terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

RESISTÊNCIA TEM NOME: TULLIUS DETRITUS


Na política suja funciona assim:
1.       o bandido  está no poder mas quer mais -  ambiciona o poder absoluto;
2.       o bandido corrompe, suborna, chantageia e mente – faz qualquer negócio;
3.       poder absoluto corrompe absolutamente e o bandido é descoberto  - até pelo povão;
4.       o bandido perde o poder absoluto - vai se contentar com o que sobrar;
5.       não sobra nada - seus cúmplices também são repelidos;
6.       fora do poder, a solução é adotar um nome nobre:  resistência!
Para o bandido, a forma de resistência que melhor cabe em seu caráter é a intriga. Tullius Detritus sai das estórias de Asterix e entra em cena. Nisso, é craque: em um só tweet  consegue intrigar e caluniar até quatro inimigos.
Mas há vários Tullius Detritus por aí: explícitos no Congresso, aparelhados no Executivo, embuçados no Judiciário, subvencionados na grande mídia, nos blogs pagos, nas redes sociais, em todos os cantos...
Logo pela manhã, a mídia suja tenta intrigar Bolsonaro e Mourão; ontem, provocavam os ciúmes entre os filhos do Presidente; anteriormente jogaram Lorenzoni contra Guedes; e há muitos outros Chalaças de plantão.
Espero que os atuais detentores do poder se comportem como estadistas e não ouçam as intrigas sórdidas da resistência, ostensiva ou disfarçada de “amigos”. E vou inspirá-los, contando uns fatos históricos que presenciei de perto.
O Presidente Castello Branco nomeou Roberto Campos seu Ministro Extraordinário para o Planejamento e Coordenação Geral. Roberto Campos tinha um papel proeminente no Governo, por força do exercício de sua função de coordenação geral. Agindo quase como um Primeiro Ministro, logo despertou inveja e os detratores da Revolução de 1964 viram aí uma oportunidade para a intriga. Que eu saiba, na única vez que tentaram lançar a cizânia entre os dois, junto ao Presidente Castello Branco, sua reação foi tal que desencorajou qualquer outra  até o fim de seu Governo. Castello Branco era um ESTADISTA!
Vi de perto, também, as tentativas de lançar Octavio Gouveia de Bulhões contra Roberto Campos e vice-versa. Fracassadas! Os dois eram grandes amigos, fizeram uma obra reformista inigualada até os dias correntes. Dois estadistas!
Anos mais tarde, a imprensa opositora começou a divulgar insistentemente que o Ministro Chefe da Casa Civil, Golbery do Couto e Silva, era quem efetivamente mandava no Governo Figueiredo. Foi a preparação da resistência de então. O talento político e o profundo conhecimento do país davam ao Ministro Golbery uma natural liderança intelectual nas ações governamentais e essa atuação foi convenientemente explorada por seus inimigos junto ao Presidente Figueiredo.
Em outra onda de intrigas, conflitando  os Ministros “gastadores” com o guardião das chaves do cofre – que era o Ministro do Planejamento, Mário Henrique Simonsen – Tullius Detritus já tinha tido sucesso e Simonsen pediu demissão. Golbery, seu defensor, não tardou a perder poder e o cargo. Faltou ESTADISTA no Governo, encerrado melancolicamente.
Espero, para o bem do Brasil, que Bolsonaro, Mourão, Moro, Guedes, Lorenzoni  etc sigam os exemplos de Castello Branco, Campos e Bulhões.
COMPORTEM-SE  COMO VERDADEIROS ESTADISTAS

Um comentário:

  1. Excelente texto!!! Lançar a discordia é a arma mais usada para desestabilizar o que quer que seja...

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