Em São Paulo, Wall Street e Pequim todo mundo já sabe
que a economia brasileira está afundando. Nosso Governo, porém, argumenta
que apenas temos uns poucos problemas, não muito graves, pois continuamos a criar empregos”. Será? Testar
essa gabolice seria um bom exercício para a oposição...
Roberto Campos, seminarista, diplomata e político,
era autodepreciativo na análise de sua trajetória profissional. Com ironia,
afirmava ter aprendido no seminário a sutil diferença entre o vício e o pecado.
Depois, na diplomacia, descobrira que em todo o mundo a doença
ocupacional mais comum na “carrière” era um vício: o alcoolismo. Optando
finalmente pela política, veio o pior: em seu novo trabalho, o sucesso
eleitoral dependia da prática criativa e
desenfreada de um pecado: a mentira. Só mesmo Roberto Campos – que não era nem
alcoólatra nem mentiroso - para comentar com franqueza esse determinismo
profissional...
Quanto ao PT,
não há dúvida alguma: tem “culpa no cartório” em ambos os aspectos - no vício e
no pecado. Sob seu comando, a economia brasileira parece uma “nau sem rumo”, bêbada,
Titanic cambaleante, enquanto seus dirigentes dizem que está tudo bem... O PT não
hesita em fazer da mentira audaciosa sua grande arma para iludir o povo. Especialmente
quando vislumbra uma fragilidade no adversário... Sendo assim, sai de baixo!
É o caso do EMPREGO, tema no qual a mentira deslavada do PT só é possível e
prevalece por força da omissão e tibieza do adversário.
Dilma, estabelecendo comparações despropositadas
com o Governo FHC, totalmente fora do contexto no tempo e no espaço, faz
campanha política apregoando aos quatro cantos do país sua grande capacidade de
criar empregos. VERDADE?
Em 2013 havia no Brasil meio milhão a mais de
trabalhadores desocupados do que em 2012. Isso mesmo! De 2012 para 2013, em pleno Governo Dilma, o número de
desocupados no Brasil, na população de 15 anos e mais de idade, aumentou em MEIO
MILHÃO DE PESSOAS. E quem mostra isso é a PNAD do IBGE, órgão do governo. A PNAD
2012 apontou a existência de 6.149.000 pessoas sem trabalho naquela faixa
etária. Já a PNAD 2013 registrou um
número substancialmente maior de desocupados: 6.637.000. Meio milhão de
desocupados a mais!
A EXPLICAÇÃO: Lula, na campanha de 2002, prometera criar 10
milhões de empregos durante os quatro anos de seu primeiro governo. Após dois
anos e meio no poder, usando as estatísticas do Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE), Lula anunciou que já havia criado 3.135.000 empregos. Na verdade, os
empregos gerados no Governo Lula, nos seus primeiros trinta meses, foram apenas
1,6 milhão, pois os restantes mais de 1,5
milhão de trabalhadores simplesmente tiveram a Carteira de Trabalho registrada.
Esses 1,5 milhão de trabalhadores já estavam ocupados, ganhando seus salários e apenas saíram da
informalidade, tiveram a carteira assinada e por isso entraram nas estatísticas do CAGED, do
Ministério do Trabalho e Emprego. Não houve geração de emprego.
Lula nunca cumpriu sua promessa eleitoreira mas
o PT descobrira o “mapa da mina” para enganar a população leiga, fazendo a
proposital confusão entre a criação de empregos e a criação de
vínculos empregatícios (assinar a carteira de trabalho). São duas coisas
diferentes! Como metade da população ocupada estava trabalhando na
informalidade em 2002, o Governo do PT passou a transformar os informais (não
registrados) em formais e chamou essa mudança de posição na ocupação de criação
de emprego. Para obter essas novas carteiras assinadas fez de tudo: mudou legislação e regras
do jogo, apertou a fiscalização, forçou situações de “trabalho escravo” quando
havia apenas informalidade e outras coisas mais, denunciadas pelo
empresariado como violações inaceitáveis. As trapalhadas nas
estatísticas de emprego administradas pelo MTE sempre foram e ainda são inúmeras... Três
dias antes das eleições de 2006, em que Lula conquistou seu segundo mandato, a RAIS
foi divulgada sem qualquer ressalva pelo Ministério do Trabalho com erros grosseiros,
anunciando com estardalhaço que haviam sido criados 1.830.000 empregos formais
em 2005. Mas como, se o CAGED, outro levantamento (mensal) do mesmo Ministério
do Trabalho, registrava que só foram gerados 1.254.000 empregos formais em 2005?
Como explicar essa enorme diferença de quase 600 mil empregos, surgida na
calada da noite pré-eleitoral ? Impossível ! Mesmo porque a PNAD de 2005,
levantamento do IBGE divulgado poucas semanas antes, confirmava o CAGED e
desmentia a RAIS quanto à criação de empregos formais entre 2004 e 2005.
Quem sabe se os economistas ou os marqueteiros do
PSDB não aprofundam seus conhecimentos nessa área em que o PT se apresenta como
o grande realizador para ver se tudo é verdade mesmo?
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