O 8 de setembro, Dia Internacional da Alfabetização,
é uma data importante em minha vida profissional e durante alguns anos foi dia
de festa, de comemoração de grandes vitórias. Era nesse dia que a UNESCO anunciava
os vencedores dos prêmios mundiais para os feitos mais notáveis no trabalho em
favor da alfabetização. O Mobral foi reconhecido com alguns desses prêmios.
Em 1972 o MOBRAL recebeu a Menção Honrosa do Prêmio
Mohammad Reza Pahlavi (monarca do Irã). Em 1974, o Juri desse mesmo Prêmio (Rehza
Pahlevi) fez nova menção especial ao trabalho do MOBRAL, enfatizando que a
instituição já havia sido agraciada anteriormente. A manifestação dos jurados
equivalia a uma nova premiação.
Eu já havia saído do MOBRAL quando, em 1982, tive a
agradável surpresa de saber que a instituição foi agraciada pela UNESCO com o IRAQ
Literacy Prize, pelo notável trabalho
realizado na Serra do João do Vale, no Rio Grande do Norte. Trabalho iniciado e
realizado pela Coordenadora Lurdinha Bitencourt quando eu era Presidente do
MOBRAL.
O maior preito da UNESCO pelo excelente trabalho do
MOBRAL, porém, foi reconhecer, recomendar e endossar a assistência técnica que
a instituição brasileira deu a 23 países, na implantação e na consolidação de
seus programas de educação de adultos, alguns dos quais realizaram feitos
notáveis.
O JAMAL, por exemplo, em cuja implantação o Governo
jamaicano recebeu assistência técnica do MOBRAL, através do envio de missões de
especialistas, foi inclusive agraciado com menção honrosa do prêmio Nadeja
Krupskaya em 1976.
Atualmente, a UNESCO confere dois prêmios:
1. Prêmio King Sejong - escolhe dois
ganhadores, foi criado em 1989 e é
realizado em parceria com a Coreia do Sul;
2. Prêmio
Confucius - seleciona três vencedores,
foi estabelecido em 2005 e é realizado em cooperação com o governo da China.
Infelizmente, as atividades de alfabetização de
adultos foram praticamente descontinuadas no Brasil, embora ainda tenhamos 11
milhões de iletrados de 15 e mais anos de idade.
Lembro, com tristeza, que presenciei na TV um
depoimento pungente do Dr. Ricardo Paes de Barros, especialista qualificado no
estudo da pobreza no Brasil: criticava a falência do programa de alfabetização de
adultos, executado na gestão de Fernando Haddad como Ministro da Educação,
consumindo verba gigantesca (R$ 450 milhões anuais à época), com resultados ridículos.
Com Haddad no Ministério a educação brasileira
passou a consumir recursos financeiros de grande vulto, ultrapassando 6% do
PIB, despesa maior do que a de muitos países desenvolvidos, mas a qualidade do
ensino continuou entre as piores do mundo. O Ministro petista só serviu para
comprovar uma tese que defendo há anos: o problema da educação não é de falta
de recursos e sim de falta de competência!
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