sábado, 8 de setembro de 2018

DIA INTERNACIONAL DA ALFABETIZAÇÃO


O 8 de setembro, Dia Internacional da Alfabetização, é uma data importante em minha vida profissional e durante alguns anos foi dia de festa, de comemoração de grandes vitórias. Era nesse dia que a UNESCO anunciava os vencedores dos prêmios mundiais para os feitos mais notáveis no trabalho em favor da alfabetização. O Mobral foi reconhecido com alguns desses prêmios.
Em 1972 o MOBRAL recebeu a Menção Honrosa do Prêmio Mohammad Reza Pahlavi (monarca do Irã). Em 1974, o Juri desse mesmo Prêmio (Rehza Pahlevi) fez nova menção especial ao trabalho do MOBRAL, enfatizando que a instituição já havia sido agraciada anteriormente. A manifestação dos jurados equivalia a uma nova premiação.
Eu já havia saído do MOBRAL quando, em 1982, tive a agradável surpresa de saber que a instituição foi agraciada pela UNESCO com o IRAQ Literacy Prize,  pelo notável trabalho realizado na Serra do João do Vale, no Rio Grande do Norte. Trabalho iniciado e realizado pela Coordenadora Lurdinha Bitencourt quando eu era Presidente do MOBRAL.
O maior preito da UNESCO pelo excelente trabalho do MOBRAL, porém, foi reconhecer, recomendar e endossar a assistência técnica que a instituição brasileira deu a 23 países, na implantação e na consolidação de seus programas de educação de adultos, alguns dos quais realizaram feitos notáveis.
O JAMAL, por exemplo, em cuja implantação o Governo jamaicano recebeu assistência técnica do MOBRAL, através do envio de missões de especialistas, foi inclusive agraciado com menção honrosa do prêmio Nadeja Krupskaya em 1976.
Atualmente, a UNESCO confere dois prêmios:
 1.        Prêmio King Sejong - escolhe dois ganhadores,  foi criado em 1989 e é realizado em parceria com a Coreia do Sul;
2.         Prêmio Confucius -  seleciona três vencedores, foi estabelecido em 2005 e é realizado em cooperação com o governo da China.
Infelizmente, as atividades de alfabetização de adultos foram praticamente descontinuadas no Brasil, embora ainda tenhamos 11 milhões de iletrados de 15 e mais anos de idade.
Lembro, com tristeza, que presenciei na TV um depoimento pungente do Dr. Ricardo Paes de Barros, especialista qualificado no estudo da pobreza no Brasil: criticava a falência do programa de alfabetização de adultos, executado na gestão de Fernando Haddad como Ministro da Educação, consumindo verba gigantesca (R$ 450 milhões anuais à época), com resultados ridículos.
Com Haddad no Ministério a educação brasileira passou a consumir recursos financeiros de grande vulto, ultrapassando 6% do PIB, despesa maior do que a de muitos países desenvolvidos, mas a qualidade do ensino continuou entre as piores do mundo. O Ministro petista só serviu para comprovar uma tese que defendo há anos: o problema da educação não é de falta de recursos e sim de falta de competência!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

VIAGEM AO PASSADO

O Irã está na moda e minhas recordações daquele país mais vivas do que nunca... Estive no Irã em 1976, para participar da Conferência In...