terça-feira, 2 de janeiro de 2018

DESEMPREGO PROSSEGUE EM QUEDA NO BRASIL


A PNAD Contínua do IBGE,  referente ao trimestre set-out-nov de 2017, seguiu a tendência observada desde o início deste ano: queda na taxa de desocupação (para 12,0%) e na  população desocupada (para 12.571.000); aumento da população ocupada (91,9 milhões) e da população na força de trabalho (104,5 milhões); ganhos na renda real de trabalho (R$ 2.142) e na massa total de rendimentos (R$ 191,9 bilhões). Em resumo, a PNAD caracteriza a recuperação gradual  e persistente da ocupação na economia brasileira, ora em ascensão.
A perda de 13 mil empregos formais, assinalada no CAGED, do Ministério do Trabalho, não desmente a retomada.  Nos dois últimos anos, o mês de novembro foi marcado por expressivas perdas de postos formais de trabalho: 131 mil empregos perdidos em novembro  de 2015 e 117 mil encerrados em novembro de 2016. Essa repetição por três anos poderia denotar uma sazonalidade surgente,  mas o resultado de agora parece mais uma decorrência da entrada em vigor, a partir de 11 de novembro, da Reforma Trabalhista. O setor de Comércio, o qual precisava reforço de mão de obra para as esperadas boas vendas de fim de ano, admitiu mais do que demitiu por absoluta necessidade. Tanto que até no Rio de Janeiro, polo de vendas, pela primeira vez neste ano trágico o CAGED deu saldo  positivo. Mas os demais setores econômicos – Indústria, Agricultura e Serviços – desempregaram preventivamente para, posteriormente, aproveitarem as novas aberturas da legislação e voltarem a admitir com maior flexibilidade e segurança jurídica. Nesse sentido, o resultado do CAGED  de dezembro de 2017 tirará todas as dúvidas a esse respeito. Normalmente, dezembro é o pior mês para o emprego formal, com as maciças demissões ultrapassando largamente o número de admissões. Isso ocorre há anos: em 2016 foram perdidos    1.320.000 empregos; em 2015 foram  fechados  1.542.000; em 2014 foram  555.000 vagas a menos. E assim por diante...
Essas demissões em massa dos empregados formais no mês de dezembro dos últimos anos  – é bom assinalar -se deviam à soma de alguns fatores: o normal, que era o término das festividades de fim de ano, reduzindo naturalmente a necessidade de empregados; os anômalos, que eram aumentos do salário mínimo e do piso salarial em janeiro, dentro de uma política totalmente irrealista, com fórmulas mágicas, prosaqicas, onerando excessivamente os custos de produção e o gasto com as demissões futuras.  No caso do piso salarial, em vários Estados, como no Rio de Janeiro, os políticos usaram seu aumento exagerado e injustificado para fazer demagogia às custas dos empresários. Estes se preveniam e recorriam a demissões estratégicas, visando resguardar a produtividade dos seus empreendimentos. E assim os trabalhadores eram punidos com o desemprego já em dezembro, por força da demagogia dos políticos que se faziam de “bonzinhos” para a classe operária, dando-lhes aumentos tão exagerados quanto inviáveis. O mais do mesmo na paupérrima política tupiniquim...
Com a nova legislação trabalhista, o CAGED merecerá uma revisão metodológica e no modo de apresentar os resultados, discriminando trabalho intermitente, teletrabalho  e outras formas de emprego quantitativamente relevantes que surgirão com a aplicação plena da Reforma.

Caso 2017 feche com a criação de empregos formais no positivo,  isso significará uma grande conquista de nossa economia, saída de uma crise sem precedentes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

VIAGEM AO PASSADO

O Irã está na moda e minhas recordações daquele país mais vivas do que nunca... Estive no Irã em 1976, para participar da Conferência In...