judô etc  etc  etc e respectivas ONGs como perigosos antros de exploração do trabalho infantil.

E não haverá espírito esportivo que possa suportar uma insanidade desse teor do nosso onipresente BIG BROTHER!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

PISA NO ACELERADOR BRASIL!

Fui convidado pela OECD a participar do seu Webinar (Seminário pela internet) de 10 de fevereiro de 2016, sobre o tema “ Low-performing Students: Why they Fall Behind and How to Help them Succeed” (Estudantes de baixo desempenho: porque ficam para trás e como ajudá-los a ter sucesso). Foi ótimo!
Após alguns anos de aplicação do teste PISA em diversos países, a OECD dispõe de informações interessantíssimas, preciosas mesmo, sobre a educação de uma boa parte do mundo. Com base nos resultados do período de 2003 a 2012, Andreas  Schleicher   apresentou no Seminário um  estudo que focalizou os estudantes que tiveram o pior desempenho nos testes PISA – exatamente aqueles que merecem maior atenção quando se busca a igualdade de oportunidades.  Objetivos do estudo:  lançar alguma luz sobre as causas do fracasso escolar (diagnóstico) e levantar hipóteses sobre as ações necessárias para elevar o rendimento desses estudantes (políticas públicas).
A OECD define como de "baixo desempenho" aqueles estudantes que pontuam abaixo do Nível 2 em matemática, leitura e / ou ciências no teste PISA. O Nível 2 é considerado o nível basal de proficiência, necessário para alguém participar plenamente na sociedade. Os estudantes que obtêm o Nível  1 podem responder a questões que envolvem orientações claras e que requerem uma única fonte de informação e ligações simples; mas esses alunos não podem desenvolver raciocínios mais complexos, para resolver os tipos de problemas que são rotineiramente enfrentados pelos adultos de hoje nas sociedades modernas.
A conclusão mais  abrangente do estudo foi decepcionante:  a maioria dos países fez pouco progresso na ajuda aos seus alunos mais fracos para melhorar seu desempenho em leitura, matemática e ciências ao longo da última década. Isto significa que muitos jovens ainda estão deixando a escola sem as habilidades básicas necessárias para viver na sociedade moderna e ter bom desempenho no trabalho, prejudicando seu futuro e o crescimento econômico, a longo prazo, de seus países.
Analisando os resultados do estudo PISA da OCDE entre 2003 e 2012, o estudo revela que alguns países têm conseguido melhorias entre os estudantes de baixo desempenho. No caso da Matemática, países  economicamente  e culturalmente diversos como Brasil, Alemanha, Itália, México, Polónia, Portugal, Rússia, Tunísia e Turquia reduziram sua participação de alunos com fraco desempenho  entre 2003 e 2012.  O que mostra que a redução da percentagem de alunos com fraco desempenho é possível em qualquer lugar, escolhidas as políticas certas e havendo vontade de implementá-las. Infelizmente, porém, o Brasil não conseguiu progresso significativo  nas duas outras matérias componentes do teste PISA: Leitura e Ciências. Precisamos fazer mais!
 "Os ganhos sociais e económicos decorrentes da eliminação do baixo desempenho cobrem qualquer custo concebível para obter essa  melhoria", disse Andreas Schleicher, diretor da OCDE para Educação e Habilidades. "Políticas e práticas de Educação podem ajudar a superar este problema. A Educação deve ter prioridade e ser  dotada dos meios necessários para que toda criança possa ter sucesso na escola ".
Para quebrar o ciclo de absenteísmo e baixo desempenho, o relatório apresenta uma série de recomendações que incluem:

·         Identificar baixo desempenho e projetar uma estratégia de política sob medida  para superá-lo;

·         Reduzir as desigualdades no acesso à educação infantil;

·         Fornecer suporte de recuperação para os alunos de baixo desempenho o mais cedo possível;

·         Incentivar o envolvimento dos pais e das comunidades locais;

·         Fornecer um apoio orientado para as escolas ou famílias desfavorecidas;

·         Oferecer programas especiais para imigrantes, minorias  linguísticas e  estudantes rurais;

No decorrer do Webinar enviei minha sugestão, focada na realidade brasileira. A sugestão de instituir o “Professor de Família”, no âmbito do Programa BOLSA FAMÍLIA:
At least in countries implementing income transfer programs – like Brazil - should be instituted the figure of the "Family Teacher," a Human Development Agent to visit the homes of those families in need, living in absolute poverty.  The  agent  would  assist all family  members - children , adolescents, adults and elderly - mainly (but not exclusively) guiding them on public policies and the means of continuing education available locally or regionally, to overcome the barriers of lack of knowledge.  Those FAMILY MEMBERS who are already in the educational system, especially in elementary school, would receive an important support for the realization of school work. This kind of student generally cannot find this  important  support  within their family - it also lacking with regard to education .

