sábado, 30 de março de 2019

31 DE MARÇO BIPOLAR



Na data de 31 de março importantes acontecimentos marcaram minha vida.
Foi na manhã de 31 de março de 1981, enquanto trabalhava, que recebi o telefonema de um funcionário subalterno do MEC comunicando, a mando do Ministro da Pasta, que meu mandato de Presidente do MOBRAL expirara e que eu não seria reconduzido.
Era a minha demissão após 16 anos de trabalho no Governo, 9 dos quais no MOBRAL. Ato  deselegante, totalmente fora do protocolo usual. Longe de me diminuir, essa desfeita teve exatamente o efeito contrário  porque foi interpretada majoritariamente como a falta de uma justificativa razoável  e sincera para minha demissão - o MOBRAL era um sucesso indiscutível. Outra versão era que não teriam, as autoridades do MEC, a coragem suficiente para encarar-me, no derradeiro “tête a tête” protocolar. Muito desonroso para um General e um Coronel que exerciam respectivamente os cargos de Ministro e Secretário-Geral   do MEC. Esse ato de força daquelas autoridades - o tempo mostrou - não foi nada bom para suas biografias e para o Governo Figueiredo. Naquele momento o MOBRAL perdia sua independência e autonomia, conquistada por meio de um trabalho competente, vitorioso, reconhecido internacionalmente – o MOBRAL, com o aval da UNESCO, deu assistência técnica a 23 países, dois dos quais chegaram a implantar órgãos alfabetizadores seguindo o modelo brasileiro. O MOBRAL era um programa que honrava o Governo da Revolução!
Confesso que 31 de março de 1981 não foi um dia agradável em minha vida.

Em contrapartida, houve  um outro 31 de março maravilhoso: o de 1964! Foi um dia de gloria... Em que ajudei a vencer os bandos de desordeiros que queriam transformar nosso país em um satélite do fracassado regime comunista internacional.
Como Roberto Campos bem definiu, em uma entrevista à TV, com a costumeira sabedoria, o que aconteceu naquele dia foi uma  Contrarrevolução, reagindo à ameaça de implantação de um regime ditatorial de esquerda, à semelhança da Cuba de Fidel Castro e Che Guevara, dois assassinos frios, adeptos respectivamente do “paredón” e do tiro na nuca.
Ao contrário do que dizem os mentirosos – que nos últimos anos tentaram mudar a História do Brasil – o que ocorreu foi realmente uma Revolução, com apoio decisivo das Forças Armadas. A participação maciça de civis como eu é indesmentível: antes, milhões de brasileiros comuns caminharam pelas ruas, pedindo  a intervenção  salvadora dos militares; a 31 de março e no dia seguinte,  milhares de cidadãos civis, corajosamente, voltaram às ruas para arriscar suas vidas e combater os que se opusessem às tropas revolucionárias – o que felizmente não ocorreu.
Após a subida de Jango Goulart ao poder, a situação no Brasil foi ficando irrespirável. Eu não me conformava com o descalabro, a corrupção, a desordem e a visível tentativa de se implantar uma ditadura comunista em nosso país, no modelo cubano ou similar. Como jogador de voleibol de nível internacional eu conhecia bem como funcionavam  o “paraíso soviético” e suas filiais: falta de liberdade, opressão, miséria e a sensação de impotência absoluta frente à repressão selvagem do regime brutal.
Resolvi agir. Eu era jovem e preferia  correr todos os riscos para não viver (se é que isso é viver...) sob a ditadura comunista. Era recém-casado. Marisa e eu optamos por ter filhos depois de alguns anos, com a vida já estabilizada. No dia 1º. de abril Marisa me acompanhou ao Palácio Guanabara, onde Carlos Lacerda estava entrincheirado, disposto a tudo. Mas deu certo e vencemos. E o Brasil, até então um gigante adormecido, foi transformado na 8ª. Potência econômica do mundo, pela ação dos Governos militares.
Comemorar a Revolução de  31 de março de 1964 é um ato legítimo dos que lutaram pela liberdade e pela salvação da pátria amada.
Será um dia para vestir verde e amarelo e sobretudo para agradecer a decisiva  intervenção democrática das Forças Armadas.

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