sexta-feira, 5 de abril de 2019

IPEA VOLTA À CENA


Fiquei satisfeito quando soube que Carlos von Doellinger iria dirigir o IPEA. Ele conheceu a instituição em seus tempos áureos e pode fazê-la retomar o rumo correto.
Eu já trabalhava há alguns anos na instituição e dirigia o CNRH (Centro Nacional de Recursos Humanos) quando  ele começou no IPEA, em 1968. Não tivemos muito contato pessoal mas sempre guardei boa impressão de seus trabalhos.
Li sua entrevista a um jornal  especializado em economia e verifiquei seu desejo – legítimo – de que o IPEA volte a ser um “think tank”, capaz de rever políticas públicas e formulá-las de modo estratégico e inovador. Era assim o IPEA do meu tempo, criado pelo talento de Roberto Campos e reunindo um grupo de técnicos extremamente motivados e competentes.
Fiquei 7 anos no IPEA, de janeiro de 1965 a janeiro de 1972. O setor que eu dirigi publicou 140 trabalhos nesse período e jornadas de 12 e até 14 horas diárias faziam parte de meu cotidiano. A exceção de lazer era  feita somente aos jogos de voleibol pelo Fluminense, no Campeonato Carioca de Primeira Divisão (até 1970) e às manhãs de sábado e domingo, para as duplas na praia de Ipanema. E -  é claro – ao convívio familiar.
No IPEA formei uma equipe de jovens idealistas que me seguiram quando fui dirigir o MOBRAL, a convite de meu amigo Mário Henrique Simonsen. A orientação que dei ao MOBRAL  - como o primeiro órgão educacional visando desenvolver a educação continuada de jovens e adultos - foi toda herdada de minha experiência teórica no IPEA, quando tive a oportunidade de conviver com inúmeros técnicos estrangeiros ( da UNESCO, OIT, USAID, OECD, OEA etc), conhecer exemplos no exterior e assim por diante.
As ideias de von Doellinger são boas e o Governo Bolsonaro tem os fundamentos básicos necessários para um desempenho excelente.
Sonho ao ver que o meu IPEA volta à cena. Para brilhar! Como nos bons tempos. Sem preconceitos, aceitando ideias divergentes e fazendo a síntese pragmática do que interessa ao Brasil e seu povo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

VIAGEM AO PASSADO

O Irã está na moda e minhas recordações daquele país mais vivas do que nunca... Estive no Irã em 1976, para participar da Conferência In...