O CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de agosto
de 2017 trouxe novamente boas notícias, conforme prevíamos: pelo quinto mês
consecutivo houve aumento do emprego com carteira assinada. Foram 35.457 novos
postos de trabalho, criados principalmente em serviços (23,3 mil empregos) e na
indústria de transformação (12,8 mil vagas), como também aconteceu em julho. Este último resultado faz antever
uma excelente perspectiva para os próximos três meses ( setembro,
outubro e novembro) pois o reemprego na indústria se propaga posteriormente ao
comércio e serviços. Dezembro, ao contrário, é sempre o mês das demissões
maciças... Por outro lado, a perda de 12.412 postos na agricultura em agosto é normal,
recorrente e sazonal.
O CAGED permite concluir que no total do ano de 2017 o
Brasil já criou 163.417 novas vagas formais, um resultado que confirma a
recuperação gradual do mercado de trabalho e o progresso do emprego decente, de
boa qualidade. Um refrigério depois da calamitosa crise do mercado de trabalho causada
pelo descalabro do governo anterior.
O resultado do CAGED seria ainda melhor caso as economias do Estado do Rio de Janeiro,
Alagoas e Pernambuco não estivessem
destruindo empregos formais maciçamente. No acumulado de 2017 o Estado do Rio de
Janeiro fechou 78.175 postos de
trabalho, Alagoas perdeu 33.507 vagas e Pernambuco 24.594. Se não existisse o
peso morto dessas três Unidades da Federação, a economia brasileira já teria
criado 300 mil empregos formais ao longo de 2017! Aliás, correlações muito
elucidativas podem ser feitas entre a situação do emprego formal nesses três
Estados e a gestão dos respectivos governos.
Por outro lado, os resultados da PNAD CONTÍNUA do IBGE, estimativa amostral para o trimestre junho-julho-agosto de 2017,
confirmaram a recuperação do emprego no Brasil. A taxa de desocupação que era
de 13,7% no trimestre jan-fev-mar de 2017 e atingia 14,2 milhões de trabalhadores
caiu para 12,6% e 13,1 milhões de
desocupados no trimestre jun-jul-ago de 2017. Entre esses períodos a população
ocupada passou de 88,9 milhões de pessoas para 91,1 milhões, aumentando
portanto em quase 2.200.000 postos de trabalho, o que é marca a ser festejada. Cresceu a força de trabalho do país (de 103,1 para
104,2 milhões) e em paralelo a massa de rendimento real do trabalho de R$ 186
bilhões para R$ 187 bilhões. A economia, portanto, está conseguindo prover a
absorção adequada dos que chegam à idade de trabalhar.
Infelizmente, o IBGE, em sua análise sempre deficiente, amplamente
divulgada, prefere enfatizar o crescimento da informalidade, transição natural
para a posterior ocupação decente, nas saídas das grandes crises do mercado de
trabalho. E a crise criada por Lula e Dilma conseguiu até superar o desastre do
emprego no governo de FHC – o que não é pouca coisa!
Com a Reforma Trabalhista, a entrar em vigor em novembro de
2017, o reemprego tomará novo impulso e a recuperação acelerar-se-á, ao
contrário das expectativas pessimistas dos denominados “especialistas
tupiniquins em mercado de trabalho” e dos técnicos da Organização Internacional
do Trabalho (OIT). Decepção para mim, que já fui consultor da OIT, nos bons
tempos do CINTEFOR. Aliás, uma boa iniciativa para as Universidades brasileiras
seria tratar da formação de pós-graduados em mercado de trabalho, uma
deficiência notória de nossos quadros profissionais.
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