Fui convidado pela OECD a participar do seu Webinar (Seminário
pela internet) de 10 de fevereiro de 2016, sobre o tema “ Low-performing
Students: Why they Fall Behind and How to Help them Succeed” (Estudantes de
baixo desempenho: porque ficam para trás e como ajudá-los a ter sucesso). Foi
ótimo!
Após alguns anos de aplicação do teste PISA em diversos
países, a OECD dispõe de informações interessantíssimas, preciosas mesmo, sobre
a educação de uma boa parte do mundo. Com base nos resultados do período de
2003 a 2012, Andreas Schleicher apresentou no Seminário um estudo que focalizou os estudantes que
tiveram o pior desempenho nos testes PISA – exatamente aqueles que merecem maior
atenção quando se busca a igualdade de oportunidades. Objetivos do estudo: lançar alguma luz sobre as causas do fracasso
escolar (diagnóstico) e levantar hipóteses sobre as ações necessárias para elevar
o rendimento desses estudantes (políticas públicas).
A OECD define como de "baixo desempenho" aqueles
estudantes que pontuam abaixo do Nível 2 em matemática, leitura e / ou ciências
no teste PISA. O Nível 2 é considerado o nível basal de proficiência,
necessário para alguém participar plenamente na sociedade. Os estudantes que obtêm o
Nível 1 podem responder a questões que
envolvem orientações claras e que requerem uma única fonte de informação e
ligações simples; mas esses alunos não podem desenvolver raciocínios mais
complexos, para resolver os tipos de problemas que são rotineiramente enfrentados
pelos adultos de hoje nas sociedades modernas.
A conclusão mais
abrangente do estudo foi decepcionante:
a maioria dos países fez pouco progresso na ajuda aos seus alunos mais
fracos para melhorar seu desempenho em leitura, matemática e ciências ao longo
da última década. Isto significa que muitos jovens ainda estão deixando a
escola sem as habilidades básicas necessárias para viver na sociedade moderna e
ter bom desempenho no trabalho, prejudicando seu futuro e o crescimento econômico,
a longo prazo, de seus países.
Analisando os resultados do estudo PISA da OCDE entre 2003 e
2012, o estudo revela que alguns países têm conseguido melhorias entre os
estudantes de baixo desempenho. No caso da Matemática, países economicamente e culturalmente diversos como Brasil,
Alemanha, Itália, México, Polónia, Portugal, Rússia, Tunísia e Turquia
reduziram sua participação de alunos com fraco desempenho entre 2003 e 2012. O que mostra que a redução da percentagem de
alunos com fraco desempenho é possível em qualquer lugar, escolhidas as
políticas certas e havendo vontade de implementá-las. Infelizmente, porém, o
Brasil não conseguiu progresso significativo
nas duas outras matérias componentes do teste PISA: Leitura e Ciências.
Precisamos fazer mais!
"Os ganhos sociais e económicos decorrentes da
eliminação do baixo desempenho cobrem qualquer custo concebível para obter essa
melhoria", disse Andreas
Schleicher, diretor da OCDE para Educação e Habilidades. "Políticas e
práticas de Educação podem ajudar a superar este problema. A Educação deve ter
prioridade e ser dotada dos meios
necessários para que toda criança possa ter sucesso na escola ".
Para quebrar o ciclo de absenteísmo e baixo
desempenho, o relatório apresenta uma série de recomendações que incluem:
·
Identificar baixo desempenho e projetar uma
estratégia de política sob medida para
superá-lo;
·
Reduzir as desigualdades no acesso à educação infantil;
·
Fornecer suporte de recuperação para os alunos
de baixo desempenho o mais cedo possível;
·
Incentivar o envolvimento dos pais e das
comunidades locais;
·
Fornecer um apoio orientado para as escolas ou
famílias desfavorecidas;
·
Oferecer programas especiais para imigrantes,
minorias linguísticas e estudantes rurais;
No decorrer do Webinar enviei minha sugestão, focada na
realidade brasileira. A sugestão de instituir o “Professor de Família”, no
âmbito do Programa BOLSA FAMÍLIA:
At least in
countries implementing income transfer programs – like Brazil - should be
instituted the figure of the "Family Teacher," a Human Development
Agent to visit the homes of those families in need, living in absolute
poverty. The agent
would assist all family members - children , adolescents, adults and
elderly - mainly (but not exclusively) guiding them on public policies and the
means of continuing education available locally or regionally, to overcome the
barriers of lack of knowledge. Those
FAMILY MEMBERS who are already in the educational system, especially in
elementary school, would receive an important support for the realization of
school work. This kind of student generally cannot find this important
support within their family - it
also lacking with regard to education .
Acredito que seria uma medida essencial para tirar o Brasil
de sua incômoda posição de inferioridade na Educação. O Relatório mostra que estão
considerados de baixo aproveitamento 68,3% dos estudantes brasileiros testados
no PISA em Matemática; 50,8% dos alunos avaliados em Leitura e 55,2% dos nossos
participantes em Ciências. Em todos os três casos, estamos entre os 6 países de
pior desempenho dentre os 64 analisados pela OECD. Como diriam os estatísticos,
estamos no decil inferior! Uma lástima!
Por que o Brasil com tantos pensadores voltado a educação nos atingimos os piores indices de qualidade?
ResponderExcluirPara responder a essa pergunta terei que pensar muito e escrever um ou mais blogs a respeito. E talvez não consiga um bom resultado ao fim de tudo.
ResponderExcluirO CAGED é a estatística mensal do Ministério do Trabalho que mostra se houve perda ou ganho de empregos com carteira assinada. Os dados de janeiro já deveriam ter sido divulgados na semana passada. Não foram porque os resultados foram péssimos e desmentiriam as balelas mostradas no programa do PT na TV. Mais uma vergonha desse governo!
ResponderExcluirVivas à postagem! Caiu do céu para referendar minha proposta para a Educação no país a partir da disciplina Educação Física e Esporte. Como bem sabe, é interdisciplinar, pois inclui a participação de professores de Matemática e Português e Linguagem. Inicialmente, está dirigida ao ensino fundamental e após algumas prototipagens, estendida também ao ensino médio. Acreditamos na força que as atividades físicas bem programadas oferecem e seus efeitos benéficos ao pleno desenvolvimento do indivíduo. É muito mais do que a simples prática esportiva.
ResponderExcluirEstou enviando-lhe notícias do Vaticano: o Santo Padre colocando sua fé no poder do esporte, fará iniciativa global do seu papado na educação, seguindo seus esforços para destacar a disparidade de renda e mudanças no mundo. É uma iniciativa ecumênica. De minha parte, já estou me movimentando para enviar-lhe o projeto, cujas metas, guardando as devidas proporções, são coincidentes em um dos pontos: Cultura, Educação & Esporte, Lazer para todos.
Quanto aos "pensadores voltados à Educação", fique registrado aqui um singelo contributo ao país. Sei que é pouco, mas falta-me talento.
Roberto Pimentel: sua contribuição para a Educação tem sido muito importante. Seu blogue ajuda a aperfeiçoar a educação e merece respeito e admiração.
ExcluirRoberto Pimentel: sua contribuição para a Educação tem sido muito importante. Seu blogue ajuda a aperfeiçoar a educação e merece respeito e admiração.
ExcluirEm tempo: olhem o site www.procrie.com.br
ResponderExcluirVão gostar muito!
Em tempo: olhem o site www.procrie.com.br
ResponderExcluirVão gostar muito!