Anos 50. Rio de Janeiro. E a rapaziada que queria estudar
Engenharia se perguntava: ITA ou Nacional? Nacional ou ITA? Eram as duas
escolas de ponta, com vestibulares duríssimos, que exigiam muito estudo,
associado a uma capacidade intelectual pelo menos razoável.
A Nacional era a Escola Nacional de Engenharia da
Universidade do Brasil, situada no Largo de São Francisco, no Rio de Janeiro. Onde
eu, carioca eterno e vitalício, estudei.
O ITA era o Instituto Tecnológico da Aeronáutica, em São
José dos Campos, São Paulo. Muitos estudantes brilhantes de todo Brasil deixavam
o conforto de seus lares para cursar o ITA, pela qualidade do ensino que ali
era ministrado. O CTA (Centro Técnico de Aeronáutica), hoje DCTA, foi agregando
recursos humanos de alto nível e graças a isso o Brasil partiu para voos muito altos.
Quando a BOEING, em uma visível homenagem à tecnologia
brasileira, cogita algum tipo de acordo com a EMBRAER, nosso país ganha em
prestígio, sua imagem internacional melhora, até a mídia sempre causticante tem
que comemorar. Oportuno, ótimo.
Mas é totalmente estranho que os analistas não ressaltem o
papel do ITA nesse grande cometimento brasileiro: a EMBRAER. Em última análise,
o sucesso da EMBRAER é o resultado de um investimento sábio na criação e manutenção
do ITA, na transformação de São José dos Campos em um Centro de Excelência..
Oportunidade para mostrar o poder transformador e
germinativo da educação de qualidade, capaz de milagres até no desiludido Brasil!
Assim como o sucesso brasileiro no agronegócio guarda um
vínculo indestrutível com o trabalho da EMBRAPA, o ITA honrou a vocação de
Santos Dumont e explica a EMBRAER, que nos deu asas vencedoras.
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