segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

MERCADO DE TRABALHO EM RECUPERAÇÃO

Em 2018 a taxa de desocupação no Brasil voltará à casa de um dígito e a criação de empregos formais situar-se-á  entre 1,5 e 2 milhões de novos postos de trabalho.
O pleno emprego é o melhor projeto social de um país. Já a desocupação maciça - como no caso brasileiro atual – constitui um flagelo insuportável para a população. Ainda bem que nossos projetos sociais estão funcionando bem  e – melhor -  o Brasil está superando grave crise econômica e recuperando seu mercado de trabalho.
A comunicação social do IBGE, contribuindo para a popularidade do governo, deu ênfase ao aspecto negativo de sua PNAD Contínua em 2017: o recorde histórico de desocupação  média anual.
Todavia, o óbvio e mais importante ficou em plano secundário:  o ano caracterizou-se exatamente pela recuperação constante e contínua do combalido mercado de trabalho brasileiro, arrasado pelos governos populistas que recentemente assolaram nossa economia.
A taxa de desocupação na PNAD Contínua  do primeiro trimestre de 2017 atingia 13,7%; no segundo  (abril-maio-junho), baixou para 13,0%; em julho-agosto-setembro, nova queda, para 12,4%; e finalmente  agora, no último trimestre de 2017, seguindo a tendência observada ao longo de todo o ano,  baixou para 11,8%, com nítido viés de queda.
A população desocupada, que no primeiro trimestre do ano, era de 14,2 milhões, seguiu igual tendência e baixou  para 12,3 milhões no trimestre outubro-novembro-dezembro.
Por sua vez, a população ocupada seguiu o caminho inverso: estimada pela PNAD em 89,0 milhões no primeiro trimestre de 2017, subiu para 92,1 milhões no último trimestre, configurando o significativo  acréscimo de 3 milhões de trabalhadores ativos ao mercado.
No último trimestre de 2017, o número de empregados com carteira de trabalho assinada (33,3 milhões) ficou estável frente ao trimestre anterior (julho a setembro). O número de empregados sem carteira de trabalho assinada (11,1 milhões de pessoas) também apresentou estabilidade em relação ao trimestre anterior.  A categoria dos trabalhadores por conta própria (23,2 milhões de pessoas) cresceu 1,3% na comparação com o trimestre julho-setembro (mais 288 mil pessoas). O contingente de empregadores (4,4 milhões de pessoas) cresceu 3,9% também em relação ao trimestre anterior. A categoria dos trabalhadores domésticos (6,4 milhões de pessoas) cresceu 3,1% no confronto com o trimestre de julho a setembro de 2017. Mas de 2014 a 2017, apenas  204 mil pessoas entraram nesta forma de inserção do mercado de trabalho, tradicionalmente a ocupação que é a maior empregadora em nosso país. Um reflexo evidente da PEC das Domésticas que restringiu a capacidade de muitos lares brasileiros de contar com essa mão de obra, por força da burocracia e dos custos adicionais resultantes da nova legislação.
O rendimento do trabalho – desmentindo as exageradas preocupações com o aumento da informalidade – chegou a R$ 2.154 no último trimestre de 2017, contra  R$ 2.129 no primeiro trimestre. Em decorrência,  a massa total de rendimento real habitual cresceu para R$ 193,4 bilhões, mantendo-se relevante no cenário econômico  nacional.
Apesar das aparências, o próprio CAGED do Ministério do Trabalho, divulgado antes da PNAD CONTÍNUA, também  trouxe boas notícias, ao assinalar a perda de apenas 21 mil empregos com carteira assinada no ano de 2017.
Após perder  1.534.989 empregos com carteira assinada em 2015 e outros 1.326.558 em 2016, o mercado de trabalho formal brasileiro encerrou 2017 com uma perda irrelevante, o que atesta  que a recuperação econômica do país está em curso. Perder 328.539 postos em dezembro já refletia  uma  certa estabilidade, embora conquistada a duras penas. Dezembro, como já explicado, é um mês em que SEMPRE ocorrem muito mais demissões do que admissões no Brasil. Por exemplo, o saldo negativo foi  de 462.366 empregos em dezembro de 2016 e de 596.208 em dezembro de  2015.

Entramos em 2018 com todas as condições para reverter a taxa de desocupação à casa de um dígito. Quanto ao CAGED, ao ganho de empregos com carteira assinada, vai depender muito da correta e ampla aplicação do espírito da recente Reforma Trabalhista. De todo modo não está  descartada a possibilidade de chegar perto do ganho de 2 milhões de postos formais. A reação da indústria e a manutenção de uma safra agrícola excelente vão provocar uma grande absorção de mão de obra pelos Serviços e pelo Comércio.

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