sábado, 24 de agosto de 2019

A GASTANÇA ECOLÓGICA MUNDO AFORA


A grande preocupação da Humanidade em relação ao planeta Terra, sua única morada disponível até o presente, é saber até quando durarão os recursos nele disponíveis, necessários para sobrevivência da nossa espécie.
Estudos científicos indicam que a partir da década dos 70 a população mundial passou  a gastar tais recursos acima de sua disponibilidade.
Para que se possa operacionalizar as medidas capazes de garantir a sobrevivência da espécie humana, no planeta Terra, torna-se imprescindível  o esforço solidário de todos, sem exceção. 
Importante é, pois, analisar a posição dos diversos países em relação à sua contribuição atual para a manutenção do equilíbrio ecológico do nosso planeta, desse modo atribuindo responsabilidades e encargos onde e quando se fazem necessários.
Para aferir as variáveis envolvidas no processo foram criados os conceitos de
PEGADA ECOLÓGICA (Ecological Footprint) e BIOCAPACIDADE
A Pegada ecológica (ecological footprint) refere-se à quantidade de terra e água (medida em  hectares) que seria necessária para sustentar as gerações atuais, tendo em conta todos os recursos materiais e energéticos gastos por uma determinada população.
A Pegada Ecológica mede a quantidade de recursos naturais renováveis para manter nosso estilo de vida e está ligada à crescente demanda mundial por bens de consumo, que coloca em risco os principais recursos naturais do planeta.
Por outro lado, a variável Biocapacidade representa a capacidade dos ecossistemas em produzirem recursos úteis e, ao mesmo tempo, conseguirem absorver os resíduos gerados pelo ser humano.
Do cotejo entre os valores dessas duas variáveis, para um determinado país, em certo momento,  resultam dois estados possíveis:
BIOCAPACIDADE DISPONÍVEL  ou
DEFICIT ECOLÓGICO
Um Déficit Ecológico ocorre quando a Pegada Ecológica de uma população excede a Biocapacidade da área disponível para essa mesma população.
Um déficit ecológico nacional significa que o país está importando Biocapacidade através do comércio, liquidando ativos ecológicos nacionais ou emitindo resíduos de dióxido de carbono na atmosfera. Por outro lado, há Biocapacidade Disponível  quando a reserva ecológica de uma região excede a Pegada Ecológica de sua população.

Países com Deficit Ecológico ou com baixa Biocapacidade Disponível NECESSITAM DE CORREÇÃO DE SEUS PADRÕES DE CONSUMO PORQUE ESTÃO PONDO EM PERIGO A SOBREVIVÊNCIA DA ESPÉCIE HUMANA!

Consultando a Footprint Network, que domina esses conceitos e que estuda a situação dos diversos países, verifica-se que o Brasil tem uma posição privilegiada e que concorre muito positivamente para a manutenção do equilíbrio ecológico e para a sobrevivência da espécie humana. 

A Biocapacidade do Brasil excede em 209% a sua Pegada Ecológica!

Em posição oposta, consumindo o nosso planeta acima de suas possibilidades, estão os
Países com Deficit Ecológico, nos quais a Pegada é superior à sua Biocapacidade:
Japão: deficit de 672%
Itália: 371%
Bélgica: 696%
Holanda: 487%
Suíça: 362%
Reino Unida: 301%
China: 278%
Portugal: 225%
Alemanha: 199%
Espanha: 194%
Áustria: 105%
França: 87%
Dinamarca: 63%
Irlanda: 52%
Hungria: 46%

Esperamos que a ONU se manifeste eloquentemente, expressando sua preocupação com essas nações que promovem a GASTANÇA ECOLÓGICA e 
AMEAÇAM A SOBREVIVÊNCIA DA HUMANIDADE
(Dados capturados, às 18 horas de 24/08/2019, do site: http://data.footprintnetwork.org/#/?)

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

ELE AMA A AMAZÔNIA? NÃO: ELE MAMA A AMAZÔNIA!


