sexta-feira, 30 de junho de 2017

IBGE NÃO SABE LER SUAS ESTATÍSTICAS!

A REALIDADE:  AUMENTA A OCUPAÇÃO  E  OS BRASILEIROS VOLTAM AO TRABALHO. Felizmente minhas previsões sobre o aumento do emprego no Brasil estão se realizando, apesar da demora do Congresso em aprovar as reformas, especialmente a  Trabalhista, a qual daria um grande impulso na segurança jurídica dos empresários para efetivar a admissão de mão de obra. E apesar de haver, atualmente, um  grande peso morto na União:  o Estado do Rio de Janeiro, mergulhado em uma crise profunda e que também já poderia ter sido amenizada se os Deputados Estaduais tivessem aprovado, meses atrás, as  propostas de redução do tamanho do setor  público e das suas perdulárias despesas.
Mas o foco aqui é o fato  incrível de que os comentários no site do IBGE, acerca da PNAD Contínua de maio de 2017, não enfatizam o óbvio: A RECUPERAÇÃO DA OCUPAÇÃO E A QUEDA DO DESEMPREGO no Brasil, tendências muito positivas, apesar da crise política e da demora na concretização das reformas.
 Dados capturados em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pnad_continua_mensal/default.shtm) , no dia 30/06/2017, às 15 horas, mostram no site do IBGE que:
1.       Sob a ótica da população ocupada, esta, que no trimestre de nov16-dez16-jan2017 era de 89.854.000 trabalhadores, baixou no trimestre de dez16-jan17-fev17 para  89.346.000 trabalhadores, registrando uma queda de 508 mil postos de trabalho. Essa queda continuou e atingiu mais 399 mil brasileiros em jan-fev-mar2017, pois o contingente passou para 88.947.000 ocupados. Foi o fim do período mais crítico...
A reação começou a seguir e no trimestre fev-mar-abr2017 há 89.238.000 trabalhadores ocupados, com aumento de 291 mil em relação a  jan-fev-mar2017. Na PNAD de maio, ainda melhor:  o IBGE estima que no trimestre mar-abr-mai2017 havia 89.687.000 ocupados! Ou seja: 449 mil mais que em fev-mar-abr2017 e 740 mil mais que no primeiro trimestre deste ano! Uma reação substancial. Ignorar a relevância de 740 mil novas ocupações e portanto de  centenas de milhares de famílias que passam a receber um rendimento que não existia antes, certamente não é nada razoável. Pior ainda é omitir que a tendência de alta da ocupação é promissora, com provável reversão do descalabro laboral herdado do Governo anterior.
2.       Sob a ótica da população desempregada:  A redução do desemprego no Brasil, de 13,7% no primeiro trimestre, respectivamente  para 13,6% e a seguir para 13,3%, não pode receber a alcunha de “estabilidade”, como lhe dá o IBGE. São quase 500 mil trabalhadores que deixam de amargurar seu alijamento do mercado de trabalho e sentir um desconforto inimaginável. Especialmente porque ao mesmo tempo ocorreu aumento do rendimento médio do trabalho, configurando  salários de admissão superiores aos salários dos demitidos. Desse ponto de vista também se vislumbra um mercado de trabalho em recuperação.

O IBGE, olimpicamente, ignorou essas boas notícias e comentou a PNAD Contínua de Maio de 2017 como se a crise do mercado de trabalho permanecesse intocada: é o monopólio da aPTidão para a crítica?

quarta-feira, 21 de junho de 2017

QUEM NÃO REFORMA... DEFORMA!

