quinta-feira, 22 de agosto de 2019

O RENASCIMENTO DO PROJETO RONDON

O PROJETO RONDON deve ser revigorado urgentemente! Em especial  as Operações realizadas na Amazônia! Questão de segurança nacional!
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Há dias a TV noticiou que o Projeto Rondon estava realizando  a Operação Vale do Acre, com a participação de universitários  daquele Estado. Fiquei  muito satisfeito! Mais um projeto meritório, sabotado pelos governos anteriores  que pode e deve reviver seus melhores dias, em benefício do nosso povo...
As imagens mostravam o entusiasmo transbordante dos universitários envolvidos na Operação, uma das características marcantes do Rondon, nos bons tempos dos anos 70. E geraram muitas esperanças naqueles que conheceram seus tempos áureos e seus resultados altamente  positivos.
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A ideia de criação do Projeto Rondon foi do Professor Wilson Choeri  - um educador brilhante, professor da UERJ (então UEG – Universidade do Estado da Guanabara) e Diretor do Colégio Pedro II. Choeri, mui justamente,  desejava homenagear o grande brasileiro que foi o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.
Meu sogro, Victor de Miranda Ribeiro, era amigo e admirador de Rondon e costumava visitá-lo. Seu pai, o cientista Alípio de Miranda Ribeiro, havia participado da primeira Expedição Rondon, no início do século XX e fortes laços de família os uniam. Marisa, minha mulher, também teve a honra de conhecer aquele homem notável, que certamente  mereceria o Prêmio  Nobel da Paz, pela obra humanitária inerente a seu trabalho de campo em Mato Grosso e na Bacia Ocidental da Amazônia.
Choeri  iniciou seu Projeto com 30 participantes, alunos e professores voluntários das Universidades do Rio de Janeiro, os  quais viajaram para prestar serviços à população interiorana de Rondônia  durante as férias de julho de 1967.
Movido pelo lema nacionalista “integrar para não entregar”, o Projeto  foi a seguir vinculado ao Ministério do Interior, cujo titular era o General Albuquerque Lima, da ala nacionalista. Ali cresceu de importância e abrangência, dando bons frutos para os universitários e professores participantes, além de beneficiar os munícipes atendidos pelas diversas  ações sociais realizadas. Aliás, fui representante do MINIPLAN   no ¨Grupo de Trabalho do Projeto Rondon  que o vinculou ao Interior (fui designado pelo  Aviso no. 501/68 do Ministro do Planejamento).
Findo o período dos Governos Militares houve uma desaceleração do projeto, muito associado às Forças Armadas. Interrompido em 1989, o Rondon  ressurgiu em 2005, já então vinculado ao Ministério da Defesa, onde hibernou modestamente. É claro que os Governos esquerdistas não lhe  deram  os recursos necessários a uma evolução natural.  No atual Governo  certamente o Projeto terá maior apoio, de modo que se pode esperar  seu merecido renascimento.
O momento é muito oportuno:  recolocará os universitários brasileiros no campo,  em contato com a realidade nacional e lhes dará uma oportunidade ímpar de contribuir para a melhoria da qualidade de vida de nossa população carente, nos recônditos do território brasileiro.
Embora o Governo viva um período em que cortar gastos é prioridade, creio que algumas medidas podem ajudar no renascimento do projeto.
Para simplificar e baratear sua logística as Operações devem, sempre que possível, usar os universitários nos Estados em que estudam. Em todos os Estados existem regiões que permanecem desassistidas em suas necessidades básicas. A exceção será para as Operações dirigidas à Amazônia, as quais serão prioritárias e poderão ser realizadas por universitários de todo país.
Esse foco no Estado em que se localizam os estabelecimentos de ensino superior pode, inclusive, fazer o Projeto  assumir um caráter mais permanente, eliminando um problema clássico do mesmo: a descontinuidade nas ações em favor das populações atendidas.
Um exemplo a adotar poderia consistir na formação de equipes multidisciplinares de universitários que focalizariam um certo  Município, com o qual colaborariam ao longo de todo ano letivo. Essa colaboração seria semipresencial, supervisionada por professores universitários e faria parte do programa pedagógico da instituição de ensino superior, valendo créditos, variáveis em função da duração e intensidade do trabalho realizado pela equipe. Nesse caso o Rondon teria outro impacto, já agora estimulando a colaboração entre Departamentos Universitários.
De qualquer forma, com ou sem inovações, o Projeto Rondon merece voltar, para o bem do Brasil!

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