segunda-feira, 23 de outubro de 2017

A HERANÇA TRÁGICA NA RAIS DE 2016

Com a divulgação da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), coletada em 31 de dezembro de 2016, ficou caracterizada a trágica situação do desemprego no setor formal do nosso mercado de trabalho, após vários anos de gestão incompetente da economia brasileira.
A RAIS abrange a totalidade dos empreendimentos formais, públicos e privados, do Brasil e mostra que nos últimos dois anos o mercado de trabalho em nosso país sofreu a maior involução de todos os tempos.
Segundo a RAIS, havíamos atingido 48.948.000 postos de trabalho em 2013 e  chegamos a 49.572.000 trabalhadores colocados no setor formal de nossa economia em 31 de dezembro de 2014. Ao longo de 2015, porém, foram perdidas 1.511.000 vagas e caímos para 48.061.000.  Durante o ano de 2016 mais 2.001.000 vínculos empregatícios  foram desfeitos, reduzindo o estoque de empregados a 46.060.000. Em dois anos, portanto, foram queimados mais de 3,5 milhões de postos no mercado de trabalho formal. Fechamos 2016 com menos empregos (46,1 milhões) do que tínhamos em  2011 (46,3 milhões). Em 2010 e 2011 a criação anual de empregos esteve sempre acima de 2 milhões anuais; no biênio 2012-2013 permaneceu acima  de 1 milhão por ano, mas em 2014 foi pouco superior a 600 mil novos empregos. Em 2015 e 2016 deu-se o retrocesso  lamentável!
Em virtude da crise, também o número de estabelecimentos foi reduzido de 8,314 milhões, em 31/12/2015, para 8,206 milhões ao final de 2016 - portanto mais de 108 mil empresas fecharam as portas no ano passado. 
A remuneração real média mensal  (que não inclui o 13º. salário) era de R$ 2.852, em 2016, tendo portanto retrocedido  ao nível de 2013 (quando atingira R$ 2.854 mensais). Perdas relativas consideráveis!
Levaremos tempo para recuperar-nos. Em 2016, três Unidades da Federação concentraram quase 50% das vagas destruídas: São Paulo perdeu 503 mil empregos;  no Rio de Janeiro desapareceram 289 mil postos de trabalho e em Minas Gerais 192 mil vínculos empregatícios foram desfeitos. Somente o estoque de trabalhadores com nível de escolaridade universitária, completa ou incompleta, teve crescimento em 2016, além de sua remuneração situar-se bastante acima da média global (R$ 5.458 mensais). O estoque de empregados com nível médio foi o que sofreu maiores perdas.
O ano de 2017 tem sido de recuperação lenta, gradual mas persistente, consistente com a agenda de reformas que os setores produtivos esperam concretizar-se, para assegurar–lhes maior segurança  jurídica e confiança na retomada do desenvolvimento nacional.
No âmbito do emprego formal , o CAGED do Ministério do Trabalho, referente a setembro de 2017, revelou um aumento de 34.392 postos de trabalho, o acumulado do ano já atingindo 208.874 no período jan-set. Neste último mês a Indústria de Transformação liderou a criação de empregos (+25.684), seguida de Comércio (+15.040) e de Serviços (+3.743). Como era de esperar, pela sazonalidade, a Agropecuária perdeu 8.372 vagas.
O Estado do Rio de Janeiro, que vive uma crise sem precedentes, perdeu 4.769 empregos em setembro, sendo 2.926 na Capital. No ano de 2017 o Estado já perdeu 83 mil vagas, sendo 51 mil em sua Capital.
Efetivada a Reforma Trabalhista, o quadro deverá melhorar sensivelmente a longo prazo. No caso específico do Rio de Janeiro, iniciada sua recuperação fiscal, as perspectivas serão bem melhores.
A PNAD Contínua do IBGE, a ser divulgada em breve, deverá corroborar essas previsões otimistas.


VIAGEM AO PASSADO

O Irã está na moda e minhas recordações daquele país mais vivas do que nunca... Estive no Irã em 1976, para participar da Conferência In...