Nosso mercado de trabalho tem dado sinais evidentes  de reação ao desemprego recorde a que o Brasil foi levado pelos desgovernos do PT. A criação de postos de trabalho com carteira assinada, mostrada no CAGED, é prova irrefutável disso. Foram mais de 59 mil em abril e 34.253 novos empregos em maio, sendo o acumulado do ano positivo, com saldo de 48.543 admissões. É pouco, mas é uma tendência virtuosa.
É importante explicar que os formulários do CAGED são apenas recebidos  e contabilizados pelo Ministério do Trabalho:  suas informações lhe são enviadas, mensalmente, pelas empresas que demitem e admitem  funcionários e que são obrigadas a fazê-lo por força de lei. O CAGED não resulta do desenho de amostras, de cálculos estatísticos de erros, buscando retratar um determinado universo.  O saldo do CAGED  repousa em uma aritmética simples:  a diferença  entre admissões e demissões.
Os resultados positivos do CAGED nos últimos meses, mesmo sujeitos a oscilações, naturais nas fases de transição, revelam  a recuperação da economia brasileira. E serão (ou seriam?) ainda melhores à medida que as reformas caminhem e sejam efetivadas.
O problema é que as reformas dependem do Congresso... E como diz um amigo  meu, grande gozador, mas observador agudo da realidade, o ambiente em Brasília não é exatamente parlamentar... É PRA LAMENTAR...
 Vai daí que a Reforma Trabalhista - que só traz benefícios  a empregados e empregadores – está sujeita a incertezas derivadas da inconsequência de uma oposição ressentida e do fisiologismo de uma situação hesitante. Exatamente a  reforma que modernizaria as regras do mercado de trabalho sem retirar um único direito dos trabalhadores. Talvez estejamos condenados a manter uma legislação zumbi, feita para um mundo que não mais existe.
Recebi há poucos dias uma corrente nas redes sociais, aconselhando os brasileiros a não votar em nenhum candidato que esteja exercendo cargo eletivo ou  que tenha tido um mandato em passado recente. Diante dos escândalos que são descobertos praticamente todos os dias e que sempre envolvem políticos, estou propenso a aderir a essa corrente, pelo bem do Brasil.  País em que, estranhamente,  não funciona o dito popular que manda preferir o certo ao duvidoso.
Nas eleições, tentando proteger o bolso dos contribuintes, devemos sempre preferir o duvidoso ao certo!



sexta-feira, 16 de junho de 2017

FINALMENTE O BRASIL CHEGOU À OCDE!