Quando vejo na TV que a floresta portuguesa está pegando fogo, fico triste e ligo para meus parentes em Oliveira de Barreiros e Fonte Arcada, muito preocupado, para saber se estão bem. E lamento as mortes que acontecem às dezenas, nos campos e nas estradas lusitanas.
Quando a Califórnia está em chamas, aí ligo para minha amiga Claudine Torfs, médica e professora aposentada da UCLA, que mora em Berkeley, para saber se sua linda casa não está entre aquelas muitas mansões destruídas pelo fogo.
Para a Espanha não telefono, pois não tenho conhecidos por lá, mas também lamento os incêndios anuais da Galícia. E faria o mesmo se a catástrofe fosse na  França, na Inglaterra  ou na Alemanha, mas nesses lugares não sobraram florestas para arder...
Nos anos 60, 70 e 80, quando eu ia frequentemente a Brasília, nas épocas de seca como agora, meu avião passava por infindáveis nuvens de fumaça, a grande altura, e até dava para sentir o cheiro das queimadas. Fenômeno indesejável, mas repetido todo ano, encarado como natural.
Parece que  2019 é um ano atípico e as fogueiras brasileiras não merecem a solidariedade mundial... Viraram crime! Como as fogueiras da Inquisição na Europa religiosa e pura.  Como aquelas chamas em Rouen, que carbonizaram a Santa Joana d`Arc, entregue pelos franceses colaboracionistas aos ingleses em fúria. 
Ingleses cujos descendentes – talvez – foram aqueles que conseguiram uma façanha inédita, digna do Guiness: exterminar, até o último exemplar (termo talvez usado pelos colonizadores para designar os aborígenes) o povo Tasmaniano.
Franceses colaboracionistas cujos descendentes – talvez –tenham sido aqueles que auxiliaram Hitler na sua empreitada genocida, tentando fazer do povo judeu o que seus eternos rivais do outro lado da Mancha fizeram com os Tasmanianos: exterminá-los!
Mancha, sinônimo de mácula, nódoa, borrão. De qualquer modo indelével ...que os livros de História sempre contarão, incriminando-os eternamente.
2019 é realmente  um ano atípico. Eles têm razão... Agora o Brasil mudou e tem Governo. O fogo consumiu euros e dólares, acabou a mamata, o dinheiro fácil da corrupção, a Amazônia voltou a ser dos brasileiros. E assim será para todo o sempre. Verdejante!
Pena que a Catedral de Notre Dame, consumida pelas labaredas durante o reinado de Macron e  pertinho dos "sapeurs-pompiers" parisienses, não possa ser inteiramente recuperada como a gigantesca e remota Amazônia será. Exatamente como acontece todos os anos...



quinta-feira, 22 de agosto de 2019

O RENASCIMENTO DO PROJETO RONDON

O PROJETO RONDON deve ser revigorado urgentemente! Em especial  as Operações realizadas na Amazônia! Questão de segurança nacional!
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Há dias a TV noticiou que o Projeto Rondon estava realizando  a Operação Vale do Acre, com a participação de universitários  daquele Estado. Fiquei  muito satisfeito! Mais um projeto meritório, sabotado pelos governos anteriores  que pode e deve reviver seus melhores dias, em benefício do nosso povo...
As imagens mostravam o entusiasmo transbordante dos universitários envolvidos na Operação, uma das características marcantes do Rondon, nos bons tempos dos anos 70. E geraram muitas esperanças naqueles que conheceram seus tempos áureos e seus resultados altamente  positivos.
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A ideia de criação do Projeto Rondon foi do Professor Wilson Choeri  - um educador brilhante, professor da UERJ (então UEG – Universidade do Estado da Guanabara) e Diretor do Colégio Pedro II. Choeri, mui justamente,  desejava homenagear o grande brasileiro que foi o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.
Meu sogro, Victor de Miranda Ribeiro, era amigo e admirador de Rondon e costumava visitá-lo. Seu pai, o cientista Alípio de Miranda Ribeiro, havia participado da primeira Expedição Rondon, no início do século XX e fortes laços de família os uniam. Marisa, minha mulher, também teve a honra de conhecer aquele homem notável, que certamente  mereceria o Prêmio  Nobel da Paz, pela obra humanitária inerente a seu trabalho de campo em Mato Grosso e na Bacia Ocidental da Amazônia.
Choeri  iniciou seu Projeto com 30 participantes, alunos e professores voluntários das Universidades do Rio de Janeiro, os  quais viajaram para prestar serviços à população interiorana de Rondônia  durante as férias de julho de 1967.
Movido pelo lema nacionalista “integrar para não entregar”, o Projeto  foi a seguir vinculado ao Ministério do Interior, cujo titular era o General Albuquerque Lima, da ala nacionalista. Ali cresceu de importância e abrangência, dando bons frutos para os universitários e professores participantes, além de beneficiar os munícipes atendidos pelas diversas  ações sociais realizadas. Aliás, fui representante do MINIPLAN   no ¨Grupo de Trabalho do Projeto Rondon  que o vinculou ao Interior (fui designado pelo  Aviso no. 501/68 do Ministro do Planejamento).
Findo o período dos Governos Militares houve uma desaceleração do projeto, muito associado às Forças Armadas. Interrompido em 1989, o Rondon  ressurgiu em 2005, já então vinculado ao Ministério da Defesa, onde hibernou modestamente. É claro que os Governos esquerdistas não lhe  deram  os recursos necessários a uma evolução natural.  No atual Governo  certamente o Projeto terá maior apoio, de modo que se pode esperar  seu merecido renascimento.
O momento é muito oportuno:  recolocará os universitários brasileiros no campo,  em contato com a realidade nacional e lhes dará uma oportunidade ímpar de contribuir para a melhoria da qualidade de vida de nossa população carente, nos recônditos do território brasileiro.
Embora o Governo viva um período em que cortar gastos é prioridade, creio que algumas medidas podem ajudar no renascimento do projeto.
Para simplificar e baratear sua logística as Operações devem, sempre que possível, usar os universitários nos Estados em que estudam. Em todos os Estados existem regiões que permanecem desassistidas em suas necessidades básicas. A exceção será para as Operações dirigidas à Amazônia, as quais serão prioritárias e poderão ser realizadas por universitários de todo país.
Esse foco no Estado em que se localizam os estabelecimentos de ensino superior pode, inclusive, fazer o Projeto  assumir um caráter mais permanente, eliminando um problema clássico do mesmo: a descontinuidade nas ações em favor das populações atendidas.
Um exemplo a adotar poderia consistir na formação de equipes multidisciplinares de universitários que focalizariam um certo  Município, com o qual colaborariam ao longo de todo ano letivo. Essa colaboração seria semipresencial, supervisionada por professores universitários e faria parte do programa pedagógico da instituição de ensino superior, valendo créditos, variáveis em função da duração e intensidade do trabalho realizado pela equipe. Nesse caso o Rondon teria outro impacto, já agora estimulando a colaboração entre Departamentos Universitários.
De qualquer forma, com ou sem inovações, o Projeto Rondon merece voltar, para o bem do Brasil!