Acredito que seria uma medida essencial para tirar o Brasil de sua incômoda posição de inferioridade na Educação. O Relatório mostra que estão considerados de baixo aproveitamento 68,3% dos estudantes brasileiros testados no PISA em Matemática; 50,8% dos alunos avaliados em Leitura e 55,2% dos nossos participantes em Ciências. Em todos os três casos, estamos entre os 6 países de pior desempenho dentre os 64 analisados pela OECD. Como diriam os estatísticos, estamos no decil inferior! Uma lástima!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

BIG BROTHER: GO HOME!

O “Conselhão” é um exagero desnecessário! Para combater a crise, basta o Governo assumir que há uma falta generalizada  de confiança e aceitar um conselho singelo: seguir um princípio de boas práticas de gestão pública em economias capitalistas e reduzir drasticamente, com urgência, a intervenção do Estado na vida nacional.
Anular essa característica danosa dos governos de esquerda que assolam o Brasil há 21 anos e que  é bem nítida: a intervenção excessiva  - ditatorial mesmo - dos detentores do poder  na economia, nas relações sociais e na vida privada do cidadão comum. Essa seria a grande solução!
Desde as coisas mais simples às mais complexas, nada escapa à sanha deletéria desse guloso intervencionismo.
Nesse Brasil “do nunca antes neste país”, que o PT considera “o melhor dos mundos”,  fomos de repente proibidos de vender e comprar pães e bananas por unidade, conforme nossa mais antiga tradição. Vocês lembram, certamente, que o governo Lula ordenou um dia que “agora só a peso!”. Ditadura econômica a mais rasteira! E nós, sem sentir, nem protestamos contra essa prosaica mas totalmente descabida e sintomática interferência na nossa liberdade econômica. Curiosamente, desde aquele  dia, esses dois alimentos básicos na dieta do povão  não pararam  de encarecer: no Brasil de Dilma já se compra banana a mais de cinco reais o quilo e o modesto pãozinho pode assumir o astronômico preço de um real por unidade!
Bem recentemente, assistimos a outro absurdo, quando o Prefeito Fernando Radar (apelido merecido, por causa da sua rendosa indústria de multas), proibiu os taxistas paulistanos de conversar sobre certos temas com seus passageiros. E do alto de sua prepotência, o alcaide mandou multar os infratores que ousassem, por exemplo, comentar as declarações do Papa Francisco ou os gols do domingo anterior ou ainda os gigantescos índices de rejeição popular  do titular do governo municipal.  É incrível que muitos nem se deram conta de que se tratava do mais absurdo  atentado à liberdade de expressão. Regra que só poderia sair de uma cabeça totalitária, comunista da cruel estirpe estalinista.
Outra investida típica dos nossos governantes tem sido no sentido de substituir a família em seu pátrio poder e em suas funções de formadora de valores de seus filhos. Patrocinando livros didáticos esquizofrênicos, inadequados às idades de seus leitores ou financiando ONGs deletérias, que estimulam as divisões e o ódio entre os brasileiros, parecem querer  fragmentar a sociedade brasileira - um de seus meios prediletos de dominação ideológica.
Para disfarçar seu tamanho descomunal, os governos esquerdistas, muito espertos, incentivaram braços operacionais dissimulados: são as ONGs e OS (organizações sociais) “amigas”, sempre orientadas por um “padrinho” político da base governamental.  Nos últimos anos, os governos lhes entregaram verbas vultosas sem qualquer controle e lhes concederam  privilégios licitatórios que eliminaram seus competidores privados.
Quando o Estado reconhecer seu gigantismo improdutivo e reduzir seu tamanho, tudo melhorará, pois logo haverá :
·         diminuição do déficit nas contas públicas (111 bilhões de reais em 2015) e encaminhamento de um ajuste fiscal realista;
·         interrupção da escalada da nossa já elevada carga tributária (36 a 37% do PIB);
·         redução dos catastróficos níveis de corrupção no país;
·         melhoria imediata dos serviços  públicos prestados(???) à população;
·         aumento da produtividade global dos setores econômicos, pela redução da burocracia e da regulação desnecessária.