Ótima notícia, da série “ANTES TARDE DO QUE NUNCA”,   que felizmente se tornou rotineira ultimamente  e que espero publicar ainda muitas outras vezes nos próximos meses, no decurso das atuais reformas e medidas modernizadoras que visam recuperar nosso debilitado país: finalmente o Brasil se tornará membro da OCDE (Organização  de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico), organização multilateral governamental que considero a mais competente em atividade no âmbito internacional e cuja convivência institucional nos fará muito bem, abrindo-nos as portas do século XXI!
A mídia de maior influência em nosso país não deu destaque ao acontecimento,  ignorando  sua importância. Assim como a educação brasileira, infelizmente, nossa mídia não ficaria bem colocada no teste  PISA!  (aliás, iniciativa brilhante e vencedora da OCDE...)
Mas o fato é que nosso governo oficializou, no fim do mês passado (29 de maio de 2017), pedido para o Brasil aderir à prestigiosa organização internacional, que congrega  atualmente 35 países e cuja atuação é baseada nos princípios da democracia representativa e da economia de livre mercado. A certeza da aceitação do Brasil, no seio da organização, ficou clara em recente entrevista de seu principal executivo,  Angél Gurría,  afirmando que "o Brasil cumpre plenamente com todas as condições prévias. Já é da família, como um primo muito próximo".
Sou daqueles que prestam homenagens permanentes à OECD, por tratar-se de uma organização que pratica e demanda normas modernas de administração econômica, de gestão, de transparência, abertura e ética, cujo impacto nas boas práticas em políticas públicas é inquestionável.
Lembro bem do dia, há muitos anos,  em que vi com certa surpresa, na sua excelente revista “OBSERVER”, da qual fui leitor compulsivo, a menção ao fato de que a OCDE iria dedicar-se ao estudo da corrupção e do branqueamento (lavagem) de capitais  nos países-membros. Estranhei - porque a OCDE dedicava-se a temas substantivamente  ligados ao desenvolvimento - mas ao mesmo tempo acendeu-se-me  a esperança de que a entrada da OCDE nesse tema – tão importante para o Brasil – fosse o ponto de partida para o combate eficaz a essa praga universal, que infelicita tantos países, especialmente quando chega a níveis muito elevados (como tem sido no Brasil, nas décadas mais recentes).
E não deu outra! Os países-membros da OCDE, os mais desenvolvidos do mundo, conscientizaram-se dos males irreparáveis da corrupção, dos prejuízos que causa ao progresso das nações  e várias medidas foram surgindo com o intuito de combatê-la. Os paraísos fiscais foram sofrendo restrições crescentes, os fluxos de capitais suspeitos sendo acompanhados e sofrendo sanções, os sigilos das famosas “contas secretas” foram caindo aqui e ali, tudo feito dentro de normas cada vez mais severas...
A competência da OCDE certamente teve uma grande influência sobre a institucionalização da repressão internacional a corruptos e corruptores, por mais ricos e influentes que sejam e que agora estão cada vez mais ao alcance da lei, bastando aplicá-la, como se está fazendo agora no Brasil.
De certa forma, devo meu ingresso no serviço público, na década de 1960, à OCDE. Interessado em Educação, eu acompanhava as novidades que surgiam nessa área, em que o Brasil  permanecia bastante atrasado, principalmente porque nosso setor de ensino  estava muito mais voltado para teorias  filosóficas e privilegiando  o proselitismo político do que empenhado na realização de suas tarefas específicas e primordiais. Exatamente como tem ocorrido nas duas últimas décadas, em que a educação pouco educa e muito doutrina, mais deforma do que forma cérebros e almas.  Uma de minhas fontes de conhecimento e informação era a revista OBSERVER da OCDE, onde me  inteirei do seu PROJETO REGIONAL MEDITERRÂNEO , de planejamento educacional para alguns países europeus.  Planos que além das clássicas estatísticas demográficas também levavam em conta as necessidades de mão de obra das respectivas economias, o que se ajustaria muito bem ao caso brasileiro.
À época eu trabalhava na CONSULTEC, uma empresa de consultoria econômica, onde eu havia elaborado projetos de pedido de financiamento à USAID para  as escolas primárias, os ginásios industriais e a Escola Superior de Desenho Industrial do Governo Carlos Lacerda, do Estado da Guanabara, além de uma monografia (EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO NO BRASIL) para a Universidade de Harvard.
Eu costumava colaborar com a redação da revista APEC (Análise e Perspectiva Econômica), liderada por Victor da Silva, com artigos diversos e numa dessas matérias, ao fim de 1964, abordei o plano educacional da OCDE e comentei sobre sua potencial adequação ao caso brasileiro. Roberto Campos (então Ministro Extraordinário do Planejamento e Coordenação Econômica) leu o artigo, gostou das ideias expostas e perguntou a Victor da Silva quem o havia escrito.  Daí o convite que me chegou logo depois, trazido pelo meu amigo e colega na CONSULTEC, Mário Henrique Simonsen, para criar e dirigir o futuro Setor de Desenvolvimento Social do EPEA (atual IPEA).
Já no cargo, durante alguns meses, recebi a assistência técnica periódica da OCDE, na pessoa do especialista em recursos humanos Angus Madison. Ajuda informal,  já que o Brasil não era país-membro, mas conseguida graças ao prestígio pessoal do Ministro Roberto Campos. E preciosa! Conversar com Angus Madison algumas horas valia um curso presencial da maior qualidade...
Em sua origem, a OCDE era formada por países europeus, aos quais se juntaram pouco depois Estados Unidos, Canadá e Japão, constituindo o que se chamava de “Clube dos Países Ricos”, mas a instituição foi gradativamente abrindo a participação a outros países. O Brasil já poderia ter sido admitido anteriormente, há muitos anos, mas os governos esquerdistas de FHC, Lula e Dilma preferiram sempre outros parceiros, deslumbrados ideologicamente com os “paraísos da igualdade” – Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador.
O Brasil vai agora, na OCDE, ter melhores companhias, partilhar boas práticas de gestão e liberar-se dos dogmas das economias dirigidas e fechadas. FINALMENTE!

Incidentalmente, fui convidado e participei recentemente do Webinar da OCDE sobre os conhecimentos, em educação financeira, de 48.000 estudantes de 15 países, testados no PISA de 2015.  Infelizmente, os alunos brasileiros tiveram os resultados médios mais baixos (390 pontos) entre todos os países participantes, evidenciando mais um aspecto negativo da  qualidade medíocre de nosso ensino básico.












Esperemos que os novos ventos  que sopram em nosso país melhorem também nossa pobre educação.