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

SAUDADES DOS PAN



Após duas semanas de grandes emoções e a disputa de uma gama variada de modalidades esportivas, Lima encerrou com um show brilhante o seu PAN-2019. Marisa e eu gostamos muito de ver grande número de esportes, disputados em alto nível, em tão pouco tempo e com muitas vitórias brasileiras.
E eu  já estou com saudades desses dias de muita TV, intensa vibração e tantas medalhas (171) conquistadas pelas equipes do Brasil: 55 de ouro, 45 de prata e 71 de bronze. Feito inédito! Aplausos para o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), responsável pela diversificação da prática desportiva, antes muito concentrada, principalmente no futebol.
Mais saudade ainda, obviamente, eu tenho do PAN de Chicago, em 1959 – isso...há 60 anos! – quando joguei voleibol pela Seleção do Brasil e ganhamos medalha de prata, mostrada na foto (frente e verso). A equipe feminina de voleibol, brilhantemente, conquistou medalha de ouro.





As delegações brasileiras de voleibol (feminina e masculina),  chegaram a Chicago antes dos demais atletas.  O alojamento previsto para nossa equipe masculina era a Universidade de Chicago, cujos estudantes estariam em férias. Mas ainda havia alunos, inclusive brasileiros, em aulas. Um deles eu já conhecia – Gláucio Dillon Soares – posteriormente, creio, funcionário da  CEPAL. Gláucio, inclusive, sabendo que eu falava inglês, levou até mim um jornalista americano interessado em saber minha opinião sobre Fidel Castro. Nessa época havia pouca informação fidedigna, no Brasil, sobre a recente Revolução Cubana e eu até declarei que a derrubada da ditadura de Fulgêncio Batista fora positiva. Eu ainda não imaginava  o quão deletério seria o regime castrista. Mas os americanos, bem informados sobre as centenas de fuzilamentos sumários, comandados por Fidel e Che Guevara,  já projetavam as trevas em que Cuba mergulharia com a ditadura genocida que então se instalava.

A equipe feminina de voleibol do Brasil ficou alojada no Shoreland Hotel, em um belo parque margeando o Lago Michigan. O time masculino ficou nos quartos individuais da Green House, no campus da Universidade de Chicago. Nossos técnicos, Adolfo Guilherme e Samy Mehlinski retomaram de imediato nossos treinamentos intensos, que haviam se iniciado em São Lourenço, prosseguiram em Volta Redonda e agora aconteciam sob o calor abrasador de Chicago, apenas amenizado na orla do Lago Michigan, cujas águas permaneciam frias.
O Comitê Organizador do PAN reservara Ida Noyes, o belo prédio gótico da Universidade, construído no início do século XX, para ser o centro de confraternização dos atletas. Era principalmente em seu hall interno, mostrado na foto, que nos encontrávamos com as várias pessoas, suas línguas e culturas, participantes do grande evento. Americanos convidados também tinham acesso a Ida Noyes. A Coca Cola rolava a cântaros e gratuitamente das dezenas de máquinas instaladas em Ida Noyes para atender aos participantes.

Um dos grandes momentos do PAN de Chicago foi a oportunidade de conhecer e cumprimentar Jesse Owens - o atleta do século que fizera Hitler engolir seu preconceito racial nas Olimpíadas de Berlim.
O esporte foi um dos mais importantes legados que nos deixaram os gregos. E foram muitos...Democracia, escultura, teatro, arquitetura, filosofia etc
Senti muito a derrota na partida final para o time dos Estados Unidos...Mas agora, passados 60 anos, lembro com orgulho de nosso esforço para alcançar a vitória que afinal não aconteceu. E tenho saudades de um período tão especial de minha vida.
SUCESSO É CHEGAR AO FIM DE VIDA E PODER ORGULHAR-SE DE SUAS DERROTAS TANTO QUANTO DE SUAS VITÓRIAS!

VIAGEM AO PASSADO

O Irã está na moda e minhas recordações daquele país mais vivas do que nunca... Estive no Irã em 1976, para participar da Conferência In...