domingo, 29 de novembro de 2015

PARIS VAUT BIEN UNE MESSE!

Henrique de Navarra nem pestanejou... Para conquistar o trono francês (como Henrique IV), converteu-se ao catolicismo e justificou-se aos antigos correligionários huguenotes - que protestavam – berrando-lhes “à perdre d`haleine”:  “PARIS VAUT BIEN UNE MESSE!"
E tinha razão: Paris sempre valeu – e continua valendo - não uma, mas um rosário de missas. Até um ateu irreconciliável renuncia à sua teimosa posição de ceticismo e passa a crer na beleza, na harmonia e na comunhão dos humanos, ao contemplar a Notre Dame, na Île de la Cité, ou a Saint Germain des Près ou ainda a Saint Sulpice, no bairro da estudantada. Efeito, talvez, do “azul Paris”, a cor dos céus só alcançáveis pelos gênios da pintura que ornamentam o Louvre.
O Terror voltou à “Cité Lumière”, embora sem Danton, Marat  e Robespierre. Os consulados americanos logo aconselharam a desistir das férias em Paris nos próximos meses, por temer que a cidade viva um clima de mess – bagunça, na sua língua – em virtude de atentados recorrentes.
Não têm razão e vão perder “um séjour inoubliable”. Paris vale até uma eventual MESS!
Marisa, bisneta de uma bela francesa, me disse o mesmo ao almoço – ninguém resiste aos encantos de uma original moqueca de camarão bem brasileira!  Paris vale, sim, até uma improvável “mess”...   
Ficaremos em Montmartre, aos pés da Sacré Coeur, que resistiu às bombas nazistas e ainda protegidos pelas intermináveis filas daquele funicular - que nem os terroristas aguentam. Bem perto da Place du Tertre  e daquele restaurante que parece uma loja de flores mas serve um “boeuf  à bourguignone fantastique”! Pudicamente bem acima da pecaminosa Pigalle, com seu Moulin Rouge, que já triturou muitas reputações ilibadas.
Se der tempo, andaremos um pouco mais e revisitaremos os vitrais de Chartres – que filtraram e multicoloriram os raios do sol que brilhava no dia da sagração de Henrique IV, o rei-carola (pois assim são os políticos, camaleões desde sempre).
Só não iremos à Basílica de Saint-Denis, onde o futuro rei católico abjurou o protestantismo  diante do arcebispo de Bourges. Nada de provocar algum “jihadista” recalcitrante, remanescente da limpeza policial.

Amemos  Paris e não a abandonemos  às ameaças dos terroristas. Afinal, se você é brasileiro, adulto e ainda está vivo, seu “know how” é inestimável! Lidamos com essa gente cotidianamente e em todos os níveis. No poder, já os transformamos em piada e em breve vamos tirá-los de lá. Quanto aos outros, com efeitos letais, sabemos que só acabarão quanto efetivamente  - nesta terra abençoada - tivermos  GOVERNO!

Um comentário:

  1. Excelente!!! Não nos curvemos jamais!!! Paris será sempre Paris !!! Fiquei com vontade de estar lá mais uma vez para viver a mágica e a energia da Cidade-Luz!!!

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