domingo, 4 de junho de 2017

SEMINÁRIO DA UNESCO PELA WEB

Na semana de 29 de maio a 2 de junho participei do Seminário que a UNESCO realizou pela internet sobre “TRANSFORMAÇÃO DO  TREINAMENTO  DE PROFESSORES PARA A MELHORIA DOS RESULTADOS DO APRENDIZADO”. Mais de 1100 educadores e professores, de todas as partes do mundo, participaram do  Seminário, o qual abrangeu três grandes temas.
No primeiro, foram abordados os pontos fracos e fortes dos sistemas de formação de professores que podem ser depreendidos dos resultados de grandes levantamentos estatísticos e qualitativos, nacionais e internacionais. Nas discussões  sobre este  tema, vários participantes destacaram a importância dos dados que mostram que os antecedentes socioeconômicos dos alunos têm um impacto mais forte nos resultados de sua aprendizagem do que as características dos seus  professores - sublinhando novamente como nossas discussões sobre educação se relacionam com questões de justiça social.
Os comentários dos participantes convergiram para três questões-chave:
a). Que dados e informações temos sobre os pontos fortes e fracos específicos dos sistemas atuais de formação de professores e  sobre sua relação com os resultados de aprendizagem dos professores?
b). Que dados e informações temos sobre a relação entre as características específicas do sistema de formação de professores e os resultados de aprendizagem dos seus alunos?
c). Existem outros dados que as avaliações internacionais deveriam coletar sobre a formação de professores e que atualmente não estão disponíveis?

As discussões do segundo tema foram  sobre   reforma do sistema de formação de professores  e  houve consenso em torno de algumas questões:
a)Os programas de formação realizados antes do exercício do magistério (“pre-service”) tanto quanto os de educação continuada, desenvolvidos durante o exercício profissional (“in-service”), precisam ser reformados. Abordagens como a tutoria de professores recém-qualificados e o engajamento de  professores interessados em participar de novas metodologias  pedagógicas  devem ser incentivadas ao longo de todo processo formativo.
b)Não apenas os professores, mas também os educadores de professores precisam de uma melhor preparação e oportunidades mais sistemáticas de desenvolvimento profissional  contínuo.
 c)Reformar o sistema de formação de professores por si só não é suficiente: os salários dos professores e seu status devem ser melhorados;  estudantes com melhor rendimento escolar devem ser recrutados para programas de formação de professores e os efeitos da pobreza e das deficiências  dos estudantes que vão atender também precisam ser abordados.

Ocorreu um intercâmbio rico e esclarecedor na Discussão do Tema 3, sobre as competências essenciais dos professores que não estão sendo adequadamente enfatizadas nas abordagens convencionais para a formação de professores.
Foram sublinhadas algumas das competências em falta (que muitos participantes ressaltaram):
Fluência no conhecimento básico e em habilidades aprendidas na escola primária e secundária
Capacidade de ensinar conteúdo de maneiras adequadas ao nível particular de seus alunos
Uso de avaliações para analisar e melhorar o ensino e a aprendizagem
Uma orientação acerca de auto-reflexão, aprendizado contínuo e auto-aperfeiçoamento
Capacidade de trabalhar com as necessidades individuais dos alunos, incluindo os deficientes  e superdotados
Conhecimentos e habilidades específicas: alfabetização digital / TIC e mídia, instrução de leitura, uso  de materiais didáticos práticos, conhecimento da linguagem de instrução e capacidade de usar métodos de instrução bilíngues, baseados na língua materna
Inclusão, equidade, justiça social, equidade de gênero, apreciação da diversidade e habilidades e atitudes específicas para trabalhar com populações  desfavorecidas
Estabelecer conexão de conceitos abstratos e práticos às necessidades da comunidade local
Capacidade dos professores de colaborar entre si para melhorar a escola  e  o ensino
Durante minha participação, dei ênfase a alguns pontos:
a)no primeiro tema, comentei o fato de que os candidatos ao magistério no Brasil estão entre os estudantes de pior rendimento escolar, em função do baixo prestígio social da carreira docente e das condições precárias de exercício profissional; propus programa de orientação profissional visando identificar e recrutar precocemente estudantes talentosos para a carreira docente; complementei,  mostrando a necessidade de incentivar o professorado com melhores salários e “fringe benefits”;
b)no segundo tema, lamentei que os cursos superiores de formação de professores no Brasil estão deformados pela doutrinação ideológica a que seus alunos são submetidos, sob o pretexto do que os meios acadêmicos denominam de “formação para a cidadania”. Conteúdos e pedagogia – que verdadeiramente importam na formação de professores - perdem espaço para o aparelhamento político das faculdades de educação;
c)no terceiro tema, lembrei que os professores devem ter competências que lhes permitam envolver  no processo educativo tanto os pais de seus alunos como a comunidade no entorno da escola. Enfatizei a necessidade de criar programas instrucionais utilizando o smartphone em sala de aula e em atividades  fora das classes.

Foi uma experiência espetacular, em que a internet colocou o mundo da educação em meu PC.

VIAGEM AO PASSADO

O Irã está na moda e minhas recordações daquele país mais vivas do que nunca... Estive no Irã em 1976, para participar da Conferência In...