      Os brasileiros vivem hoje em um país com um Estado extremamente intervencionista, próximo de estabelecer uma ditadura disfarçada e institucionalizada. Romper essa escalada será um ponto de inflexão indispensável para a recuperação do país.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

MORITURI TE SALUTANT (SUETÔNIO)

1.           Infelizmente, concretizou-se  minha previsão sobre desemprego - ver blog  FIM DE(AS) FESTA(S), de 27/12/2015: só em dezembro o país perdeu  596.208 postos de trabalho formais. Historicamente, desde o Governo Lula, dezembro é um mês de demissões em massa. Efeito cumulativo do término das festividades e do continuado aumento irrealista do salário mínimo e dos pisos salariais estaduais, sempre acima da inflação e guiados pela demagogia populista que assola o país, sem a sustentação indispensável do aumento da produtividade dos setores econômicos. Assim, no total,  em 2015, o Brasil fechou 1.542.371 vagas de trabalho com carteira assinada,  pior resultado de todos os tempos. Em consequência, o desemprego nacional já está  flagelando 10 milhões de trabalhadores, o que a PNAD Contínua confirmará. Isto, embora muitos demitidos, fugindo à miséria, tenham passado no desespero à condição de trabalhadores por conta própria ou mesmo de (pequenos) empreendedores, não sendo portanto contabilizados como desocupados. Sua grande perda de renda e sua posição de instabilidade no mercado de trabalho, porém, serão calamitosas. UM DESASTRE! SOFRIMENTO PARA GRANDE PARTE DO NOSSO POVO!
2.         Vibrei com o protesto do Sindicato Nacional dos  Aposentados em São Paulo. Um Carnaval antecipado, com humor negro e tudo. Os idosos desfilaram pacificamente  pelas ruas com doentes em macas, incapacitados em cadeiras de rodas e andadores titubeantes, chamando a atenção do Brasil para o abandono em que se encontra nossa velhice pobre ou mesmo remediada.  Em 78% dos municípios  brasileiros não há asilos ou casas de dia. Apenas 4% dos estabelecimentos existentes são públicos. Considerando que com a PEC das Domésticas os salários dos cuidadores de idosos ficaram proibitivos – a não ser para a população rica – e o destino dos velhos dependentes e sem famílias de apoio será inevitavelmente o asilo, pode-se avaliar a gravidade da situação. Mas não é só isso: faltam geriatras e não há incentivos para sua formação e atuação; o pessoal auxiliar é ainda mais escasso; há uma enorme demanda não satisfeita por serviços de fisioterapia gratuitos e assim por diante. A lista de necessidades a suprir é enorme e não há nenhuma indicação de que os gestores governamentais estejam em sintonia com essa realidade, que vai agravar-se na medida do crescente envelhecimento dos brasileiros. Mostrar que têm voz e voto é muito importante para os desprezados idosos brasileiros. A passeata dos que estão morrendo nos corredores dos hospitais, por falta de remédios e UTIs há de apavorar seus carrascos incompetentes e corruptos que estão no poder.

3.            Nos meus tempos de criança havia uma realidade indesmentível: as lavanderias sempre pertenciam a japoneses. Pelo menos na Ipanema dos anos 40 era assim. No quarteirão da minha casa, entre as ruas Joana Angélica e Montenegro, ficava a tinturaria do Sr. Nakamura, que todas as noites jogava pôquer com meu pai e outros comerciantes.  Na rua Teixeira de Melo, no quarteirão da praia, situava-se a tinturaria do patriarca da família Yoshida – joguei muito futebol na Praça General Osório com seus filhos Rubens e Sílvio, craques do Clube Tatuís, ao qual também pertencia o depois famoso Walter Clark, o verdadeiro construtor da moderna TV brasileira. Tenho saudades desse tempo, uma enorme vontade de revivê-lo e uma grande esperança na tradição nipônica: a esperança de ver o “japa” da Federal meter o pé na porta do corrupto maior e – desta vez de verdade - lavar a alma do enojado povo brasileiro!

VIAGEM AO PASSADO

O Irã está na moda e minhas recordações daquele país mais vivas do que nunca... Estive no Irã em 1976, para participar da Conferência In...