Combater fraudes que consomem recursos públicos dá lucro moral, financeiro e pode viabilizar
projetos carentes de financiamento, de grande importância para a população. É por isso que abordo o assunto,
com vistas ao Governo Bolsonaro, cuja luta contra a corrupção e a falta de
recursos deverá ser uma constante durante todo seu mandato,
dada a herança deixada por Lula e Dilma.
Uma característica perniciosa,
comum aos Governos populistas, foi a inegável tolerância com a fraude, visando obter dividendos
eleitorais e sua continuidade no poder, partindo da premissa de que “quem
frauda teme qualquer mudança”.
O Governo Temer, aliás, tem feito um trabalho bastante louvável
no sentido de reduzir as despesas com as fraudes. Nesse sentido, acaba de ser
divulgado um número estarrecedor: 80% das licenças médicas do INSS foram
consideradas indevidas quando mais de 100 mil beneficiários foram submetidos à
perícia do órgão. Só nesse quesito espera-se uma economia de 2 bilhões de reais por ano!
No programa Bolsa Família o Governo Temer já havia declarado
ter detectado fraudes no valor de 2,5
bilhões de reais. O mesmo Ministério de Desenvolvimento Social nos dá conta,
agora, que 1.700.000 beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC)
não fizeram seu recadastramento e podem perder os R$ 954,00 que cada um recebe mensalmente. Há
uma grande probabilidade que muitos desses que não atualizaram o Cadastro Único
sejam beneficiários de fraudes.
Em maio de 2015 postei um blog intitulado “PELA QUALIDADE DO
GASTO PÚBLICO”, no qual afirmei que um passo prioritário, para reduzir gastos
em geral, consistiria no combate à
fraude, que abundava em vários programas do Governo Federal de então, como
resultado de vários anos de cumplicidade/desídia dos gestores (Lula e Dilma),
mais interessados em criar “currais eleitorais” do que na eficiência, eficácia
e efetividade de projetos e atividades financiados pelos cofres públicos.
Em tese, atividades e projetos que recebem dinheiro a fundo
perdido (que não precisa ser devolvido) e que não exigem contrapartida
financeira dos beneficiários, são os mais sujeitos à transgressão, pois o custo
da fraude é zero. E proliferam, especialmente se a seleção dos beneficiados
depende de declaração apresentada pelo próprio interessado, por exemplo,
de uma certa renda mínima (caso do PROUNI, do Benefício de Prestação
Continuada - BPC e do Bolsa Família - BF) ou se depende de prova de idade do interessado (outra vez o Benefício
de Prestação Continuada - BPC para idosos sem renda e a Aposentadoria por Idade
do INSS). Quando o critério envolve
contagem de tempo – de contribuição previdenciária, para merecer o abono
salarial e o seguro desemprego, por exemplo – a fraude também é relativamente
frequente.
Em todos os casos, porém, é bom ressaltar: o fraudador
geralmente encontra, do outro lado do
guichê, um agente público conivente ou desinteressado de identificar a fraude.
O ilícito também é facilitado quando o recebimento do
benefício é feito por meio de cartão magnético, em caixas eletrônicos, caso do
BF, do BPC e do INSS - o que permite que terceiros se apropriem, por exemplo,
do dinheiro de aposentados/pensionistas/
idosos em geral/beneficiários já mortos.
A arma mais eficaz para combater essas fraudes, na maioria
desses casos, é o recadastramento periódico dos inscritos.
Outra fraude teoricamente inacreditável, mas que ocorre com
recursos repassados a fundo perdido e
sem contrapartidas monetárias, acontece simplesmente pela não realização da
atividade ou do projeto contratado. A proliferação indiscriminada de programas
cujas verbas são entregues a ONGs para
execução, sem a devida supervisão, é a principal fonte desse tipo de crime, que
acarreta um trabalho insano aos
Tribunais de Contas, impossibilitados de universalizar sua fiscalização,
em um país de dimensões continentais e com infraestruturas de transportes e
comunicações ainda muito precárias. A fiscalização por amostragem tem enormes
limitações e pode ser previsível para infratores influentes e principalmente
bem informados. Os Ministérios da Educação e do Trabalho foram e são, tradicionalmente,
um campo fértil para esse e outros tipos de fraude. O MEC, porque viveu um
período de verbas abundantes, gastas sem critério técnico, com o único intuito
de conquistar a Prefeitura de São Paulo. Uma visita às contas de FNDE e seu
julgamento pelo TCU seria proveitosa. O
MTE, porque afinal de contas vivemos muitos anos em plena República
Sindicalista e tivemos todos que pagar "pedágio" e imposto sindical aos pelegos de plantão.
Programas culturais, de qualificação profissional, iniciação esportiva, educação
de jovens e adultos, saúde preventiva e educação sanitária, bem como de ações comunitárias diversas, também são alvo fácil dessas atividades criminosas.
Irregularidades ocorrem, também, em grande escala, durante a
execução de projetos que recebem verbas públicas ou incentivos fiscais, por
meio de despesas fajutas. Nesse caso a grande arma contra os ilícitos é a
prestação de contas revisada com rigor. Existem milhares de contas não prestadas,
pendentes, à espera da devida punição para os infratores das regras
estabelecidas, nas estatais que financiaram a Lei Rouanet, a Lei de Incentivo
ao Esporte e assim por diante...
Infelizmente, todas essas fraudes que eu apontava como
provavelmente praticadas nos governos do PT, sob os olhos complacentes das
autoridades, ocorriam realmente e têm
sido detectadas e coibidas pelo Governo atual. O problema é que as
notícias dessas constatações chegam ao público
gradualmente, à medida que as correções vão sendo efetivadas em cada programa. São manchetes sem impacto maior na opinião
pública.
A transparência dos gastos públicos - que as democracias
exigem – aconselharia que o Governo Federal, nestas alturas, elaborasse um
documento revelando e consolidando as
fraudes encontradas, herdadas dos antecessores (Dilma e Lula), dimensionando as
verbas desperdiçadas com essas práticas condenáveis. Seria UM BALANÇO DAS
FRAUDES NO GOVERNO DO PT! Importante
para a correta transição para o Governo Bolsonaro, prestes a iniciar-se. Não se
deve afastar, também, a responsabilização dos gestores desidiosos, os quais
deram graves prejuízos ao Brasil, havendo possibilidade de ressarcimento dos
recursos desviados. O Governo Federal tem esse dever para com o povo brasileiro
e seria uma contribuição importante para o futuro Governo!
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