Fiquei satisfeito quando soube que Carlos von Doellinger
iria dirigir o IPEA. Ele conheceu a instituição em seus tempos áureos e pode fazê-la
retomar o rumo correto.
Eu já trabalhava há alguns anos na instituição e dirigia o
CNRH (Centro Nacional de Recursos Humanos) quando ele começou no IPEA, em 1968. Não tivemos
muito contato pessoal mas sempre guardei boa impressão de seus trabalhos.
Li sua entrevista a um jornal especializado em economia e verifiquei seu
desejo – legítimo – de que o IPEA volte a ser um “think tank”, capaz de rever
políticas públicas e formulá-las de modo estratégico e inovador. Era assim o
IPEA do meu tempo, criado pelo talento de Roberto Campos e reunindo um grupo de
técnicos extremamente motivados e competentes.
Fiquei 7 anos no IPEA, de janeiro de 1965 a janeiro de 1972.
O setor que eu dirigi publicou 140 trabalhos nesse período e jornadas de 12 e
até 14 horas diárias faziam parte de meu cotidiano. A exceção de lazer era feita somente aos jogos de voleibol pelo
Fluminense, no Campeonato Carioca de Primeira Divisão (até 1970) e às manhãs de
sábado e domingo, para as duplas na praia de Ipanema. E - é claro – ao convívio familiar.
No IPEA formei uma equipe de jovens idealistas que me
seguiram quando fui dirigir o MOBRAL, a convite de meu amigo Mário Henrique Simonsen.
A orientação que dei ao MOBRAL - como o
primeiro órgão educacional visando desenvolver a educação continuada de jovens
e adultos - foi toda herdada de minha experiência teórica no IPEA, quando tive
a oportunidade de conviver com inúmeros técnicos estrangeiros ( da UNESCO, OIT,
USAID, OECD, OEA etc), conhecer exemplos no exterior e assim por diante.
As ideias de von Doellinger são boas e o Governo Bolsonaro
tem os fundamentos básicos necessários para um desempenho excelente.
Sonho ao ver que o meu IPEA volta à cena. Para brilhar! Como
nos bons tempos. Sem preconceitos, aceitando ideias divergentes e fazendo a
síntese pragmática do que interessa ao Brasil e seu povo.
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