Participei do webinar (em 08/10/19), promovido pelo
Instituto Internacional de Planejamento Educacional (IIPE) da UNESCO, sobre
“Políticas de Desenvolvimento Profissional Docente: Formação Continuada”. Uma iniciativa importante e oportuna.
A educação continuada é da maior relevância, para toda a
população, pois a evolução científica e tecnológica faz com que as mudanças, em
todos os setores e sentidos de nossa
vida, exijam nossa atualização permanente. No caso dos professores, a
educação continuada é ainda mais necessária, já que seu papel é estratégico: eles
são os formadores de todos os cidadãos e trabalhadores do nosso país.
Acrescem outras circunstâncias, específicas do Brasil, para
magnificar a importância da requalificação permanente dos professores:
1.
a qualidade da educação brasileira é péssima,
apesar de gastarmos quase 6% do PIB no setor e a falta de qualificação dos
quadros docentes tem parte da responsabilidade por esse rendimento inadequado;
2.
não há incentivos palpáveis, no Brasil, para que
os professores melhorem suas performances;
3.
até como consequência desse desestímulo
profissional, os piores alunos do ensino médio é que optam pela carreira
docente;
4.
nos anos mais recentes, muitos dos
professores brasileiros passaram a ser formados em cursos de educação a
distância, cuja qualidade é frequentemente posta em dúvida.
Durante o evento, fiz algumas perguntas que fogem ao modelo
diplomático do politicamente correto seguido nesse tipo de evento:
1.
Como se pode avaliar o impacto das políticas de
educação continuada para os professores sem analisar diretamente a evolução da qualidade do
trabalho docente?
2.
Qual o motivo de os professores brasileiros e
seus sindicatos não aceitarem que os gestores dos sistemas de ensino façam a
avaliação de seu trabalho pedagógico individual?
3.
Qual o motivo de nossos professores não
aceitarem que sua remuneração leve em conta seu mérito e o resultado de seu trabalho pedagógico?
4.
Os gastos do Brasil com educação (quase 6% do
PIB) excedem a média observada nos países da OCDE, cujos resultados no PISA são
muito melhores que os nossos. Essa constatação não indicaria graves
desperdícios em programas inúteis, sem avaliação, e em doações a ONGs cujo
trabalho é medíocre?
É claro que em eventos como esse, principalmente na UNESCO,
predomina uma diplomacia que evita respostas traumáticas, mas de qualquer modo
essas dúvidas foram abordadas, embora com a brandura protocolar que a expertise
de órgãos multilaterais parece exigir. E as palestrantes se saíram bem.
O caso específico do Chile foi descrito em detalhes, já que
o país é uma referência no aperfeiçoamento de seus professores. O teste PISA da
OCDE, realizado em 70 países (2015-2016), confirma esse posicionamento. O
resultado classificou o Brasil no 63º. lugar e o Chile em 44º. o que não pode ser explicado pelos
gastos em educação dos dois países.
A razão do sucesso do Chile se explica pelo fato de ter quebrado vários tabus. Seus professores são avaliados, há experiências inovadoras de gestão das escolas públicas (vouchers) e foi criada uma agência específica para avaliar a qualidade da educação. Exemplos que o Brasil poderia seguir agora que afastamos a gestão ideológica do MEC e começamos a libertar as Universidades do proselitismo desenfreado e esterilizante de esquerda.
A razão do sucesso do Chile se explica pelo fato de ter quebrado vários tabus. Seus professores são avaliados, há experiências inovadoras de gestão das escolas públicas (vouchers) e foi criada uma agência específica para avaliar a qualidade da educação. Exemplos que o Brasil poderia seguir agora que afastamos a gestão ideológica do MEC e começamos a libertar as Universidades do proselitismo desenfreado e esterilizante de esquerda.
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