A OIT – Organização Internacional do Trabalho, agência
especializada da ONU, acaba de juntar-se
aos muitos analistas que acreditam no aumento do desemprego no Brasil em 2017, a
níveis que podem chegar a 14% e que afirmam que só em 2018 haverá melhoria da
situação.
Tratei do assunto no blog de 5 de outubro de 2016,
intitulado “O DRAMA DO DESEMPREGO NO BRASIL”. Não acredito nessa quase
unanimidade pessimista e mantenho minha posição: o desemprego no Brasil não
ultrapassará a casa dos 12% e ainda em 2017 começaremos a recuperar os postos
de trabalho perdidos no Governo Dilma. O CAGED de dezembro de 2016 ainda
mostrará a perda de centenas de milhares de empregos com carteira assinada –
como sempre acontece no mês de dezembro - mas em 2017 começarão a aparecer os
saldos positivos.
Alguns resultados recentes são encorajadores: sucesso da
operação contra a corrupção, saldo positivo recorde da balança de pagamentos,
queda da inflação, possibilitando a redução dos juros e início vitorioso do ciclo
de reformas de que o Brasil necessita, nos campos fiscal, previdenciário,
trabalhista, tributário e político.
Sintomas discretos dessa reação já estar próxima são
perceptíveis: 1. Número elevado de ofertas de estágios neste início de ano; 2.
Contratações crescentes pelo agronegócio em empregos de boa qualidade; 3. Reação
de certos setores industriais, inclusive recuperando mercado externo; 4.Restabelecimento
gradual da confiança na economia, demonstrado pelo ingresso de capitais
estrangeiros no Brasil; 5. Retomada de alguns investimentos da PETROBRAS.
Quando estudei na Escola Nacional de Engenharia, com os
Professores Kafuri e Pardal, a Estatística era uma ciência exata. Hoje, quando
observamos o panorama brasileiro, temos que reconhecer que a Estatística virou
uma ciência social, uma arma política disfarçada!
No Brasil as estatísticas têm até partido! Daí os erros
clamorosos nas pesquisas pré-eleitorais, as interpretações esdrúxulas de
algumas séries históricas, o lançamento de novos conceitos discutíveis.
Nos meus tempos de
adolescência e juventude, as pesquisas do IBOPE nas eleições, comandadas pelo velho
Montenegro, eram infalíveis. A
tecnologia da informação evoluiu explosivamente – facilitando o trabalho
estatístico - mas os erros de previsão eleitoral se agigantaram.
Na área pública abundam séries históricas com valores
coletados utilizando critérios heterogêneos, invalidando as comparações
temporais e prejudicando a construção de políticas adequadas. Fica cada vez mais nítido que há órgãos
dominados pela ideologia ou pelo partidarismo e é bom que o atual Governo saiba
que essas instituições não estão do seu lado. Muito pelo contrário!
O IBGE, ao divulgar a PNAD Contínua do trimestre
passado, tornou público um conceito
totalmente “revolucionário” mas que não se sustenta tecnicamente: pesquisou o
número de brasileiros que trabalham mas que
gostariam de trabalhar mais e ganhar mais, somados a brasileiros que
gostariam de trabalhar mas não estão procurando trabalho. Este último conceito,
do desalento, seria defensável se o IBGE já o divulgasse anteriormente, possibilitando comparações históricas. Por exemplo, com os dados dos Governos Lula e Dilma. Mas divulgá-lo
agora, isoladamente, indica uma vontade inequívoca de piorar o quadro descritivo do
desemprego no país. Quanto ao outro – percentual de brasileiros já trabalhando mas que
gostariam de trabalhar mais e ganhar mais – chega a ser anedótico. Obviamente, não há quem não queira ganhar mais! Pelo menos eu não conheço... Mas o IBGE do E...
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